Por Clênio Sierra de Alcântara
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Foto: Juliano da Hora Lia de Itamaracá no alpendre que se manteve de pé do seu Centro Cultural |
Na
noite do último sábado foi dada a largada da campanha “Nós queremos cirandar”
com o lançamento do site www.liadeitamaraca.com.br.
Tal campanha, como eu esclareci noutra ocasião, foi planejada com o propósito
de arrecadar fundos que se destinarão à reconstrução do Centro Cultural Estrela
de Lia – CCEL, que existia na beira-mar do bairro de Jaguaribe, na Ilha de
Itamaracá, onde mora a famosa cirandeira Lia, e do qual a maior parte da
estrutura desmoronou em janeiro passado.
Dado
o seu caráter de forte apelo agregador e dinamizador principalmente da
população local – não é, portanto, força de expressão dizer que o espaço está
fazendo falta para a comunidade – o CCEL, mais do que um centro cultural
irradiador da ciranda e de outros folguedos populares, funcionava com um espaço
de cidadania no qual eram oferecidos cursos de capacitação profissional e
apresentadas palestras sob os mais diversos temas, como sexualidade e
preservação ambiental.
Quando
fui convidado a tomar parte no grupo organizador da campanha – convite que
partiu do produtor de Lia, o hiperativo Beto Hees -, aceitei o desafio de
imediato por uma série de razões da qual eu quero destacar apenas duas: minha grande
admiração por Lia de Itamaracá; e por eu crer que as manifestações da cultura
popular precisam receber todo o apoio necessário para que se mantenham vivas e
atuantes. Foi principalmente por isso que me juntei a pessoas do quilate e do
talento de Demétrio Albuquerque, Roger de Renor, Lúcia dos Prazeres, Nilton
Pereira, Juliano da Hora, Josemilton da Costa e outros para tocarmos esse
projeto, confiante de que alcançaremos nosso objetivo, que é devolver à Ilha
de Itamaracá um espaço da importância do CCEL.
Quem
acessar o site da campanha tomará conhecimento de que existem duas contas correntes
que receberão doações em dinheiro; mas isso não significa dizer que deixaremos
de aceitar também outros tipos de recursos, como material de construção, por
exemplo, mobiliário e toda a sorte de objetos que serão utilizados para equipar
o centro cultural. Além disso, será disponibilizado, naquele domínio da
internet, tudo o que estiver relacionado com o andamento da campanha: o capital
arrecadado; a aplicação dos recursos; e as ações visando a dinamização do projeto – por exemplo: estamos planejando um show, na Sala de Reboco, que contará
com a participação de artistas convidados com o fito de que parte da renda
obtida com a venda dos ingressos seja revertida para a campanha. Outra ação com
igual objetivo deverá ter lugar no Cinema São Luiz do Recife, onde pretendemos
fazer sessões de exibição de filmes e documentários nos quais Lia fez
participação.
Nossa
pretensão é de que a campanha atinja os mais diversos públicos; e esperamos que
a causa seja abraçada pelo maior número de pessoas possível, afinal, ninguém
dança ciranda sozinho: para dançar ciranda, damos as mãos uns aos outros e
formamos uma grande e animada roda.
Então,
caro leitor, se anime e venha cirandar conosco.
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