15 de junho de 2012

Feiras livres (2)

Por Clênio Sierra de Alcântara

Fotos: Ernani Neves

Peixinhos (Olinda - PE). A primeira coisa que chama a atenção na localização da feira livre desse bairro olindense é que ela está instalada num grande pátio - o espaço foi construído em um nível mais alto do que o da rua - de uma área residencial. Digo isso porque o mais comum é encontrarmos, pelo menos na Região Metropolitana do Recife, feiras livres encravadas em áreas comerciais, cercadas por lojas, farmácias, armazéns de material de construção, etc.





Durante muitos anos essa feira ocupava toda a extensão da Av. Antônio da Costa Azevedo, segundo o depoimento do meu colaborador Ernani Neves, que mora no bairro desde criança. A avenida era fechada para o  trânsito de veículos; e os feirantes nela se instalavam.






O sítio atual começou a ser ocupado pela feira acerca de quinze anos. O comércio ali tem início já na sexta-feira, à noite, quando principia a arrumação dos bancos, e se estende até o domingo.







Uma coisa que me chamou bastante a atenção foi o estado ruim em que se encontram os bancos da maioria dos feirantes. Sem falar que as cobertas também estão muito acabadas: a maioria dos comerciantes utiliza uns barbantes para prendê-las de um ponto a outro, dificultando a circulação de pessoas cuja estatura passa de 1,70 m, como é o meu caso, obrigando-as a ficar abaixando a cabeça a todo momento, o que é um grande incômodo.. Mas isso pode pode ser facilmente resolvido; está apenas faltando um reordenamento por parte da Municipalidade com vistas a buscar implantar melhorias ali: o espaço da feira é muito bom; os bancos é que precisam ser completamente reformados.



 


 Outro aspecto que notei é que a feira livre de Peixinhos apresenta muitos produtos expostos no chão; expor as mercadorias diretamente no chão é uma característica marcante desse tipo de comércio.



Peixinhos também conta  com sua "feira da troca-troca"; e ela fica um pouco distante do pátio. Está instalada ao longo da Rua Vereador Arthur Lins. Percorri-a duas vezes, arregalando bem os olhos para ver os objetos curiosos que nela estavam expostos. Pela primeira vez encontrei livros e revistas sendo comercializados numa feira desse tipo. Encontrei exemplares da revista Continente, O espião que saiu do frio, do John Le Carré, e Capitães da areia, do Jorge Amado, no meio de uma infinidade de bugigangas como cd's e dvd's piratas, cabeças de boneca, bichos de pelúcia, tubos e conexões, ferramentas e até, imaginem, um pênis de madeira..

Observei que, num dos lados do pátio, havia uma concentração grande de motos, o que me fez pensar que o local é também um point onde se negociam venda e troca desses veículos; ou, simplesmente, é um ponto de encontro de motociclistas.





A feira livre de Peixinhos foi para mim uma boa descoberta nessa minha peregrinação pelas feiras livres, nas quais busco sempre reavivar lembranças e reencontrar, de alguma maneira, cheiros, cores, movimentos e sabores.



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