18 de maio de 2013

A pequena Camocim de São Félix

Por Clênio Sierra de Alcântara


Fotos:  Ernani Neves


Distando a cerca de 133 km do Recife a acanhada cidade de Camocim de São Félix foi durante muito tempo território do município de Bezerros, tendo alcançado sua emancipação em 30 de dezembro de 1953, pela Lei estadual nº 1818.


Av. Siqueira Campos



No período em que era apenas um povoado denominava-se Camocim; alcançando a categoria de vila era designada como vila de Camocituba; ao elevar-se a município e cidade, passou a chamar-se Camocim de São Félix; e foi instalado administrativamente em julho de 1954, conforme vai dito na Enciclopédia Brasileira dos Muncicípios.





Quando empreendeu pesquisas para o seu Dicionário corográfico, histórico e estatístico de Pernambuco, Sebastião de Vasconcellos Galvão assim descreveu esse espaço: “É logar florescente, com uma feira, semanalmente, e, em 1905, possuía em seu âmbito umas 100 casa, 6 estabelecimentos commerciaes”.


Av. Agamenon Maglhães


Foi o próprio Sebastião de Vasconcellos Galvão quem registrou as seguintes explicações a respeito da origem do nome Camocim: vocábulo indígena derivado, segundo Martius, de caa, pau, e mocine, polir – significando pau lavrado; segundo José de Alencar, em seu livro Iracema, trata-se de corruptela da co, buraco, ambyra, defunto, e anhotim, enterrar; enquanto B. Rodrigues diz que vem do nome Camotim, pote, mudando o t em c, por eufonia.






Na manhã do dia 9 de março, ocasião em que percorri esse pequeno mundo, a Av. Siqueira Campos estava bastante agitada. Essa via é uma das principais do lugar; é nela que se encontram o grosso dos estabelecimentos comerciais e a sede do executivo municipal; e é voltada para ela que está a Igreja Matriz de São Félix, padroeiro da cidade.






O falante José Moreirão




Natural do município, José Moreirão, um sujeito bastante extrovertido, trocou uma ideia comigo defronte ao seu bar, na Rua Clementino Semente, onde um grupo de idosos conversava na pracinha com aquele vagar de quem já não está nem aí para o transcurso do tempo, na base do que vier é lucro.





Assim como a Av. Siqueira Campos, a Av. Agamenon Magalhães também apresenta o canteiro central arborizado. De resto, o espaço da cidade é quase que todo desprovido de árvores. Talvez isso se deva porque a maioria das casas apresenta quintais muito diminutos; ou porque seus moradores consideram que, por terem a paisagem rural tão próxima deles, as árvores não fazem falta na paisagem urbana.













Chamou-me a atenção, nas várias ruas que atravessei, a presença, para mim incômoda, das fachadas de muitas casas revestidas por um tipo bastante comum de cerâmica que, a meu ver, tira a graciosidade das moradas simples que são um encanto quando se apresentam apenas pintadas.





Deixei Camocim de São Félix percorrendo uma estrada pela qual algum dia hão de chegar os recursos que farão com que ela perca seu acanhamento e comece realmente a progredir, ganhar corpo, se desenvolver.

2 comentários:

  1. O grande problema de Camocim de São Félix, ao meu ver Clênio, é a mui-
    to tempo, a falta de visão de seus governantes com respeito a transfor
    má-la em uma estância turística dentro do estado de Pernambuco. A cida de é bonita, bem dividida, tem clima frio o ano tôdo, sendo ideal prá construção de hotéis,pousadas, e atrações e eventos, como feiras de artesanato local um festival de inverno. Conheço a cidade desde o ano de 1980, e ela pouco se desenvolveu culturalmente por conta de uma visão política estreita de seus governantes, em não de-senvolver idéias de aproveitar esse potencial climático que a mesma dispõe. lamentável, muito lamentável.

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    1. Concordo, e muita gente pensa o mesmo, inclusive até já comentei com uns amigos de como seria legal ter alguma atração naquele monte daqui; sendo hotel, chalés, tirolesa, balões (como aqui do lado em Bonito); atrações culturais etc, e num bairro novo que estão fazendo, também daria pra ter algo atrativo lá, mas é como você falou, a visão ainda é muito limitada.

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