Por Clênio Sierra de Alcântara
Do
grego patriotes, a palavra patriota
significa, de acordo com o meu dicionário Larousse
Cultural, “que ou aquele que ama sua pátria, que se esforça por ser-lhe
útil”. Já o vocábulo patriotada significa “alarde de patriotismo”, “rebelião
infrutífera” e “grande número de patriotas”. Em sentido pejorativo patriotada e
patriotice são equivalentes e significam “falso patriotismo”. Por ocasião do
fuzuê em torno da Copa do Mundo de futebol o que mais se vê neste país
ultimamente são demonstrações por vezes irritantes e imbecis de patriotadas.
O
fato de há tempos eu ter deixado de acompanhar os jogos da Copa do Mundo – eu
consegui, sem nenhum esforço, sair do transe bestificante e coletivo – não
fazia com que eu torcesse contra a – como diria José Simão – selecinha
brasileira. Mas neste ano vai ser diferente: por causa da exploração política
do evento, eu vou, na verdade, eu estou desde já torcendo pela derrota completa
da selecinha. E a cada gol que o Júlio César e/ou seu substituto levarem eu vou
gritar vibrando: “Viva o posto de saúde sucateado do meu bairro!”; “Viva as
ruas de terra batida da cidade onde moro!”; “Viva os altos índices de homicídios do meu estado!”; “Viva a péssima qualidade do ensino das escolas públicas
brasileiras!”. Ê, ê, ê...
Não,
todo-poderosa Rede Globo, nós não somos um só, como a senhora vem apregoando.
Não, presidenta Dilma Rousseff, o Brasil não é o melhor dos mundos, como a
propaganda engana trouxa do seu governo vem divulgando. Não, senhores boleiros,
o brasileiro não precisa de Copa do Mundo: ele precisa mesmo é de emprego,
moradia, bom e eficiente transporte público, dignidade e respeito.
Estou
por aqui com as propagandas enganosas do desgoverno da inapta, incompetente e
irrelevante presidenta Dilma Rousseff. Estou de saco cheio com os discursos
repletos de nada dos governantes brasileiros. Estou farto com o tamanho descaso
para com as mazelas sociais que assolam este país.
A
presidenta Dilma Rousseff não perde por esperar. Junto com a ressaca provocada
pela derrota da selecinha no certame futebolístico, a presidenta há de ser
derrotada nas urnas pelos votos de todos aqueles que, como eu, nunca mais
querem ver incompetentes ocupando o Palácio do Planalto. Basta de demagogia.
Basta de embromação. Basta de conluios. Basta de inoperância. Basta de
desperdício do dinheiro público. Basta de cinismo. Basta de sem-vergonhice.
Sim,
esta vai ser a “Copa das Copas”; mas bem diferente do que quer nos fazer crer a
propaganda descarada do governo: vai ser a Copa dos gastos mais exorbitantes
com a construção dos estádios; a Copa das obras inacabadas; a Copa dos maiores
protestos contra a sua realização; a Copa do maior número de turistas vitimados
pela criminalidade; a Copa do improviso, da desorganização e dos aborrecimentos.
No
Brasil não é preciso torcer contra o que quer que seja, porque sempre tem uma
porção de políticos corruptos tramando em prejuízo do país, tratando com
doleiros, mafiosos e afins, com o intuito de locupletarem-se.
Não,
eu não vou perder meu tempo torcendo contra a seleçãozinha de futebol. Como
tenho feito, sequer ligarei a tevê nos dias dos jogos. Tenho mais o que fazer.
E se eu tiver de me envolver com algo relacionado com a Copa do Mundo será
engrossando a fileira de algum protesto de repúdio à sua realização.
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