22 de agosto de 2015

Memória seletiva e acúmulo de ruínas ou Euforia, descaso e insensatez

Por Clênio Sierra de Alcântara



Fotos: do autor


Acompanhar as políticas públicas voltadas para a preservação do patrimônio cultural no Brasil é se deparar, por um lado, com iniciativas dignas de aplauso, e, por outro, com realidades desesperadoras que nos fazem pensar que as ações de salvaguarda dos órgãos governamentais nunca chegarão a elas – e muitas vezes não chegam mesmo e/ou chegam quando já é tarde demais. Perdoem-me se soo repetitivo, mas em momentos de reflexão como esse eu sempre costumo lembrar das palavras precisas do ilustre paraibano Ariano Suassuna que em suas aulas-espetáculos costumava destacar que existe uma diferença enorme entre o “Brasil oficial” e o “Brasil real”: no “Brasil oficial”, das leis, das regulamentações, das estatísticas e dos projetos precisos, tudo está ou vai ser bem encaminhado; no “Brasil real”, do desamparo, das necessidades urgentes, do esquecimento e da dura rotina de carências, o Estado não passa muito além da figura de um pai que aparece de vez em quando ou é totalmente ausente – aliás, a percepção de um Estado paternalista é ela própria um entendimento equivocado de sua existência.



Lia de Itamaracá e Zé do Carmo no hall do teatro


O Teatro Monumento abriu suas portas para receber um público numeroso


Nesta semana eu que vivo, como a grande maioria dos brasileiros, com os pés fincados no chão do “Brasil real”, transitei por entre salões do “Brasil oficial” ocupados pelas tramas que envolvem de alguma maneira o universo cultural do país; e percorri tais lugares com os olhos e ouvidos sempre atentos a fim de que eles captassem, em temperatura ambiente, as incongruências que marcam as instituições responsáveis pela preservação da memória nacional e que acabam por manter intactas as estruturas basilares que sustentam aqueles dois brasis.


A orquestra de frevo que agitou a plateia


José Luiz fazendo o seu pronunciamento







Na tarde da segunda-feira eu fui, junto com a cirandeira Lia de Itamaracá, ao Teatro de Santa Isabel, localizado na área central do Recife, tomar parte – ela como convidada especial, eu como mero membro da plateia – na cerimônia de abertura da VIII Semana do Patrimônio Cultural de Pernambuco que, nesta versão, trouxe como eixo temático “Práticas sustentáveis e territórios de sociabilidades”; e organizou suas ações em várias cidades: Recife, Olinda, Caruaru, Paudalho, Igaraçu, Jaboatão dos Guararapes e Brejo da Madre de Deus. As dependências do belo e monumental teatro ficaram lotadas. E o evento teve início em grande estilo: o palco, normalmente destinado à chamada “cultura erudita”, abrigou uma manifestação da “cultura popular”: comandada pelos maestros Duda e Ademir Araújo, o Formiga, uma orquestra de frevo agitou a plateia. Foi a ocasião em que os dois brasis se encontraram. Aplausos. Vivo entusiasmo. Homens engravatados e mulheres em trajes refinados ocupavam a assistência em meio a indivíduos que trajavam as vestes de todo dia.

A orquestra de frevo deixou o palco cedendo lugar às autoridades: Paulo Câmara, governador do estado; Marcelino Granja, secretário de Cultura; Márcia Souto, presidente da Fundação do Patrimônio Histórico e Artístico de Pernambuco (Fundarpe) e aniversariante do dia; Mário Ricardo, prefeito de Igaraçu; Tetê Catalão, representando o Ministério da Cultura; José Luiz Mota Menezes, arquiteto e historiador; e Leda Alves, secretária de Cultura da Prefeitura do Recife. Na ocasião foi lançado o Prêmio Ayrton de Almeida Carvalho de Preservação do Patrimônio Cultural de Pernambuco, cujo edital será lançado em dezembro e contemplará iniciativas nas categorias de formação, difusão e memória. Num depoimento emocionante José Luiz relembrou os velhos tempos das lutas aguerridas ao lado de Ayrton Carvalho no Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, Seção Pernambuco, em defesa do patrimônio edificado da capital pernambucana, em particular, e de todo o estado, em geral; nem de longe o José Luiz que fazia uso do microfone naquele espaço tão nobre, lembrava o José Luiz dos dias atuais que anda a militar em favor do Consórcio Novo Recife, que pretende erguer prédios de alto padrão no tradicional bairro de São José. Em seu discurso Marcelino Granja falou das dificuldades e do empenho que mantém para alavancar as políticas da cultura, acertadamente destacando que os elementos que compõem as manifestações culturais fazem parte do nosso processo civilizatório. Márcia Souto enfatizou a sua satisfação por poder a cada ano levar discussões acerca da preservação cultural para mais cidades do estado. Tetê Catalão, que fala com uma serenidade monacal, lembrou de sua passagem por Igaraçu na manhã daquele mesmo dia, para acompanhar a entrega simbólica da chave da Casa do Patrimônio – que fora inaugurada dois dias antes – ao mamulengoVovozito. Mário Ricardo fez um discurso bairrista de sua Igaraçu, evocando o sítio histórico da cidade “mãe de Pernambuco” – bem, Gilberto Freyre dizia que a “mãe” é Olinda; e Igaraçu a “avó”. O governador Paulo Câmara, que, antes de subir ao palco e assim que entrara no teatro, percorrera todosos camarotes onde se encontravam alguns dos Patrimônios Vivos de Pernambuco, como Lia de Itamaracá, Manuel Eudócio, Zé do Carmo, Índia Morena, Maestro Nunes e Mestre Galo Preto, a fim de cumprimentá-los, saudou a todos e assinou ali mesmo o decreto-lei criando o prêmio em homenagem a Ayrton Carvalho. Não foi franqueada a palavra a Leda Alves.









Eis aí o “Brasil oficial” das instituições que se dizem operosas e atuantes. Quem é que ali iria falar para a plateia que a Fundarpe e a Prefeitura do Recife ainda não pagaram os cachês dos artistas da cultura popular que se apresentaram durante o ciclo junino? Quem ali iria anunciar que Lia de Itamaracá está há meses batalhando para começar a reconstruir o seu centro cultural? Quem teria coragem de informar à assistência que o estado paga com atraso – às vezes de mais de um mês – as pensões destinadas aos Patrimônios Vivos? Quem é que estragaria festa tão animada para fazer saber ao público que o artesão Zé do Carmo anda passando dificuldades porque está muito adoentado e tendo que comprar remédios caríssimos que estão faltando na farmácia do Governo e pagando táxis para ir a hospitais porque a Prefeitura de Goiana, cidade onde ele mora, parou de disponibilizar uma ambulância para conduzi-lo, como confidenciou sua esposa Marinalva no hall do teatro, logo que me viu chegar?



O Governador Paulo Câmara no momento em que assinava o decreto-lei criando o Prêmio em homenagem ao valente Ayrton Carvalho


Lucio Rodrigues e José Gilson conversando com Lia


Eu e a negona rainha da ciranda Lia de Itamaracá



Dois Patrimônios Vivos: Maestro Duda e Mestre Galo Preto




Lia e Maestro Ademir Araújo, o Formiga


Enquanto Lia atendia aos fãs que queriam ser fotografados ao lado dela, fui abordado por José Gilson e Lucio Rodrigues, da Representação Nordeste do Ministério da Cultura, que queriam saber a quantas andava o Centro Cultural Estrela de Lia (CCEL). Falei que existe uma emenda parlamentar do deputado estadual Guilherme Uchoa no valor de R$ 100.000,00 que não dará para concluir a obra, mas que permitirá que iniciemos o projeto. Salientei que demos entrada nos órgãos competentes solicitando as autorizações necessárias para que o CCEL ressurja – Superintendência do Patrimônio da União (SPU), Agência Estadual do Meio Ambiente (CPRH), Corpo de Bombeiros e Prefeitura da Ilha de Itamaracá -; e que a única resistência que estamos enfrentando é justamente com a SPU, a instituição que fundamentalmente pode barrar a liberação. Dito isso, pedi-lhes que tentassem envolver o Ministério da Cultura na questão.



A circense Índia Morena também abrilhantou a festa










Na quarta-feira, dia 19, eu me dirigi ao prédio do bairro de Casa Forte da Fundação Joaquim Nabuco (Fundaj), na zona norte do Recife, a fim de prestigiar minhas queridas Lúcia Gaspar e Virgínia Barbosa numa noite de lançamento coletivo de cinco livros. Justamente no dia em que era celebrado os 166 anos de nascimento do abolicionista Joaquim Nabuco, patrono da casa, a Fundaj organizou uma festa que foi bastante concorrida.
  
Quem abriu os trabalhos foi Paulo Rubem Santiago, que assumiu a presidência da instituição recentemente; ele falou dos desafios que terá pela frente para manter a Fundaj entre as grandes instituições de pesquisa do país. Posso estar enganado, mas a mim me parece que Paulo Rubem não se demorará na função; creio que ele não tem o perfil necessário para comandar um órgão que alguns dizem que se encontra em paulatino sucateamento.

Coube a Pedro Nabuco, bisneto do autor de Um estadista do Império, proferir uma palestra sobre o bisavô que foi longa, exaustiva e enfadonha. Na plateia estavam, entre outros renomados escritores e professores, Frederico Pernambucano de Mello, Luzilá Gonçalves, Leslie Bethell, Antonio Paulo Rezende e Anco Márcio Tenório Vieira. Sala Calouste  Gulbenkian inteiramente tomada. Rede Globo fazendo a cobertura. Alguns membros da assistência com nítida cara de enfado ante a palestra interminável. Que coisa maçante!

Quando, enfim, Pedro Nabuco encerrou o seu pronunciamento, compuseram a mesa os autores das obras que estavam sendo lançadas pela Editora Massangana: Homens de negócios, de fé e de poder político: a Ordem Terceira de São Francisco do Recife, 1695-1711, de Maria Eduarda Marques; Gilberto Freyre jornalista: uma bibliografia, organizado por Lúcia Gaspar e Virgínia Barbosa; O eleitorado imperial em reforma, de Felipe Azevedo e Souza; O retrato e o tempo: Coleção Francisco Rodrigues (1840-1920), organizado por Rita de Cássia Barbosa de Araújo e Tereza Alexandrina Motta; e Contra a conspiração da ignorância – a Inspetoria de Monumentos de Pernambuco, de Rodrigo Cantarelli.

Quem mediou as falas dos autores foi Rita de Cássia Barbosa, que é historiadora e, assim como Rodrigo Cantarelli e Tereza Alexandrina, funcionária da Fundaj. De maneira surpreendente Felipe Azevedo, que foi o primeiro a apresentar a sua obra, atacou a instituição dizendo, com outras palavras, que a Fundaj vive a endeusar o seu patrono, quando há muito a ser feito ali; e, antes de terminar, lembrou que no Arquivo Público Estadual documentos estão se esfarelando. Foi muito aplaudido, embora eu creia que alguns dos presentes ficaram constrangidos. Rita de Cássia ponderou que realmente é muito difícil tratar de preservação da memória quando não se tem recursos para tanto o que há por fazer; e que, numa situação como essa, infelizmente, tem-se que fazer escolha entre o que vai se preservar e o que vai ser perdido.


Perto das 22:00 h foi que começamos a deixar a Sala Calouste Gulbekian a fim de aproveitarmos a festança regada a muita comida e bebida e com direito a uma apresentação do Maestro Spok que, junto com os músicos que o acompanhavam, tocou frevos memoráveis. Numa euforia dessas quem é que iria se importar com o fato de não se ter recursos para viabilizar a digitalização e/ou microfilmagem de documentos? Numa animação danada daquela quem é que iria discutir a defasagem do quadro de funcionários da Fundaj? Ora, ora, vamos tomar vinho e suco de goiaba e de cajá; comer mariscada e salada de frutas; e dançar com empolgação um frevo de bloco nada apolíneo, só dionisíaco, como diria o autor de Região e tradição.



Era gente de não acabar mais no evento Dialoga Brasil






Eu. o ministro Juca Ferreira e Lia


Para encerrar a semana repleta de acontecimentos político-culturais tão intensos e festivos, compareci, no final da tarde ontem, à casa de recepção Blue Angel, no bairro da Madalena, ainda na capital pernambucana, em companhia de Lia de Itamaracá – por choque de horários, seu produtor Beto Hees teve de assumir outro compromisso – ao evento Dialoga Brasil, promovido pelo Governo federal a fim de divulgar o lançamento de uma plataforma da internet – www.dialoga.gov.br – destinada, segundo foi dito, não apenas para fazer saber ao público em geral das ações empreendidas pelo Governo em todas as suas esferas ministeriais, mas também se manter como um canal aberto para que o cidadão possa fazer sugestões e críticas ao que está sendo posto em prática. Fomos tomar parte no evento a convite do José Gilson – estão vendo como certos contatos são importantes e producentes?! – que avaliou que seria importante Lia estar ali a fim de que tentasse falar com o ministro da Cultura, Juca Ferreira, sobre as questões que envolvem o CCEL.

Afora o contingente numeroso que tomava o grande salão – a plateia contava em sua maioria por integrantes de movimentos sociais como o Movimento dos Trabalhadores Sem Terra e de entidades como a Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Estado de Pernambuco (Fetape) -, uma verdadeira multidão aguardava ser revistada pelo reforçado aparato de segurança para também adentrar no recinto.

Assim que entramos fomos conduzidos por José Gilson e Lucio Rodrigues para os bastidores do evento, uma área por trás do palco que servia como sala de recepção para as autoridades. Não demorou muito e o ministro Juca Ferreira gentilmente nos atendeu. Quando eu lhe falei que Lia estará na semana que vem em Brasília para participar de uma cerimônia da Fundação Palmares, ele de pronto se prontificou a receber a cirandeira em seu gabinete na capital federal. Como costuma dizer o meu muito estimado amigo Raul Lody: Viva!! Agradeci deveras ao José Gilson e ao Lucio Rodrigues pelo grande apoio que eles nos deram.






Mantivemo-nos ainda ali nos bastidores no aguardo da presidenta Dilma Rousseff, porque havia a possibilidade de que a cumprimentássemos antes que ela se dirigisse ao palco. E assim foi: bastante amável e sem esboçar nenhum sinal em seu semblante de que esteja atravessando dias tão tempestuosos em seu governo, Dilma não somente nos cumprimentou – olhando com clara admiração para a negona Lia ela falou; “Que linda!” – como se deixou ser fotografada ao nosso lado.


Com um entusiasmado apoio da assistência que entre aplausos, apitaços e gritos de ordem como “Não vai ter golpe”! Não vai ter golpe!” e “Vai avançar a unidade popular!”, a cerimônia teve início. Entre outros ministros fizeram pronunciamentos José Eduardo Cardozo, da Justiça; Renato Janine Ribeiro, da Educação; Miguel Rossetto, da Secretaria-geral da Presidência da República; Juca Ferreira, da Cultura; e Arthur Chioro, da Saúde. Vaiado durante a sua fala, num primeiro momento o governador Paulo Câmara silenciou e depois concluiu seu discurso dizendo que o país precisa de união e tolerância. Antes que a presidenta Dilma fizesse o discurso que encerraria  o encontro, houve uma apresentação do Maracatu  Nação Estrelar formado por crianças e adolescentes, que fez boa figura no meio do povo. De posse do microfone, a presidenta reconheceu as dificuldades que vem enfrentando; destacou os valores da cultura pernambucana recordando o nosso histórico passado de lutas e lembrando de nomes como Francisco Julião, Josué de Castro, Miguel Arraes e Gilberto Freyre; e, claro, defendeu o que ela chamou de conquistas sociais alcançadas durante todos esses anos de governos do Partido do Trabalhadores. Passava das 21:00 h, quando o evento teve fim.



Presidenta Dilma Rousseff: gentil e atenciosa a chefe do executivo nacional nos atendeu antes de subir ao palco


Foto: Wallace Fontenelle       Da esquerda para direita Lucio Rodrigues, eu, Lia e José Gilson


Esta foto e a seguinte: Roberto Stuckert Filho
















Discursos de autoridades públicas em regimes democráticos de direito – e não me refiro aqui evidentemente apenas aos dos políticos, mas também aos pronunciamentos de pessoas que estão à frente de órgãos públicos – são por natureza eivados por tons conciliatórios, tergiversações e saídas pela tangente; raramente essas pessoas admitem que as coisas andam mal e que não há perspectiva imediata de busca de soluções para graves problemas. Em termos de ações de salvaguarda da memória nacional, em que pese o empenho de alguns órgãos, são inúmeros os casos de patrimônios brasileiros – material e imaterial – que estão correndo o risco de desaparecerem por absoluta falta de recursos que os mantenham de pé e/ou em atividade. 






O Maracatu Nação Estrelar alegrando a cerimônia







Historicamente neste país lidamos com uma chamada salvaguarda seletiva que, quer fosse por uma questão de escassez de recursos financeiros que viabilizassem a proteção de um conjunto maior de bens, quer fosse como uma clara deliberação das elites que simplesmente decidiam o que deveria e/ou merecia ser conservado, buscava construir uma imagem representativa do país. É fato que essa visão inicial que se revelaria equivocada e que pôs a perder várias edificações históricas e viu representações, objetos, costumes e indumentárias igualmente sumirem da nossa realidade cotidiana, mudou já faz um bom tempo. Contudo, o que não sofreu alteração foi a escassez de recursos que garantam as políticas de proteção efetiva dos patrimônios e nem as interferências pessoais que conseguem desviar um montante de dinheiro que seria destinado a uma urgente ação reestruturadora da torre de uma igreja, por exemplo, para promover a confecção de uma cartilha do senhor fulano de tal que versa sobre sei lá o quê. Tomemos como exemplo concreto o que ocorreu na Fundaj nesta semana. Não é de hoje que a instituição é acusada de ser contraproducente e estar enfrentando dificuldades financeiras e esvaziamento de seu quadro de funcionários. Livros são importantíssimos porque eles também são a preservação da memória; mas a política de publicações da Fundaj é claramente seletiva: publica majoritariamente títulos de gente da casa ou que já foi ligada a ela, quer sejam obras inéditas ou reedições. Ora, se eu tenho um recurso que possa viabilizar que a instituição de pesquisa que eu dirijo microfilme uma quantidade x de documentos, creio que o mais sensato seja fazer isso e adiar a publicação de um livro. Alguém pode imaginar quanto custou apenas a publicação da obra O retrato e o tempo que é uma edição luxuosa? E o custo daquela festança? Qual a necessidade imediata de trazer a lume uma publicação como essa da senhora Rita de Cássia Barbosa, a prolífica escritora e funcionária da Fundaj?















No Brasil, em que pese a antiga ladainha que proclama uma inalterada e severa carência de recursos necessários para a preservação da memória nacional, tem gente que sempre consegue driblar todas as adversidades para viabilizar com recursos públicos os seus projetos pessoais. Toda política de memória seletiva, caro leitor, é responsável por um inescapável acúmulo de ruínas.


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