25 de maio de 2012

Rio Tinto: uma viagem no tempo

Por Clênio Sierra de Alcântara



 Jogos da luz dançando na folhagem!
 Do que eu ia escrever até me esqueço...
 Pra que pensar? Também sou da paisagem...

                                       Soneto I. A rua dos cataventos. Mario Quintana



Os estudiosos da história das cidades bem sabem que o surgimento dos núcleos urbanos se deu, ao longo de toda sua evolução, pelos mais diferentes motivos. Algumas delas ganharam corpo a partir da implantação de um porto marítimo – como foi o caso do Recife -; outras foram erguidas para dar suporte à extração de minérios – como bem exemplificam diversas cidades de Minas Gerais -; várias foram simplesmente planejadas, saíram das pranchetas de engenheiros e arquitetos – como Belo Horizonte e a icônica Brasília. Muitas vezes completamente dependentes das atividades comerciais que a elas deram origem, inúmeras dessas cidades ganharam status de “cidades fantasmas” e/ou tiveram de se reinventar quando tais empreendimentos econômicos se enfraqueceram e/ou chegaram mesmo a desaparecer dos seus territórios.




Fotos: Ernani Neves







Localizada a cerca de 54 km de João Pessoa, a bucólica Rio Tinto é uma cidade cujo surgimento e engrandecimento se deram nas primeiras décadas do século XX, a partir da instalação de uma grande fábrica de tecelagem – a Companhia de Tecidos Rio Tinto. A ideia de implantação da tecelagem nesse lugar foi obra do visionário Frederico João Lundgren, um pernambucano do Recife, filho de Herman Lundgren, um sueco que chegou ao Brasil aos vinte anos. A família Lundgren tornou-se proprietária de vastas porções de terra em Pernambuco; e lançou-se com grande empenho no estabelecimento de unidades fabris do ramo têxtil. Como Rio Tinto, a cidade de Paulista, na Região Metropolitana do Recife, abrigou fábricas que empregavam milhares de pessoas.












Quem teve a oportunidade de conhecer essas duas cidades, pôde perceber como os Lundgren, de certa forma, obedeciam a uma, digamos, lógica de ocupação: vários dos edifícios que pertenciam à família eram construídos com uma característica bem marcante: com tijolos vermelhos aparentes, que remetem a edificações europeias antigas, como os castelos medievais. Em Rio Tinto, a fábrica, a Igreja Matriz de Santa Rita de Cássia e outros prédios foram erguidos assim.










Busquei percorrer vários dos logradouros dessa simpática cidade, como a Rua Tenente José de França, mais conhecida como Rua do Patrício. Artéria principal do lugar é ela o corredor de entrada do município; uma via pontuada por palmeiras imperiais que lhe conferem um ar majestoso. Também estive na Praça João Pessoa, onde foi erguida a igreja matriz; e onde repousa soberana uma estátua de Frederico João Lundgren.

Diz-se que RioTinto deve seu nome à cor do Rio Vermelho que o banha. E que o povoado primitivo teve início nas terras que compreenderiam o Engenho Preguiça.

Felizmente Rio Tinto não foi tomada ainda por nenhuma sanha destruidora de edificações do seu passado. Embora inativa, a Companhia de Tecidos Rio Tinto, com suas torres-chaminés enormes – e também de tijolos aparentes – permanece de pé e, ao que parece, sendo ocupada pela Universidade Federal da Paraíba. São inúmeras as casas enfileiradas de alpendre, porta e janela em mais de uma localidade do município, que me fizeram crer, tratarem-se, originalmente, de moradias erguidas para os trabalhadores da falida tecelagem.












De alguma maneira Rio Tinto parece celebrar a memória dos seus fundadores. As bobinas, o maquinário, a fumaça das chaminés, tudo isso passou. Mas cada pedacinho da cidade continua contando a história desse tempo.






35 comentários:

  1. Minha mãe trabalhou nesta tecelagem no ano de 1954 pediu demissão no ano de 1956,o nome dela MARIA DE LOURDES DA CONCEIÇÃO,filha de JOANA MARIA DA CONCEIÇÃO,E JÕAO LUIZ FLORENCIO.se alguem ai de rio tinto souber algo desta familia por favor entre em contato conosco,fobes 11-57929754 tim.e 11-23031349
    agradeço de corçao qualquer noticia
    Shirlei Moreira

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    1. Moro em Rio Tinto, mais infelizmente nao tenho informações desta pessoa, desculpe

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  2. meus avos moravam em rio tinto e meu pai saiu de lá há muito tempo e pretendo encontrar aguem
    da família para que ele possa velos o nome do meu avô é MANOEL FLORENCIO RAMOS e minha avó é
    SEVERINA FLOR JOANA DA CONCEIÇÃO se aguem tiver alguma informação dessa família entre em
    contato por favor pelos fones: (016)99224-3614 ou(016)99127-0996 (claro) agradeço

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  3. minha mãe MARIA DE SOUZA SOARES, tambem trabalhou nesta tecelagem, tinha uma irmã com o nome de Severina e outra com o nome Joana.

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  4. minha mãe MARIA DE SOUZA SOARES, tambem trabalhou nesta tecelagem, tinha uma irmã com o nome de Severina e outra com o nome Joana.

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  5. Muito bom o contexto historico e cultural de Rio Tinto.

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  6. Meu Pai tinha um Bar em frente a Fabrica de Tecido Rio Tinto na Rua da Mangueira!!
    O Bar Seu Abdias.
    Saudade...!!!
    Parabens muito Legal o blog.

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  7. Meu Pai tinha um Bar em frente a Fabrica de Tecido Rio Tinto na Rua da Mangueira!!
    O Bar Seu Abdias.
    Saudade...!!!
    Parabens muito Legal o blog.

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    1. Conheci muito bem o bar de seu Pai, pois trabalhei quase em frente do mesmo , na então Lojas Paulistas, depois Casas Pernambucanas. Em seguida trabalhei em outra esquina da mesma rua da Mangueira, num loja chama Arlindo Cabral em meados da década de 1970.

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  8. Muito bom o contexto historico e cultural de Rio Tinto.

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  9. Sou filho desta terra e muito me orgulha, embora fora há 38 anos morando em João Pessoa, nunca cortei o cordão umbilical com esta terra abençoada. Tenho a família ainda morando e volto com frequência. Já proferi palestras sobre a terrinha pois conheço muito bem sua história. Parabéns pela página.

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  10. Ah, gente, coisa boa ver essa interação com o blog. Escrevo por paixão e interesse e também para difundir conhecimento. Não sei se vocês se dão conta de que os comentários contribuem para enriquecer a história. Muito bom.
    Obrigado.

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  11. Não sei se ainda está ativo esse blog, mas muito me interessa conhecer a história dessa cidade. Morei por volta de um ano, mas foi pouco o tempo para conhecer essa cidade, que de cara me apaixonei.
    Adoraria conhecer mais

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  12. O blog continua superativo. Obrigado pela interação. Volte a Rio Tinto e mergulhe por inteiro na história da cidade.

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  13. Bom dia!
    Por acaso, alguém conhece(u) pessoas da família Pereira Leite em Rio Tinto? Em particular, estou procurando informações de Getúlio Asclepíades Pereira Leite, natural de Santa Cruz (RN), filho de Miguel Leite Pereira e Rita da Conceição Pereira Leite? Getulio Asclepiades criou-se em Rio Tinto mas quando adulto transferiu-se para Camaragibe (PE) onde foi trabalhar numa fabrica de tecelagem (talvez pela experiência na fábrica dos Lungrens ?!) onde casou-se em 1906 com Margarida Rosa de Araujo.

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  14. Estou conhecendo esse blog hoje,estava pesquisando sobre a família Lundgren, porque, minha mãe estava revendo fotos do casamento dela, onde consta fotos dos convidados, e consta pessoas dessa família, especialmente de Alice Lundgren, que ela fala muito bem dela, era uma mulher muito boa, se dava muito bem com as pessoas, excelente caráter. José Humberto Lisboa..... minha mãe se se chama Nely Lisboa, meu pai trabalhou na fábrica TB, se chamava José Amâncio Lisboa(Zé Lisboa). lisboa2302@gmail

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    1. Prezado, minha mãe também trabalhou na fábrica, também tinha uma foto da Sra. Alice Ferreira Lundgren, que era filha do Coronel Arthur Herman Lundgren, também fundador de Rio Tinto. D. Alice, como era conhecida, era casada com Eduardo de Alencar Ferreira, que defendia os interesses da fábrica e foi um dos responsáveis pela luta de emancipação política de Rio Tinto. Minha fala até hoje de uma visita da D. Alice quando do meu nascimento. O Casal Alice/Eduardo, moravam no chalé 02 na praça da vitória, vizinho as instalações do SESI-RIO TINTO. Minha Mãe ainda mora na casa que eu nasci, na antiga rua do Tambor.

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  15. Olá sou filho de Maria Aparecida dos Santo Bispo irmão de Fabrício morei minha vida de infância na rua do tambor sinto muita falta da minha terra fui muito amigo das filha do dono do cinema e fui aluno de um professor que morava na rua da mangueira mas não lembro o nome dele eu gostaria muito de volta à falar com estes meu amigos meu e-mail robertobisporj@Hotmail.com

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    1. Prezado Roberto Bispo, nasci e morei na rua do Tambor, minha mãe ainda mora na mesma casa que nasci. não sei fomos contemporâneos.

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  16. Bom dia, parabens pelo blog, continue postando coisas sobre a cidade de Rio Tinto!!!

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  17. Boa tarde,o meu avô Manoel Pereira de Lima trabalhou nesta fábrica de tecelagem e minha avó Rita de Cassia Pereira de Lima,conhecidos como seu nequinho e dona Ritinha moravam na rua barão do triunfo

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  18. Eu tenho orgulho a dizer q nasci em Rio tinto ,morei na rua barão do triunfo no bloco 3, morei até meus 12 anos de idade,atualmente moro em Caçapava SP meu pai chama-se José Gomes,conhecido como Duda trabalhou na carpintaria da prefeitura e minha mãe chama-se Maria do Carmo,conhecida como Carminha trabalhou como secretária na prefeitura

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  19. Amei essa cidade, atualmente estou executando um serviço nos ar condicionado da universidade federal da paParaí instalada dentro da antiga fafábri de tecelagem,pois ja estou no segundo dia e reparando na arquitetura dessa cidade estou deslumbrado,penso até em vir viver aqui!... beleza de cidade...

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  20. Rio tinto , fui nascido e criado,
    Mas hoje não sinto mais vontade de ir a Tio tinto, pois meu pai foi covardemente assassinado , enquanto dormia, o perito que esteve no local não examinou o corpo como deveria, mas eu descobri quem fez ,poi o assassino do meu pai , o mesmo me ameaçou , Além disso não é só uma pessoa envolvida, sao quatro pessoas , más não posso falar quem são pra não colocar em risco minha família.

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  21. Nasci E moro em praia de Campinas a praia pertencente à Rio tinto.

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  22. Minha mãe era filha de rio tinto,tra balhou na fábrica,seu nome era Francisca Vieira de Souza, tinha duas irmãs e um irmão Jorge,Helena e Eunice. Caso alguém conheça algumas pessoas destas família,passe meu contato 87 999487956.José Vieira de Souza.

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  23. Meu Avô materno trabalhou nessa fábrica. Seu João, casado com Dona Celina e Pai de Zezinho, Têca, Bila, Lia, Nino e Rejane.

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  24. Meu avô Rafael paiva trabalhou nessa fábrica meu pai Adalberto paiva nasceu em rio tinto um dia pretendo visitar a cidade se alguém da familia se indentificar meu número é 021 979005938

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  25. Meu avô quem fez porta da igreja de Rio Tinto! José Corrêa Pontes( ele era marceneiro) Já estive na cidade é claro fui ver de perto essa beleza.

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  26. Meu avô, austríaco, se estabeleceu em Rio Tintono ínicio do século passado, para trabalhar como eletricista. Nunca mais retornou à Áustria. Casou-se, teve 6 filhos, que adolescentes foram todos embora para o Rio de Janeiro. Ele viveu em Rio Tinto até seu falecimento, na década de 60. Eu mesma não o conheci. Um dia irei visitar Rio Tinto!

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  27. Minha avó nasceu em rio tinto,o nome dela era Josefa Rodrigues filha de José Rodrigues Correa e a avó chamava-se Cecília.
    Ela veio pra Recife e viveu aqui até a data de seu falecimento.Gostaria de saber mais da família dela.

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  28. Olá, busco por uma ajuda, procuro pela família de uma senhora chamada Elvira, não sei seu sobrenome, apenas sei que a mesma era proprietária de um local que vendia refeições na lateral do mercado público da Cidade, preciso encontrar alguma informação, caso alguém conheça responda por favor!!!

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  29. Boa noite!
    Quando se aposentou, meu pai escolheu viver perto de Rio Tinto.
    Já visitei várias vezes, pois é uma linda cidade!
    Ouvi histórias sobre construções de túneis subterrâneos da época da segunda guerra mundial para abrigar alemães.
    Gostaria de saber se alguém sabe se são reais ou só mais uma lenda urbana.

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