Por Clênio Sierra de Alcântara
- Que língua o senhor fala? |
Só mesmo mentes tresloucadas como a da senhora Dilma Poste Apagado Rousseff e dos seus marqueteiros, ops, assessores para proporem como salvação do há tempos falido sistema público de saúde brasileiro, a importação de médicos estrangeiros. O Programa Mais Médicos (PMM), anunciado como meio de levar assistência médica para os rincões do país, para lugares aonde profissionais nativos não querem ir, é, na verdade, mais um movimento pirotécnico de um Governo que não consegue enfrentar para valer os problemas estruturais que afligem a maior parte da população. O PMM, tal qual o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) – pelo ritmo lento com que as obras são tocadas já há quem diga que seu nome deveria ser Programa do AntiCrescimento -, é uma manobra fadada a ser dispendiosa e contraproducente.
Em vez de estruturar os
hospitais, comprando equipamentos, o Governo resolveu importar médicos. Em vez
de procurar aumentar o número de leitos nos hospitais, o Governo resolveu
importar médicos. Em vez de cuidar para que não faltem instrumentos cirúrgicos
e medicamentos nas farmácias dos hospitais, o Governo resolveu importar
médicos. Em vez de se esforçar para acabar com as filas quilométricas do Sistema
Único de Saúde (SUS), o Governo resolveu importar mais médicos. Em vez de
buscar fazer com que o cidadão não tenha de esperar durante horas e às vezes
dias por atendimento nos corredores dos hospitais, o Governo resolveu importar
médicos.
A ser seguida a lógica proposta pelo
desgoverno da senhora Dilma Poste Apagado Rousseff, bastaria contratar alguns
milhares de professores para reverter o estado de fraqueza em que se encontra o
grosso do ensino público do país; bastaria contratar alguns milhares de
policiais rodoviários para fazer com que o número de mortes resultantes de acidentes
no trânsito diminuísse; bastaria contratar alguns milhares de juízes para que
ninguém tenha de esperar por vezes durante décadas por uma sentença judicial.
Ao lançar o PMM o Governo, claro,
posou de mocinho. Vilões são os médicos brasileiros que não querem trabalhar
nos lugares afastados dos grandes centros urbanos. Em hipótese alguma o Governo
admite a precariedade do SUS, um sistema sucateado no qual, diariamente algum cidadão
brasileiro morre por não receber atendimento e/ou por receber tratamento
inadequado para o seu mal.
No último sábado assisti, pela
TV, ao desembarque de médicos cubanos no Aeroporto Internacional dos Guararapes
Gilberto Freyre, no Recife. Tão ou mais patética do que a declaração humanista
de um deles, de que estavam aqui não por causa do dinheiro, mas por devoção à
profissão, foi a presença de um grupelho de uma denominada União de Juventude
de Socialista em Pernambuco portando cartazes de boas vindas para os
recém-chegados. Eles não sabiam o que diziam. De jovens imaturos que vivem em
universos paralelos ao nosso pode-se esperar tudo, menos que eles tenham
coerência e lucidez. Gente que apoia regimes totalitários não merece confiança.
Médicos cubanos deveriam ser aceitos
aqui caso viessem pedir asilo político, depois de escaparem da ilha do terror e
do atraso que é Cuba. Não tenho nada contra os cubanos. Admiro a resistência
desse povo; e mantenho uma quase veneração por muitos dos músicos daquela terra.
Tenho problema é com tiranos: irmãos Castro, tudo passa sobre a terra; o dia
dos senhores também há de chegar. Lamentei – na verdade estranhei – que ninguém
tenha ido ao aeroporto protestar contra a importação de médicos, em geral, e
contra a vinda de médicos formados sob um regime ditatorial, em particular. E vamos
combinar, se o sistema de saúde de Fidel Castro fosse realmente exemplar, a
senhora Dilma e o senhor Lula deveriam ter ido tratar de seus cânceres lá, não
é mesmo? Bobo foi Hugo Chávez que acreditou nisso e acabou falecendo.
Duvido que esses espanhóis,
argentinos, cubanos e outros mais que aqui aportaram, vão alterar alguma coisa
nas estatísticas lastimáveis da saúde pública brasileira. E tenha certeza, caro
leitor, diferentemente do que anunciou o Governo, nem todos esses médicos
estrangeiros irão para os tais rincões desassistidos pelos profissionais
brasileiros.
Não faço a mínima ideia do que
esteja se passando na cabeça de um turista que está se organizando para visitar
um país que, apesar de estar gastando bilhões de reais para aprontar uma Copa
do Mundo de Futebol e uma Olimpíada, precisa importar médicos para atender sua
população. A situação real é essa e o Governo continua mantendo a cantilena de
que o país está progredindo.
São muitos os males do Brasil. E invertendo o senso
comum, dos males o Governo escolhe quase sempre o maior, não trata de extirpá-los. O Governo da senhora
Dilma Poste Apagado Rousseff é como aqueles médicos ruins que não olham para
nossa cara, mal nos deixam falar e em questão de segundos sentenciam o
diagnóstico: “Vá para casa e tome bastante água. O senhor não tem nada”.
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