11 de novembro de 2011

Edson Nery da Fonseca e Gilberto Freyre: dois grandes sedutores



Por Clênio Sierra de Alcântara


Fotos: Ernani Neves


Teve lugar ontem, às 19:00 h, na Livraria Cultura, do Recife, o lançamento do livro O grande sedutor - escritos sobre Gilberto Freyre de 1945 até hoje, com artigos de Edson Nery da Fonseca, que foram reunidos, revistos e organizados pelo autor destas linhas, que também assinou o posfácio.




Amigos durante mais de quarenta anos, Gilberto e Edson como que se irmanaram. O longo fio que alinhava os mais de cem textos que compõe essa obra é, sem dúvida alguma, a força da fidelidade com que Edson Nery da Fonseca defende não apenas as ideias, mas também a pessoa de Gilberto Freyre.

Para mim, que sou um apreciador e tanto do universo freyriano, foi uma honra imensa ter participado de um projeto reunindo essas duas grandes personalidades da cultura brasileira. A coerência com que Edson trata dos assuntos que aborda impressiona o leitor que é dado à riqueza de detalhes. Pode-se dizer que há, na escrita desse recifense quase noventão, uma precisa junção da delicadeza com a argúcia. As palavras saem de sua pena  como que animadas, mesmo quando elas fazem as críticas mais severas.




Minha mãe Cleonice e Edson



Victor, Bárbara e eu brindando pela vida também


Ontem foi um momento de celebração. Estavam lá a minha mãe Cleonice de Alcântara, amigos do Edson, meus amigos e nossos amigos em comum. Que bom reencontrar a Isabel Oliveira e o Bruno César, colegas do tempo da faculdade, que sempre foram muito gentis para comigo. E o que dizer do Andrade, que me presenteou naquela hora "noturna e mágica", como diria o poeta Joaquim Cardozo, com uma coletânea da Dolores Duran intitulada "A noite do meu bem"?







Só quem tem acompanhado de perto a vida do Edson sabe o quanto foi difícil para ele estar ali, porque, do mês retrasado para cá, ele enfrentou sérios problemas de saúde. Por outro lado, eu, a sua irmã Lúcia, o bem-humorado Anco Márcio, o solícito Holmes do Rego Barros, a bela e esforçada editora Bárbara Cassará, as sobrinhas dele Maria Luiza e Lúcia Maria, e o sempre gentil Victor Villon, sabíamos o quanto que aquele momento era importante para ele, porque, para alguém que fez dos livros o alicerce de sua vida, só poderia mesmo sentir-se bem estando em meio a milhares deles.






Ver o Edson Nery da Fonseca ali sentado, à espera dos seus convidados, com a postura elegante de um lorde inglês que ele ainda mantém, foi, para mim, um momento de grande regozijo.

Havia no céu, na noite de ontem, uma lua enorme e arrebatadora. Mas ela nem de longe poderia rivalizar com a imensa alegria e satisfação que me tomavam naquela ocasião.
Muito obrigado, senhor Edson Nery da Fonseca.





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