31 de março de 2016

Domingo no Recife

Por Clênio Sierra de Alcântara



Fotos: do autor       Domingo no Recife Antigo a alegria foi a dona do pedaço sob o comando de Adriana B


O dia de domingo está tão ligado à ideia de folga e lazer em nossa sociedade que comumente o relacionamos com o fim de semana, ainda que ele seja, na verdade, o primeiro dia da semana. Domingo foi sempre ou quase sempre o dia bom entre nós. Dia de missa para os católicos e do culto maior para os protestantes. Dia de ir à praia ou à piscina. Dia de almoço em família. Dia de ir ao parque, ao zoológico, ao cinema. Dia de visitar amigos. Dia de se prostrar diante da TV. Dia de não se querer fazer nada. Dia de estar na companhia dos avós. Dia de churrasco. Dia de piquenique.  Dia, enfim, de muita coisa boa.


Adriana B no palco com sua banda: Dorival Caymmi no canto e na alma





Jades Sales e Adriana B



Domingo passado o Recife Antigo foi cenário de uma dessas alegrias transbordantes. A chuva apareceu para lavar tudo. Mas aí, depois, o sol chegou tão bem disposto que encheu aquela manhã de intensa claridade. E então as pessoas começaram a ir e vir de um lado para outro com suas bicicletas, patins e patinetes; com suas roupas molhadas de suor de caminhadas e corridas; com suas câmeras fotográficas mirando o casario, o mar, o rio, as gentes, o inanimado e a vida buliçosa que por ali se via; a vida repleta de um não sei quê de curiosidade, de liberdade, de comunhão, de paz de espírito e de satisfação. E a vida faceira percorria ruas e praças e se espalhava por aquela manhã desejosa de ser inteira e total. E harmoniosa e confiante. E simples e afetuosa.








Lia de Itamaracá no seu terreiro muito querido, o palco







Defronte ao prédio da Associação Comercial um palco foi armado para mais uma edição do chamado Show do Bem, que ocorre em todo último domingo do mês. Adriana B, lindona e talentosa, não só cantou como foi ela própria a mestra de cerimônia a anunciar os convidados do dia: Jades Sales, Lucio Sanfilippo e a mais do que esperada Lia de Itamaracá. O pequeno público que estava presente aproveitou cada minuto das apresentações sambando e, claro, cirandando.









"Pra se dançar ciranda juntamos mãos com mãos..."






O dia era mesmo de comemoração: pelos três anos do projeto Recife Antigo de Coração, pelo Dia Internacional da Síndrome de Down e pelo aniversário de um ano de realização do Show do Bem. A animação do grupo de crianças e adolescentes portadores de Síndrome de Down era enorme e contagiante. E teve bolo e até cantiga de “Parabéns pra você” para todo mundo entrar no clima.






Quem foi disse que Síndrome de Down tira a alegria de alguém?!














Adriana B, Lia de Itamaracá, Lúcio Sanfilippo e Jades Sales

















José Jorge e eu: domingo também de encontros


"A vida é uma festa/ É luz do sol, é sabor..."

















Vamos cantar os parabéns!














Entre sorrisos, cantos e palmas a alegria que tomara aquela porção do Recife parecia querer sair dali, atravessar as pontes e se derramar por tudo quanto é corpo e lugar. Domingo deveria ser um dia em que as horas demorassem muito a passar.


Um comentário:

  1. Oi, você tem algum material sobre o Recife na época dos lampiões de gás? Me liga.

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