Por Clênio Sierra de
Alcântara
Fotos: do autor Av. Nossa Senhora de Copacabana - Copacabana - Rio de Janeiro, outubro de 2014 |
Algo que aprendi desde cedo foi que devemos olhar com atenção os avisos que são postos em diferentes lugares, como margens de rodovias, edificações, halls e salas de recepção, etc., as placas, os cartazes e toda ordem de linguagem comunicativa de antemão nos põem de imediato com esclarecimentos para que possamos saber como agir nas mais diversas situações.
Em todos os veículos que integram o sistema de transporte púbico de passageiros no Brasil são postos mais de um indicativo para marcar os chamados “assentos preferenciais”, que são aqueles reservados para idosos, gestantes e mulheres com criança de colo, deficientes físicos e mentais e obesos. Às vezes além da informação textual e dos adesivos com desenhos afixados nos vidros das janelas ou noutros pontos, esses assentos recebem uma cor diferenciada com relação aos demais. Ainda assim não é raro encontrar indivíduos que se sentam nessas poltronas e dela só saem na hora do desembarque ainda que se encontrem de pé nos coletivos pessoas para as quais elas foram destinadas.
No vai e vem por esse país afora já presenciei inúmeros bate-bocas e xingamentos por causa da ocupação dos ditos “assentos preferenciais”. Alguns infratores têm a cara-de-pau de solenemente ignorar a presença do público preferencial sem dar nenhuma bola para eventuais protestos contra a conduta deles. Há mesmo uns mais descarados que chegam a fingir que estão dormindo para não saírem dos lugares que ocuparam indevidamente.
Dia desses eu acompanhei uma discussão exaltada entre um senhor idoso, que estava de pé, e um jovem rapaz que se encontrava ocupando uma das cadeiras solitárias do lado oposto ao do motorista, junto à porta:
- Você tem o que para ficar sentado aí?, o idoso falou.
- Eu tô doente, senhor.
- E cadê tua carteira?
- Tá aqui...
- Cadê? Me mostre!
- Eu não tenho que mostrar nada ao senhor, não. Na hora certa eu mostro ao motorista.
- Estás de conversa, rapaz. Tu não tem carteira e nem doença nenhuma e fica ocupando o lugar dos outros...
- Senhor, eu não vou discutir com o senhor, não. Eu tô doente e pronto.Vendo que estava perdendo seu tempo com o bate-boca, o idoso, ainda assim, não se conformou com o fato e ficou a resmungar no seu canto talvez pensando que o jovem fosse reconsiderar sua atitude e desocupar o assento, algo que não aconteceu.
Deve-se ficar claro – e
alguns ônibus também trazem este esclarecimento – que o público em geral não
está proibido de ocupar os “assentos preferenciais”. Como estabelece o
regulamento e o bom senso de cada um, essa ocupação pode ser feita desde que
não haja no coletivo nenhuma pessoa para a qual eles foram concebidos. Simples
assim.
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