17 de fevereiro de 2015

Caindo na folia


Por Clênio Sierra de Alcântara



Especialmente para André Araújo, que aniversaria hoje




Fotos: do autor


Como se sabe, o Carnaval aqui em Pernambuco começa bem antes da semana pré. Na verdade, em Olinda, desde dezembro que tem início o “esquenta povo” dos blocos da cidade, de modo que, quando chega a época mesma da folia, as pessoas daqui já estão, como se diz nas redondezas, com gosto de gás e querendo mais.




Privilégio de poucos: eu entre duas grandes personalidades da cultura pernambucana: Lia de Itamaracá e Geninha da Rosa Borges














Ainda não tive oportunidade de me aventurar no Reinado de Momo para as bandas de Bezerros, Triunfo e outras cidades pernambucanas onde ocorrem também carnavais cada vez mais procurados. Há anos que minhas peripécias carnavalescas têm se resumido – o que, reconheçamos, não é pouco – às andanças pelo Recife e por Olinda e sempre com uma viva e prazerosa vontade de estar no meio da bagunça.











Este casal fez o maior sucesso na Av. Guararapes, no Recife. Pura sintonia
















Não sou de beber, não sou de me esbaldar, mas isso não tira de mim ou diminui meu apego às coisas dessa festa. Digo assim, porque há quem pense que é preciso perder as estribeiras para, de fato, aproveitar essa loucura que é o Carnaval. Que nada! Divirto-me à beça, animado que fico com a atmosfera de alegria e o clima de agitação que vai se espalhando pelas ruas olindenses e recifenses.




Antes de estrear seu programa na Rede Record, Xuxa deu uma passadinha no Carnaval de Olinda. Libera geral, libera geral. Então libera!!



Para lembrar o saudoso e icônico Lorde de Olinda



Contra o terror de Osama Bin Laden, a alegria da Boneca Emília. Pirlimpimpim, se não chover é vento ou é garoa




Já na última quinta-feira estava eu em companhia – minha nossa, que honra, que privilégio!! – da cirandeira Lia de Itamaracá e da grande dama do teatro pernambucano Geninha da Rosa Borges no Bairro do Recife, na concentração do Bloco Nem Com Uma Flor, uma iniciativa da Secretaria da Mulher Prefeitura do Recife, que este ano homenageou aquelas duas personalidades. E tudo ali estava dominado por uma animação que só vendo.



Toinho preparando o instrumento para entrar no palco do Pátio de São Pedro, no Recife



Pátio de São Pedro








Cadê "Toureiros"? Cadê "Bola de Ouro"? "As Pás", Os "Lenhadores" O "Bloco Batutas de São José"? Quero sentir a embriaguez do frevo/ Que entra na cabeça/Depois toma o corpo E acaba no pé"










Subo e desço ladeiras. Cruzo e descruzo pontes. Sigo troças. Aplaudo artistas que estão no palco. Sento para ver os mascarados passarem. Rio com os chistes e a greia. Fotografo um instante de descontração ou de espanto ou de magia. Canto com empolgação. Sacolejo o corpo conforme o ritmo que for chegando...



No Recife não é só  Rei Momo o dono do pedaço. O Galo da Madrugada também comanda a festa






















Quando entrei na muvuca seguindo o Bloco Carnavalesco Misto Bola de Ouro, um dos homenageados do Carnaval do Recife junto com o Maestro Spok, a partir da Rua Mariz e Barros, já era noite e eu estava naquela euforia de quem pensa que a alegria pode ser – ou poderia ser – permanente e/ou duradoura e quer aproveitar todo o momento em que está vigindo o encantamento.







Folia na Praça da Arsenal, no Recife










Olha Geninha se emperiquitando para sair no bloco








O prefeito do Recife Geraldo Julio com Lia e Geninha



Selfie no palco da Praça do Arsenal












Olinda pegando fogo



Ciranda numa praça de Amaro Branco, em Olinda












Ponte Duarte Coelho, palco do Galo da Madrugada



Ponte Maurício de Nassau: todas as pontes do Recife levam para o Carnaval




Animação na Av. Marquês de Olinda, no Recife Antigo





No meio do Bola de Ouro. Atrás da troça só não foi quem não veio












Rua do Bom Jesus, no Recife Antigo



















Largo do Amparo, em Olinda: pode aguardar que quase tudo passa por aqui









Ouro de tolo: sucesso na Rua do Amparo, a moeda colada no chão provocou muita greia. Bastava que algum incauto tentasse apanhá-la para ouvir um coro: "Tá liso! Tá liso! (Liso quer dizer estar sem dinheiro)




Hecho en México: El Mariachi Toinho










Olha a Xuxa de novo aí gente!















Tá lisa! Tá lisa!














Palco na Praça do Diario, no Recife



Ponte Maurício de Nassau, que liga os bairros de Santo Antônio e Recife Antigo



O casal vinte da dança







Não importa com que medida nós assumimos o papel de folião: se pintamos a face ou saímos de cara limpa; se trajamos fantasias ou a roupa comum do dia a dia; se torcemos para o Pitombeira ou reverenciamos o Galo da Madrugada... Cair na folia, aqui, nesta terra, é mais do que se entregar à euforia durante alguns dias: é exercitar uma necessidade vital de ter e sentir alegria.









O quase centenário Bloco das Flores animando a Praça do Arsenal


















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