Por Sierra
Foto: Arquivo do Autor Alguns dos itens que compuseram parte dos lotes que eu arrematei no leilão mais recente do qual eu participei. Cada um tem o prazer que merece e/ou que está ao seu alcance |
Foi durante a época da faculdade que eu me tornei de fato um leitor; foi naquele período que eu fui picado por um bichinho que inoculou em mim a ânsia do querer saber. E a partir dali o meu contato com os livros ganhou uma dimensão e um apego inauditos.
Levado pela necessidade e pelo imperativo de minha formação universitária em par com a enorme vontade que se apoderou de mim com vistas a tentar preencher algumas lacunas deixadas por uma formação escolar basilar bastante precária, algo que seguramente é o único acontecimento que eu lamento ter ocorrido em toda a minha vida até aqui, eu passei a frequentar com assiduidade bibliotecas, livrarias e sebos, adquirindo, quando o meu orçamento permitia, livros e revistas. E, quando a minha vida profissional me proporcionou um melhor ganho salarial, eu também passei a percorrer sebos e livrarias de outros lugares do país para os quais eu viajava, bem como eu comecei a fazer compras de livros pela internet. E, dessa forma - para além das livrarias e dos sebos do Recife, que é a cidade da minha formação intelectual -, eu fui constituindo a minha biblioteca, que também é acolhedora, digamos assim, de publicações que eu ganhei e mesmo herdei de algumas pessoas, como Braz Magalhães Filho, Edson Nery da Fonseca e Marco-Aurélio de Alcântara.
Anos atrás, numa dessas buscas por livros - eu queria porque queria adquirir uma primeira edição do Eu, de Augusto Anjos -, eu acabei conhecendo Otávio Marcelino através do site www.estantevirtual.com.br. Pois bem, eu adquiri com esse camarada - e a preço de ouro - um exemplar, em muito bom estado, do livro daquele poeta paraibano, uma da maiores alegrias que eu já senti até hoje: para vocês terem uma ideia, eu fui retirar a encomenda na agência dos Correios aqui na Ilha de Itamaracá, onde eu moro, pela manhã e só tive coragem de abrir o pacote à noite, porque eu estava com receito de ter sido enganado e, claro, perdido um dinheirão. Aí eu cerimoniosa e calmamente abri o pacote; e, ao ter o livro tão desejado em minhas mãos, eu cheguei mesmo a encostá-lo ao peito gozando de um prazer e de uma satisfação realmente indescritíveis.
Retomando o fio da narrativa . Desse contato com o Otávio Marcelino ocorreu a minha entrada em outro terreno de possibilidade de aquisição de livros: um site de leilões: o www.leiloesbr.com.br. Um site no qual o próprio Otávio Marcelino também fazia e faz leilões.
Pronto, gente, desde que eu comecei a participar dos leilões naquele site, a minha biblioteca - como, aliás, toda biblioteca que se preze, porque biblioteca é como uma árvore que não para de crescer - cresceu e cresceu e vem crescendo. E eu devo-lhes dizer que cresceu não somente o meu acervo de livros, como também o de dvd's, cd's e lp's, porque, além de livros, o site leiloa esses itens que eu mencionei e selos, moedas, cédulas, cartões-postais, fotografias, esculturas, etc., etc. É um verdadeiro paraíso para leitores e colecionadores.
Na última quarta-feira eu fui retirar nos Correios a caixa contendo os nove lotes do leilão mais recente do qual eu participei, sendo sete de livros e dois de cd's. Devo-lhes dizer ainda que normalmente eu sou tomado por duas grandes satisfações quando participo de tais leilões: uma quando eu consigo arrematar os lotes desejados; e outra quando o pacote chega e eu abro a caixa. Sempre e sempre a alegria se renova quando eu faço isso - a caixa que eu fui pegar na quarta-feira, eu abri hoje pela manhã: cheguei mesmo a filmar esse exercício de prazer e satisfação para compartilhá-lo nas minhas redes sociais.
Não vou encerrar este artigo sem fazer um alerta: se você é do tipo compulsivo, do tipo desses que vêm apostando nas chamadas bets do momento, perdendo o que têm e o que não têm, e se interesse em querer participar desses leilões dos quais eu venho participando, vá com calma. Não entre ali para arrematar toda e qualquer coisa, só o que for realmente do seu interesse e, claro, couber no seu orçamento. Outra coisa: lembrem-se de que, além do valor do lote arrematado, você pagará uma taxa do leiloeiro e a taxa de envio, caso você não resida na cidade - ou próximo a ela - onde o leilão tem sua base e você não possa ir pegá-lo pessoalmente. No mais, aproveite, porque formar um acervo, como sabe todo amante de livros, discos, dvd's e etc., é bom demais.
Dou-lhe uma. Dou-lhe duas. Dou-lhe três. Vendido!
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