6 de março de 2014

E acabou, foi?

Por Clênio Sierra de Alcântara


Olinda, quero cantar
A ti, esta canção
Teus coqueirais, o teu sol, o teu mar
Faz vibrar meu coração
De amor a sonhar, minha Olinda sem igual
Salve o teu Carnaval.

                                  Olinda nº 2 (Hino do Elefante). Clídio Nigro/Clóvis Vieira



                          Especialmente para Eder Oliveira, folião estreante no Carnaval pernambucano




Fotos: o autor do texto                     Na frente da Prefeitura todo mundo quer passar


O grande escritor norte-americano Ernest Hemingway, que integra a minha ainda modesta biblioteca, proclamou para quem quisesse ler e ouvir que Paris é uma festa. Na verdade, querido, Hemingway, a vida é que é uma festa; a vida é que merece ser reverenciada, louvada, celebrada; a vida é que deve ser sempre desejada, como dizia o Gonzaguinha.




É muita gente, visse!


Subindo a Rua 15 de Novembro


Muitos não se dão conta de que, mesmo quando estamos comemorando o aniversário de alguém, participando de um arraial junino, tomando parte em celebrações religiosas, brincando durante o Carnaval e atuando em diversos outros ajuntamentos festivos, estamos, fundamentalmente, exaltando a vida e anunciando ao mundo que são essas coisas que nos movem e de alguma forma nos mantêm confiantes para enfrentar todas as adversidades que o dia a dia nos impõe.



Lá vem o povo



E vem chegando mais


A multidão tomando o Largo do Amparo





A mim me conforta – e anima – encarar a vida dessa maneira. E é em virtude dessa postura que imprimi ao meu viver, que eu procuro aproveitar ao máximo a vida que tenho. Não pensem que eu sou uma pessoa sem limites. De jeito nenhum. Quero saber onde piso; e, sobretudo, saber com quem ando. Resumo da ópera: a verdade é que eu preciso de muito pouco para ser feliz.


Anda povo, que eu quero andar também



Prepare as canelas porque tem mais ladeira















Os bonecos chegando para a festa

A fim de aproveitar ao máximo o reinado de Momo, montei base no sítio histórico de Olinda. E, meus amigos, vocês não fazem ideia do tanto que eu me diverti cantando, dançando e acompanhando os blocos que subiam e desciam as ladeiras da Marim dos Caetés. E, nessas andanças todas, encontrei uma radiante Aline Falcão conduzindo um maracatu na Rua de São Bento. Assisti ao desfile dos bonecos gigantes na Rua do Amparo ao lado de Lia de Itamaracá, Toinho, Telma e Caulery. Conheci o gaúcho de Erechim, muito gente boa, Eder Oliveira, subindo a Ladeira de São Francisco com seus olhinhos infantis, olhos de menino curioso que tudo quer ver. Descansei as pernas ao lado de uma Cêça danadinha na escadaria da Igreja do Carmo. E ainda topei com uma esfuziante Silvia - que estava acompanhada por suas amigas Maria e Olga - quando retornei ao Largo do Amparo.












Aline Falcão conduzindo o maracatu





Sorria porque a festa também é sua







Grupo de mascarados




Quanta ladeira, Olinda, quanta ladeira!








Cansou, foi? Tem mais ladeira, visse!







Pernambuco imortal, imortal!





Silvia, Maria e Olga: alegria é o que não pode faltar




Lia de Itamaracá à espera dos bonecos gigantes


O Carnaval é provavelmente a manifestação cultural mais intensa e envolvente do Brasil. As máscaras, os corpos pintados, as fantasias, as troças, os blocos líricos, o maracatu, o frevo, os caboclinhos, o samba, a ciranda, a irreverência, a espontaneidade, as músicas, os protestos bem-humorados, enfim, tudo isso me atrai como um grande ímã. E dos carnavais que eu conheço, nenhum supera o de Olinda. As pessoas que se dirigem para o sítio histórico vão para lá porque gostam mesmo da folia; e porque sabem que lá terão livre acesso: não precisarão comprar camisa-ingresso, vestir abadá, sentar em arquibancadas e nem ficar confinada em um cordão de isolamento. A marca principal do Carnaval de Olinda é a liberdade. Ah, como isso é bom!




Eu e Silvia num registro feito por Maria - ou foi por Olga? E eu me lembro



Toinho, Telma e Lia



Toinho, Lia e eu: alegria verdadeira


Telma no passo do frevo




Salve, salve rainha!


Eu peguei o chapelão de Toinho emprestado


Eu não sei dançar tão devagar pra te acompanhar









Os mafiosos

Esse Toinho não para a boca

Telma, Toinho vai deixar tu gorda, danada!








Em Olinda o folião começa foliãozinho


Garantindo a batida de amanhã






Quanto riso, oh, quanta alegria!

















Carregar um boneco gigante não é moleza, não












































Cinderela! Ôxe, mainha!








Igreja da Sé: um bom ponto de encontro













Menino, até os Smurfs vieram para cá, vôte!




Eder: de Erechim para as ladeiras de Olinda - e sem chimarrão



A sede da Prefeitura




Pode voltar, amigo, que o Carnaval daqui é bom demais!




Reginaldo Rossi ressuscitou para cantar no Carnaval




Até Osama Bin Laden foi se divertir em Olinda



Saiba que o meu grande amor, hoje vai se casar...

















Cêça, tás cansadinha é nêga?








O irremediável, meus amigos, não se remedia. “Por que procurar a tristeza, se ela chega sem ser convidada?”, me disse certa vez o meu amigo Anco Márcio Tenório Vieira. As vicissitudes do cotidiano já tiraram de mim várias coisas boas. Eu mesmo me desfiz de algumas por conta própria. Não tenho por que me ver refém do imponderável. Nenhuma morte, nenhuma contrariedade, nenhuma doença, nenhum estraga-prazer, nenhum fracasso, nenhuma pessoa ruim, nenhuma conta a pagar, nenhum aborrecimento me perturba durante muito tempo, porque eu sou incorrigivelmente apaixonado pela vida e movido pela alegria. Eu nunca abro mão, de jeito nenhum, da alegria.

Como celebraria Manuel Bandeira: Evoé Momo!





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