Por Sierra
De repente o rastro deixado no céu por dezenas de mísseis atrai o nosso olhar de espanto. explosões. Correria. Choro. Corpos espalhados pelas ruas. Imagens captadas por circuitos de segurança mostram pessoas sendo mortas a tiros com armas de grosso calibre.
O terror da guerra iniciada no sábado 7 de outubro pelo grupo terrorista Hamas no território israelense, matando militares e civis e sequestrando dezenas de indivíduos, deixou o mundo em choque diante de tanto terror. Não bastassem as outras guerras em andamento - Ucrânia, Síria, etc. -, essa, por ora travada entre israelenses e terroristas do Hamas, pôs novamente em debate a dimensão de um conflito que parece não ter fim e que envolve ditos direitos que tanto israelenses como palestinos dizem ter sobre a chamada Terra Santa, tendo como pano de fundo o poderio militar do Estado de Israel frente a uma Palestina que vem, ao longo dos anos, sendo fustigada pelos avanços que Israel promove com ocupações de territórios que ambos os lados dizem lhe pertencer e que, portanto, a ocupação seria legítima ou não, dependendo de quem os ocupe, porque a disputa é permanente.
O conflito entre o Hamas e Israel deixou ver também como o grupo terrorista está e vem usando os palestinos como escudos para enfrentar um exército que eles sabem não poder vencer. Sim, as reivindicações dos palestinos pela criação de um Estado Palestino são legítimas; mas a ação do Hamas não é legítima, porque os terroristas não estão lutando por um acordo de paz e nem por uma negociação de território; o que eles anseiam e querem é varrer o Estado de Israel do mapa.
Indiscutivelmente é muito triste e chega a ser de uma crueldade tamanha o modo como Israel avança sobre a Palestina com o fito de eliminar o grupo terrorista. As imagens de destruição de prédios, as ordens de evacuação de áreas das cidades, os cadáveres sendo conduzidos, os depoimentos de quem está no meio dos combates e não sabe o que fazer e nem para onde ir. Tudo isso é muito desolador. E, por mais que Israel venha sendo constantemente acusado de estar violando o Direito Internacional, está claro que os israelenses não irão recuar enquanto não puserem fim a pelo menos uma parte considerável dos terroristas do Hamas ao mesmo tempo que vem tendo de ficar atento também com as movimentações e ameaças de outro grupo terrorista, o Hezbollah.
Em diversas partes do mundo estão ocorrendo passeatas pró-Palestina e pró-Israel. Quem defende a Palestina constantemente lembra que Israel se vale de sua força e de seu poder para subjugar e humilhar os palestinos, que não têm como reagir a isso. Já os defensores de Israel afirmam a legitimidade que o Estado israelense tem de se defender contra as ações dos muitos inimigos que rondam o seu território prontos para atacá-lo e destruí-lo. E essa animosidade não tem solução simples, porque, se assim o fosse, já teria sido resolvida. Ambos os lados não estão dispostos a ceder absolutamente nada, porque, eu acredito, ceder o que quer que seja pode significar de alguma forma abrir flancos e brechas para que o inimigo e/ou os inimigos avancem, de modo que a aversão mútua parece ser, infelizmente, um destino comum para israelenses e palestinos, porque, o que a História vem revelando ao longo de tanto tempo, é que a paz não é algo realmente posto em mesa de negociação.
Os horrores da guerra estão sendo espalhados e correndo o mundo via redes sociais de uma maneira como nunca vista antes. E nesse enredo em andamento, o Hamas conseguiu alcançar exatamente um dos objetivos que queria, que era reacender o antissemitismo, um ódio ferrenho aos judeus que, a bem da verdade, é um ódio que se destina a todos os países que majoritariamente apoiam e defendem Israel, como a França, as nações do Reino Unido e, principalmente, os Estados Unidos, que são odiados pelos grupos terroristas do Oriente Médio e pelo Irã, que apoia esses grupos. E o bombardeio de um hospital na Faixa de Gaza, ocorrido na última terça-feira, só fez o discurso anti-Israel crescer, muito embora não tenha sido esclarecido até agora de onde partiram os disparos que destruíram a unidade hospitalar e que deixaram centenas de mortos e que foi, até o presente momento, o episódio mais letal e sangrento desses dias de guerra.
Muito embora eu tenha me posicionado e continue defendo o Estado de Israel, porque, como estudioso da História que espera que os horrores do Holocausto contra o povo judeu levados a cabo pelos nazistas nunca mais se repitam, porque o Holocausto foi um dos maiores crimes cometidos contra a humanidade, eu também tenho uma firme convicção de que, em suas ações de ataque para se defender de todos aqueles que querem destruí-lo, o Estado de Israel vem cometendo atrocidades e desumanidades contra os palestinos que, como eu disse, estão sendo usados como escudos pelo Hamas. É uma situação terrível, triste e deveras lamentável.
Mesmo estando muito, muito distante do front, os acontecimentos e os desdobramentos do conflito entre Israel e o Hamas, que estão a cada dia provocando destruição e mortes e mais mortes, nós, mesmo estando tão afastados fisicamente dos campos de batalha, nos sentimos próximos, porque a aflição, a dor e o sofrimento de tantas pessoas é indiscutivelmente algo que mexe conosco, que nos comove e que de algum modo nos dilacera por dentro quando carregamos conosco um sentimento e um entendimento de comunhão e de elo de humanidade.
Reconhecendo que em suas ações de combate às investidas do Hamas, Israel vem cometendo atrocidades e desumanidades contra os palestinos que nada têm a ver com os terroristas, eu me pergunto então: o que e como fazer? Israel deve ficar só na defensiva, sem contra-atacar, permitindo que os inimigos o cerque completamente e juntem forças para destruí-lo?
É fácil sair às ruas empunhando faixas e cartazes com dizeres como "Free Palestine" estando longe do front e nem vivendo dia e noite sob o temor de ataques terroristas, como vive o povo de Israel. O que não é fácil e nem será é encontrar uma solução para o conflito, porque, enquanto Israel existir, serão muitos que continuarão empenhados tenazmente em promover a sua destruição completa e total.
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