Por Clênio Sierra de
Alcântara
Olinda, quero cantar
A ti, esta canção
Teus coqueirais, o teu sol, o teu mar
Faz vibrar meu coração
De amor a sonhar, minha Olinda sem igual
Salve o teu Carnaval.
Olinda nº 2 (Hino do Elefante). Clídio Nigro/Clóvis Vieira
Especialmente para Eder Oliveira, folião estreante no Carnaval
pernambucano
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Fotos: o autor do texto Na frente da Prefeitura todo mundo quer passar |
O
grande escritor norte-americano Ernest Hemingway, que integra a minha ainda
modesta biblioteca, proclamou para quem quisesse ler e ouvir que Paris é uma
festa. Na verdade, querido, Hemingway, a vida é que é uma festa; a vida é que
merece ser reverenciada, louvada, celebrada; a vida é que deve ser sempre
desejada, como dizia o Gonzaguinha.
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É muita gente, visse! |
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Subindo a Rua 15 de Novembro |
Muitos
não se dão conta de que, mesmo quando estamos comemorando o aniversário de
alguém, participando de um arraial junino, tomando parte em celebrações
religiosas, brincando durante o Carnaval e atuando em diversos outros
ajuntamentos festivos, estamos, fundamentalmente, exaltando a vida e anunciando
ao mundo que são essas coisas que nos movem e de alguma forma nos mantêm
confiantes para enfrentar todas as adversidades que o dia a dia nos impõe.
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Lá vem o povo |
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E vem chegando mais |
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A multidão tomando o Largo do Amparo |
A
mim me conforta – e anima – encarar a vida dessa maneira. E é em virtude dessa
postura que imprimi ao meu viver, que eu procuro aproveitar ao máximo a vida
que tenho. Não pensem que eu sou uma pessoa sem limites. De jeito nenhum. Quero
saber onde piso; e, sobretudo, saber com quem ando. Resumo da ópera: a verdade
é que eu preciso de muito pouco para ser feliz.
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Anda povo, que eu quero andar também |
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Prepare as canelas porque tem mais ladeira |
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Os bonecos chegando para a festa |
A
fim de aproveitar ao máximo o reinado de Momo, montei base no sítio histórico
de Olinda. E, meus amigos, vocês não fazem ideia do tanto que eu me diverti
cantando, dançando e acompanhando os blocos que subiam e desciam as ladeiras da
Marim dos Caetés. E, nessas andanças todas, encontrei uma radiante Aline Falcão
conduzindo um maracatu na Rua de São Bento. Assisti ao desfile dos bonecos
gigantes na Rua do Amparo ao lado de Lia de Itamaracá, Toinho, Telma e Caulery.
Conheci o gaúcho de Erechim, muito gente boa, Eder Oliveira, subindo a Ladeira
de São Francisco com seus olhinhos infantis, olhos de menino curioso que tudo
quer ver. Descansei as pernas ao lado de uma Cêça danadinha na escadaria da
Igreja do Carmo. E ainda topei com uma esfuziante Silvia - que estava
acompanhada por suas amigas Maria e Olga - quando retornei ao Largo do Amparo.
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Aline Falcão conduzindo o maracatu |
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Sorria porque a festa também é sua |
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Grupo de mascarados |
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Quanta ladeira, Olinda, quanta ladeira! |
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Cansou, foi? Tem mais ladeira, visse! |
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Pernambuco imortal, imortal! |
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Silvia, Maria e Olga: alegria é o que não pode faltar |
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Lia de Itamaracá à espera dos bonecos gigantes |
O
Carnaval é provavelmente a manifestação cultural mais intensa e envolvente do
Brasil. As máscaras, os corpos pintados, as fantasias, as troças, os blocos
líricos, o maracatu, o frevo, os caboclinhos, o samba, a ciranda, a
irreverência, a espontaneidade, as músicas, os protestos bem-humorados, enfim,
tudo isso me atrai como um grande ímã. E dos carnavais que eu conheço, nenhum
supera o de Olinda. As pessoas que se dirigem para o sítio histórico vão para
lá porque gostam mesmo da folia; e porque sabem que lá terão livre acesso: não
precisarão comprar camisa-ingresso, vestir abadá, sentar em arquibancadas e nem
ficar confinada em um cordão de isolamento. A marca principal do Carnaval de
Olinda é a liberdade. Ah, como isso é bom!
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Eu e Silvia num registro feito por Maria - ou foi por Olga? E eu me lembro |
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Toinho, Telma e Lia |
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Toinho, Lia e eu: alegria verdadeira |
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Telma no passo do frevo |
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Salve, salve rainha! |
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Eu peguei o chapelão de Toinho emprestado |
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Eu não sei dançar tão devagar pra te acompanhar |
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Os mafiosos |
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Esse Toinho não para a boca |
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Telma, Toinho vai deixar tu gorda, danada! |
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Em Olinda o folião começa foliãozinho |
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Garantindo a batida de amanhã |
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Quanto riso, oh, quanta alegria! |
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Carregar um boneco gigante não é moleza, não |
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Cinderela! Ôxe, mainha! |
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Igreja da Sé: um bom ponto de encontro |
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Menino, até os Smurfs vieram para cá, vôte! |
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Eder: de Erechim para as ladeiras de Olinda - e sem chimarrão |
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A sede da Prefeitura |
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Pode voltar, amigo, que o Carnaval daqui é bom demais! |
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Reginaldo Rossi ressuscitou para cantar no Carnaval |
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Até Osama Bin Laden foi se divertir em Olinda |
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Saiba que o meu grande amor, hoje vai se casar... |
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Cêça, tás cansadinha é nêga? |
O
irremediável, meus amigos, não se remedia. “Por que procurar a tristeza, se ela
chega sem ser convidada?”, me disse certa vez o meu amigo Anco Márcio Tenório
Vieira. As vicissitudes do cotidiano já tiraram de mim várias coisas boas. Eu
mesmo me desfiz de algumas por conta própria. Não tenho por que me ver refém do
imponderável. Nenhuma morte, nenhuma contrariedade, nenhuma doença, nenhum estraga-prazer,
nenhum fracasso, nenhuma pessoa ruim, nenhuma conta a pagar, nenhum
aborrecimento me perturba durante muito tempo, porque eu sou incorrigivelmente
apaixonado pela vida e movido pela alegria. Eu nunca abro mão, de jeito nenhum,
da alegria.
Como
celebraria Manuel Bandeira: Evoé Momo!
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