Centro (Goiana – PE). Os adros das igrejas nordestinas servem, em muitos municípios, como espaços que abrigam feiras livres. Em Goiana, cidade da Zona da Mata norte pernambucana, a feira livre de sua área central se espalha por diversas ruas e pelo adro da Igreja de Nossa Senhora da Misericórdia.
Percorri toda a extensão da feira livre dessa cidade no último dia 1º de junho, olhando tudo com esses meus olhos sequiosos de novidades que a terra não há de comer.
A feira livre goianense, cujo dia principal é o sábado, está inserida numa área repleta dos mais diversos estabelecimentos comerciais: bancos, supermercados, farmácias, armazéns de material de construção, sapatarias, lojas de confecções e de eletrodomésticos, etc.
Existe um grande mercado público dividido em duas partes: no lado esquerdo são comercializadas apenas carnes; no direito, principalmente cereais e peixes secos.
Defronte à Igreja de Nossa Senhora da Misericórdia concentra-se bancos que em sua maioria comercializam roupa. Mas também podem ser encontrados ali calçados, bijuterias e outros acessórios. A estrutura que cobre a área está bastante deteriorada, carente de reforma.
O que fica bastante evidente nessa feira livre é que existe certa segmentação, uma divisão bem clara dos espaços para a comercialização de determinados produtos. Dessa forma há ruas em que predominam a oferta de frutas; outra de comércio de tubérculos como inhame e batata-doce; e assim por diante.
Numa dessas ruas nós conhecemos um feirante natural de Serra Talhada, que mora há mais de quarenta anos em Goiana, chamado Severino Francisco, que é popularmente conhecido como Traíra de Goiana. Enquanto comprávamos banana-maçã, coco verde e feijão a ele, ficamos sabendo que os goianenses consomem pupunha – até então eu só tinha visto esse fruto de origem amazônica em livros, revistas e na TV – como petisco ou como se diz aqui em nossa terra, tira-gosto, que é toda e qualquer iguaria que se come em pequenas porções acompanhadas principalmente por bebidas quentes como aguardente de cana de açúcar, a popular cachaça.
Foi ainda quando nos encontrávamos em companhia do Traíra de Goiana que vimos passar o simpático cachorro Clovinho, que latia como que respondendo à fala do homem ao qual ele seguia. Uma pena que não tenhamos fotografado o cão.
João da Mata |
Quem não quis escapar da lente de nossa câmera de jeito nenhum foi o João da Mata, que ia passando e pediu para ser fotografado defronte a uma banca de frutas. Que figura!
Caminhar por uma feira livre é estar preparado também para topar com personagens curiosos, com falares engraçados, com costumes diversos, com alegrias espontâneas, com sabores exóticos e, fundamentalmente, com o povo nas suas expressões mais singulares.
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