28 de novembro de 2025

A propósito de golpismo e outros males que assolam o Brasil

 Por Sierra


Foto: Pedro Ladeira/Folhapress
Superintendência da Polícia Federal, em Brasília, onde o golpista Jair Messias Bolsonaro, o Capitão Cloroquina que é Imbrochável, Incomível e Imorrível, mas não é Imprendível, se encontra preso para felicidade geral da nação



Nesta semana o Brasil assistiu a um acontecimento até então inédito em nossa História: militares de alta patente das Forças Armadas foram presos porque cometeram o crime de planejar um golpe de Estado, algo que homens fardados fizeram mais de uma vez e em diferentes épocas de nossa trajetória.

De tal maneira habituados a fazer e acontecer e tudo ficar por isso mesmo, o alto oficialato do Exército, em particular, atravessou o século XX estabelecendo e determinando rumos governamentais no Brasil desde o ato inaugural da Proclamação da República, em 1889. E esse, por assim dizer, protagonismo de resultados, sempre se impôs com movimentos de intimidação e ameaça de uso da força mesmo quando isso se dava de modo, digamos, não belicista e, sim,pelo tom de fala e movimentos de bastidores das cúpulas dos poderes, com manobras que deixavam os militares posanddo como fiéis da balança, como se viu na ascensão e posterior queda de Getúlio Vargas, detidamente com o apoio deles para o estabelecimento do Estado Novo (137-1945), o governo ditatorial que eles ajudaram aerguer e a derrubar.

 Na esteira disso, vivendo sob esse véu sombrio, nosssa jovem demcoracia foir percorrendo os anos, de 1985 para cá, vendo, aqui e ali, de maneira esporádica e sazonal, viúvos e outros saudosos dos "tempos da Ditadura darem opiniões, pitacos e até pedirem intervenção militar no país quando, vez por outra, setores governamentais atravessavam períodos de turbulência, como se eles, os militares, quisessem dizer e deixar bem claro, que somente eles é que eram competentes e capazes de comandar, ops, governar esta nação.

De uns anos para cá o Brasil mergulhou outra vez num pesadelo que parecia que iria descambar noutro período sombrio, onde os fundamentos da democracia e a liberdade e os direitos civis individuais não teriam valia. Ao surgir para o grande público, na segunda metade da década passada, Jair Messias Bolsonaro, então um deputado federal medíocre e irrelevante e oriundo do Exército, de onde foi praticamente excluído, pôs-se a inflamar os ânimos de uma sociedade que, em parte, além de estar insatisfeita com as administrações recentes do governo federal, era, também ela, assim como ele, saudosa da Ditadura Militar. E o que se viu, a partir daí, foi o desenrolar de uma ópera tragicômica cujo figurino era predominantemente verde e amarelo e o fundo musical era o Hino Nacional Brasileiro.

O espetáculo com todos os seus ingredientes autoritários, misóginos, homofóbicos, racistas e etc., primeiro, levou o falastrão adorador do torturador Carlos Alberto Brilhante Ustra para a Presidência da República, onde ele exercitou um pouco mais o seu mau-caratismo e a sua infâmia e deonde arregimentou muitos militares  - ele constantemente se referia ao "meu Exército" - para integrar o seu malfadado desgoverno. Foram quatro anos de tensão permanente; tempo esse em que Jair Messias Bolsonaro, que era Messias, mas não fazia milagres, como ele, com seu sorriso de lagarto, costumava dizer, vez e outra fazia ameaças aos membros do Supremo Tribunal Federal (STF) dizendo que todos os poderes da República deveriam se manter atuando dentro das "quatro linhas", muito embora ele quisesse mandar e controlar absolutamente tudo.

Aconteceu que, derrotado nas urnas no pleito seguinte e inconformado com esse fato, ele se juntou com um punhado de outros inimigos da democracia para,s egundo investigações policiais, promover um golpe de Estado, trama essa na qual cabia um plano de assassinato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, do seu vice Geraldo Alckmim, e do ministro Alexandre de Moraes, do STF.

Ocorreu que, como acontece com quase tudo onde ele atua, deu tudo errado. Assim como fracassou como marido, deputado federal e presidente da República, Jair Messias Bolsonaro, o tal que é Messias, mas não faz milagres, só coisas ruins, foi investigado, julgado, condenado e preso, arrastando com ele um punhado de energúmenos contrários à manutenção do Estado democrático de direito, entre os quais generaiss do Exército e um almirante da Marinha - outros serão presos daqui a alguns dias -, militares de alto coturno esses que aderiram ao plano golpista de Seu Jair, o Capitão Cloroquina, o Imbrochável, o Imorrível, o Incomível que, vejam só, acabou preso, porque não é Imprendível.

Num ano em que festejamos os 40 anos do fim da Ditadura Militar e o Oscar recebido pelo filme Ainda estou aqui, que contou o drama da família de Rubens Paiva, que foi assassinado pelos militares, 2025 este no qual recordamos também os 50 anos do igualmente assassinado pela Ditadura Militar, o jornalista Vladimir Herzog, a prisão de militares de alta patente das Forças Armadas e inimigos da democracia, é algo realemtne auspicioso.

Viva a democracia!

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