28 de maio de 2015

A alegria não é um prêmio de loteria: entrevista com João Fumaça

Por Clênio Sierra de Alcântara




Em duas ocasiões – dias 21 e 22 de outubro de 2013 – eu estive na companhia, na animada e boa companhia de João Evangelista, popularmente conhecido como João Fumaça, na ocasião em que eu visitava a boa e acolhedora cidade de Aracaju, capital de Sergipe.






Natural de Aquidabã, que dista a cerca de 98 km da capital sergipana, João Fumaça mantém há vários anos um box no grande Mercado  Governador Albano Franco – o espaço é imenso; e nele se encontra quase de tudo: roupas, hortifrutigranjeiros, eletroeletrônicos, etc. -, no qual comercializa livros e revistas usados.


João ainda estava na barriga de sua mãe quando seu pai se matou ingerindo veneno. Cinco anos depois ocorreu o falecimento de sua genitora. Num dos livretos que escreveu e publicou, A história de Fumaça, o filho órfão (de pai e mãe) de Aquidabã, ele registrou que “foi para cidade esmolar para enterrar sua mãezinha” (p. 02).







Mesmo tendo enfrentado dissabores tão severos como esses, João Fumaça é um homem alegre, expansivo. Fala ele mais do que o homem da cobra, como dissemos por aqui; e, se deixarmos, a conversa com ele é de um nunca acabar. Eta João danado! Dei muitas risadas enquanto conversávamos. João trabalhou como sapateiro; foi funcionário da Prefeitura de Aquidabã na década de 60; assumiu  mandato de vereador no decênio seguinte; tocou em banda de música; foi camelô em feiras livres; e por aí vai. Casou e teve dez filhos – dois já faleceram: João e Jorge.

No cordel A história de João Fumaça, um órfão e exemplo de vida, filho de Aquidabã, o poeta João Firmino Cabral, já falecido – estive na banca na qual ele trabalhava e conheci o seu filho Joelson Santana Cabral – escreveu:

Na querida Aquidabã
Sempre fui considerado
Como um cidadão pacato
Humilde porém honrado
De tudo fiz pra viver
Mas não fiz ninguém dizer:


- Fumaça é um depravado (p. 07).






Foi essa criatura bastante animada e cheia de vida que concedeu a entrevista que segue no Sebão do Fumaça.


Por que o senhor veio para Aracaju?
Minha família tava crescendo e aqui tem mais campo para trabalho.

Chegou quando?
Em 1973. Eu vendi a casa onde morava e comprei uma aqui, no bairro Dezoito do Forte. [Nos livretos é informado que ele chegou a Aracaju em 1977].

Qual foi seu primeiro emprego na capital?
Cobrador de ônibus.

Das ocupações todas que teve de qual o senhor mais gostava?
Esta de sebista.

Como começou a escrever a sua história?
Comecei porque todo homem tem que escrever a sua história. Eu li livros. Gosto de cordel. E comecei a escrever a minha história. Sou casado, tive dez filhos – oito vivos.

Quando foi que começou a montar o sebo e por quê?
Nos anos 50 eu comecei a ler jornal que vinha enrolado no sabão e não podia comprar livro nem revista. Com o tempo eu comecei a comprar e juntar. Eu tinha uma barraca na Rua Santa Rosa. Passei uns quinze anos; os filhos tomavam conta. Quando houve uma reforma no lugar, quem comercializava lá foi transferido pra cá.

E as vendas?
As vendas não são boas; lá era melhor; mas eu quero manter a tradição.

O senhor é religioso?
Sou católico, devoto de Santo Antônio.

De onde vem tanta alegria?
Da fé em Deus, que tenho toda hora. Eu nasci assim. Não quero ganhar na loteria se for para perder a fé em Deus.



[O ano em que João nasceu é um mistério: 1936 ou 1938? Bom, eu sei, mas não vou contar porque ele me pediu segredo].

Um comentário:

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