Querendo nos convencer de que
frango é faisão, a presidentona Dilma Rousseff e seu staff do atraso vêm alardeando que a Copa do Mundo de Futebol,
encerrada no domingo passado, foi um tremendo sucesso. Claro que eu não caí nesse
engodo. É óbvio que eu não me deixei levar por esse discurso pífio e falseador
da realidade.
Não duvido que a Copa tenha sido
de fato um grande sucesso; mas foi um sucesso para a Fifa, que ganhou milhões e
milhões de dólares explorando para o seu próprio bolso os estádios construídos
ao custo de alguns bilhões de reais oriundos dos impostos que são pagos por
gente como eu e você, leitor. Lucraram muitíssimo a Fifa, a Rede Globo e outras
empresas ligadas ao evento. E nós, o que lucramos?
Bem, a começar pelos exorbitantes gastos com a construção dos estádios, herdamos uma série de obras
inacabadas e a promessa de outras tantas que sequer saíram do papel. Algumas
das denominadas arenas, antes mesmo de serem concebidas, já figuravam como
elefantes brancos, estruturas gigantescas que exigirão volumes elevados de
dinheiro para a sua manutenção. As prometidas obras de mobilidade, com o perdão
do trocadilho, ficaram imobilizadas. E as anunciadas melhorias com vistas a
promover o turismo ao menos nas cidades-sede dos jogos não passaram, em alguns
casos, de demonstrações mambembes de arrumação de casa para receber visitas:
placas de sinalização turísticas postas de última hora e com erros graves de
inglês; ausência de aparato receptivo em locais de visitação; elevação estratosférica dos preços de produtos e serviços “para turista pagar”, como
fizeram vários taxistas desonestos; etc.
O caso do estádio construído na
cidade de São Lourenço da Mata foi um dos mais absurdos. Para começo de
conversa basta dizer que foi como se essa cidade não existisse, porque tudo o
que se divulgava fazia o incauto acreditar que a tal arena estava localizada no
Recife. Não se procurou dotar o município de qualquer atrativo para receber
visitantes; nem se promoveu melhorias no espaço urbano como legado do evento
para a população do lugar. Como o estádio foi erguido num terreno bem afastado
do sítio urbanizado, para o qual o acesso pode ser feito sem que se atravesse
o centro da cidade, São Lourenço da Mata permaneceu tão somente como um ponto
no mapa.
É do jogo político anunciar
pequenos feitos como se fossem grandes realizações. Não entrei nessa. Para mima
Copa do Mundo foi um grande desperdício de dinheiro e desperdício, convenhamos,
não é sucesso, é, neste caso, sinal de falcatrua, de maracutaia. E ao realizá-la o Governo abriu mão de dotar
inúmeras cidades de infraestrutura; agiu como se ignorasse o fato de que a
maioria delas apresenta graves problemas que comprometem a finalidade última do
urbanismo, que é tornar a cidade o melhor dos lugares para se viver.
Ao alardear que a Copa do Mundo
foi um êxito total, a presidenta Dilma Rousseff quer nos fazer crer que seu
Governo é operante e eficiente. Não, presidenta, o seu Governo permanece sendo
um dos mais ineptos da história. Para mim a Copa foi um fracasso retumbante. Os
“craques” pernas de pau da selecinha perderam feio. E a realidade, que foi
ofuscada durante um mês pelo enfadonho noticiário futebolístico, está aí,
imperiosa, mostrando as mazelas de todo dia que nada tem a ver com gramados bem
cuidados, camarotes e celebridades.
Por que em vez de propor uma
“reforma do futebol brasileiro”, presidenta Dilma, a senhora, com sua
inteligência paquidérmica, não reforma o seu Governo? Tanta coisa importante
para ser feita e a senhora vem com uma leseira dessas?
Caro Nelson Rodrigues, o Brasil
não é a “pátria de chuteiras”; é o país das grandes empreiteiras, ops,
besteiras.
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