29 de março de 2014

Nós queremos cirandar

Por Clênio Sierra de Alcântara



Foto: Juliano da Hora                      Lia de Itamaracá no alpendre que se manteve de pé do seu Centro Cultural                                                                              

Na noite do último sábado foi dada a largada da campanha “Nós queremos cirandar” com o lançamento do site www.liadeitamaraca.com.br. Tal campanha, como eu esclareci noutra ocasião, foi planejada com o propósito de arrecadar fundos que se destinarão à reconstrução do Centro Cultural Estrela de Lia – CCEL, que existia na beira-mar do bairro de Jaguaribe, na Ilha de Itamaracá, onde mora a famosa cirandeira Lia, e do qual a maior parte da estrutura desmoronou em janeiro passado.

Dado o seu caráter de forte apelo agregador e dinamizador principalmente da população local – não é, portanto, força de expressão dizer que o espaço está fazendo falta para a comunidade – o CCEL, mais do que um centro cultural irradiador da ciranda e de outros folguedos populares, funcionava com um espaço de cidadania no qual eram oferecidos cursos de capacitação profissional e apresentadas palestras sob os mais diversos temas, como sexualidade e preservação ambiental.

Quando fui convidado a tomar parte no grupo organizador da campanha – convite que partiu do produtor de Lia, o hiperativo Beto Hees -, aceitei o desafio de imediato por uma série de razões da qual eu quero destacar apenas duas: minha grande admiração por Lia de Itamaracá; e por eu crer que as manifestações da cultura popular precisam receber todo  o apoio necessário para que se mantenham vivas e atuantes. Foi principalmente por isso que me juntei a pessoas do quilate e do talento de Demétrio Albuquerque, Roger de Renor, Lúcia dos Prazeres, Nilton Pereira, Juliano da Hora, Josemilton da Costa e outros para tocarmos esse projeto, confiante de que alcançaremos nosso objetivo, que é devolver à Ilha de Itamaracá um espaço da importância do CCEL.

Quem acessar o site da campanha tomará conhecimento de que existem duas contas correntes que receberão doações em dinheiro; mas isso não significa dizer que deixaremos de aceitar também outros tipos de recursos, como material de construção, por exemplo, mobiliário e toda a sorte de objetos que serão utilizados para equipar o centro cultural. Além disso, será disponibilizado, naquele domínio da internet, tudo o que estiver relacionado com o andamento da campanha: o capital arrecadado; a aplicação dos recursos; e as ações visando a dinamização do projeto – por exemplo: estamos planejando um show, na Sala de Reboco, que contará com a participação de artistas convidados com o fito de que parte da renda obtida com a venda dos ingressos seja revertida para a campanha. Outra ação com igual objetivo deverá ter lugar no Cinema São Luiz do Recife, onde pretendemos fazer sessões de exibição de filmes e documentários nos quais Lia fez participação.

Nossa pretensão é de que a campanha atinja os mais diversos públicos; e esperamos que a causa seja abraçada pelo maior número de pessoas possível, afinal, ninguém dança ciranda sozinho: para dançar ciranda, damos as mãos uns aos outros e formamos uma grande e animada roda.

Então, caro leitor, se anime e venha cirandar conosco.

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