Não
se sabe exatamente a partir de que momento a ciranda como divertimento popular
passou a contar também com a participação de adultos em Pernambuco – até então
as cirandas eram brincadeiras apenas de crianças e difundidas em todo o país; o maestro Heitor Villa-Lobos chegou mesmo a reunir várias dessas cirandinhas
infantis tocando-as no seu piano erudito. Quando o padre e músico Jaime Diniz
publicou o primeiro estudo fundamentado sobre o folguedo, em 1960, tomou-se
conhecimento de que a ciranda, como roda de adultos, ocorria na Região
Metropolitana do Recife e em outras cidades do interior do estado desde pelo
menos o início da década de 50. Padre Jaime Diniz relatou existirem grupos de
cirandas em centros como Abreu e Lima, Igaraçu, Nazaré da Mata, Limoeiro e
Goiana – possivelmente foi neste último que o brinquedo começou a ser formado e
difundido. Foi em Abreu e Lima que o padre tratou com Antônio Baracho, um
ex-cortador de cana de açúcar da cidade de Nazaré da Mata que era mestre de
maracatu havia quase vinte anos e passara a ser brincante também de ciranda,
vindo a se tornar um dos mais conhecidos e talentosos cirandeiros do país.
A
palavra ciranda parece ter origem espanhola; vem de zaranda que é um instrumento de peneirar farinha ou cereais de um
modo geral. Leite de Vasconcelos associou a palavra ao fato de as mulheres
trabalharem juntas em “serões”, grafando, por essa razão, seranda e não ciranda.Observou Jaime Diniz que tanto no Brasil como
em Portugal – e dá-se como certa ser portuguesa a origem da dança – quem dizia
ciranda, dizia roda infantil. O folguedo ciranda – que é constituído de canto e
dança com o mesmo nome -, como roda de adultos – que não exclui a participação
de crianças -, consiste numa brincadeira folclórica onde os participantes dão
as mãos uns aos outros formando um círculo que avança para o centro e recua,
como o fluxo das ondas do mar, enquanto se vai girando da direita para a
esquerda, marcando o passo no pé esquerdo na batida do bombo, ao ritmo do
mestre cirandeiro que entoa as cantigas acompanhado basicamente pelos sons do
tarol, do bombo e do ganzá. Deve-se notar nos pátios e terreiros onde as
cirandas acontecem que, no mais das vezes, é muito comum que se formem rodas
dentro da grande roda, de modo que os brincantes e apreciadores do folguedo
aproveitem quase que inteiramente o espaço com essa verdadeira celebração da
alegria. O brincante pode observar também que algumas cirandas apresentam
mestres e contramestres; e que as músicas podem ser executadas com outros
instrumentos além daqueles anteriormente citados.
Num
pequeno e substancioso livro que escreveu sobre o folclore, Carlos Rodrigues Brandão
esmiuçou são só a distinção comumente aceita entre as chamadas “cultura
erudita” e “cultura popular”, como também deixou claro que elas podem se
interpenetrarem – o caso de Villa-Lobos é emblemático disso -; além desse
ponto, ele destacou que as criações populares não são intocadas, elas têm uma
dinâmica coletiva que garante sua sobrevivência através do tempo ainda que aqui
e ali se percebam modificações em sua forma, modificações essas que não alteram
a sua essência. As tradições são – e continuam sendo – em algum momento
inventadas; e percorrem trajetórias que, embora não sejam imutáveis, fixam
nelas elementos essenciais que propiciam o entendimento de suas origens.
Maria
Madalena Correia do Nascimento nasceu em 12 de janeiro de 1944, na Ilha de Itamaracá,
que era então território subordinado a Igaraçu. Criança levada que adorava
brincar nos sítios do lugar com os irmãos, desde cedo se viu interessada na
musicalidade que chegava à ilha, sobretudo porque sua mãe, Matilde Maria, não
era de perder a animação dos cocos de roda – folguedo popular bem mais antigo
que a ciranda de adultos – que vez por outra ocorriam por lá. Ainda meninota
Maria Madalena descobriu o balanço da ciranda e se encantou inteiramente por
ela, passando a frequentar com assiduidade as rodas dos cirandeiros sentindo
bastante afinidade com aquele ritmo.
Quando
chegou à idade adulta Maria Madalena assumiu a persona de Lia de Itamaracá, a partir da ciranda “Quem me deu foi
Lia”, que, embora tenha sido registrada pelo Mestre Antônio Baracho, diz ela
que a melodia é de sua autoria. Com o nome artístico de Lia de Itamaracá, a
cirandeira, uma mulher negra e alta, que já chamava muita atenção por seu porte
vistoso e imponente, passou aos poucos a ser uma referência na condução e
divulgação do folguedo ciranda participando dos festivais que a Prefeitura do
Recife e o governo do estado de Pernambuco começaram a promover na década de 70
como um veículo de atração turística; eventos esses que se prolongaram até
meados da década de 80. Fora de sua terra natal, porém, Lia era tida apenas
como um personagem folclórico que só existia naquela canção: “Essa ciranda quem
me deu foi Lia/Que mora na Ilha de Itamaracá”.
Criança
de infância humilde, a hoje consagrada Lia de Itamaracá sabe muito bem os maus
bocados por que passou até conseguir lograr algum reconhecimento. Mulher,
negra, pobre e semianalfabeta, ela desde muito nova começou a trabalhar como
empregada doméstica para ajudar sua mãe a sustentar a família. Ainda mocinha e
já pensando na dificuldade que seria viver como artista, ela passou a labutar
num restaurante onde cumpria duplo expediente: de dia ela era a cozinheira de
mão cheia que preparava os pratos saborosos que chegavam às mesas dos
frequentadores do Sargaço, de
propriedade de Creuza Albuquerque; à noite, essa verdadeira e enorme sereia
negra assumia a condição de diva, e, portando um microfone, soltava a voz
marcante convidando a todos para dançar ciranda. Era a sua hora de estrela.
Conforme
ganhava visibilidade, Lia foi sendo procurada por uns e outros que queriam
tirar proveito de sua fama. Foi assim que no ano de 1977 ela gravou o lp intitulado Lia de Itamaracá – A rainha da
ciranda (Tapecar Produções), pelo qual ela recebeu como pagamento apenas
umas poucas cópias do disco. O episódio somou-se ao desencanto dela com a
carreira que então se iniciava, porque compreendia que, como artista da chamada
cultura popular, não encontrava muitos espaços onde pudesse se apresentar e só
com a ciranda não teria como sobreviver, até porque, às vezes, nem recebia
cachê quando fazia suas apresentações.
Com
a experiência adquirida na cozinha do restaurante – e depois de tentar a sorte
como guia turístico -, Lia não pensou duas vezes quando decidiu abordar um
político de projeção e pedir a ele que lhe conseguisse um emprego. Feito o
pedido, dentro de pouco tempo ela passou a ser merendeira de uma escola no
bairro de Jaguaribe; e lá permaneceu até se aposentar, destinando às crianças
para as quais preparava a merenda, todo o carinho e afeto que ela certamente destinaria
também aos filhos que infelizmente não vingaram.
O
emprego como merendeira não tirou de Lia o desejo de crescer mais como artista,
de se apresentar para o povo, de levar a ciranda para os mais diversos lugares.
Mas as coisas não eram nada fáceis. Amargurada e se sentindo abandonada e
desprestigiada, por um certo tempo Lia mergulhou suas mágoas em copos de
bebidas. A ocorrência do incêndio em sua casa, no final da década de 80, foi
uma espécie de descida ao fundo do poço. Novamente ela precisou gastar mais uma
parcela de sua dignidade recorrendo aos donos do poder em busca de auxílio para
tentar refazer sua vida. A casa que, na verdade, era um mocambo de taipa
coberto com palha de coqueiro, foi reconstruída com tijolos noutro terreno, mas
Lia continuou amargando suas desilusões artísticas. Ela não se conformava com o
fato de não estar atuando como cantora e de não ter mais canais abertos para
que pudesse defender com todo encanto e energia a ciranda que ela ainda jovem
pusera como o norte de sua vida. Nessas horas, o apoio de Antônio Januário, o
Toinho, seu companheiro de vida e de palco, foi fundamental para que ela não
sucumbisse de uma vez.
Num
momento em que Pernambuco começou a ser sacudido pelo Manguebeat, um movimento musical capitaneado por Chico Science e
Fred Zero Quatro nos anos 90, que promoveu uma fusão de rock com ritmos da
cultura popular como maracatu, coco, ciranda e embolada, eis que Lia de
Itamaracá teve uma oportunidade de sair do limbo em que se encontrava. Foi por
essa época que ela conheceu Beto Hees e o tomou como seu produtor. E a partir
desse encontro nada mais seria como antes na vida artística de Lia. Com o know-how conquistado em uma década de
morada na Europa, Beto Hees conduziu a carreira da cirandeira de modo a
restaurar a sua importância no cenário cultural pernambucano: a admirada
artista negra livrou-se de uma vez por todas da fuligem da frustração e foi
paulatinamente sendo reconduzida ao seu posto de rainha da ciranda.
Em
1998 Lia se apresentou no festival Abril
Pro Rock, celebrada pelo Manguebeat.
E antes que o século XX chegasse ao fim, a cirandeira lançou no ano 2000 o cd Eu sou Lia
(Ciranda Records), reunindo entre as faixas, alguns registros ao vivo gravados
no Projeto Vozes do Mundo, havido no
Centro Cultural Banco do Brasil, no Rio de Janeiro; nesse mesmo ano o disco foi
também lançado na França pela Arion.
Por
essa época, Lia de Itamaracá, com a sua muito conhecida generosidade, trouxe
para junto de si, a fim de acompanhá-la em suas apresentações, as cirandeiras
Dulce e Severina, filhas do precursor Antônio Baracho, que, em que pese a rica
trajetória que tiveram ao lado do pai, andavam esquecidas e fora do circuito; a
parceria maravilhosa dura até hoje.
Contando
com a ajuda de amigos e admiradores, Lia de Itamaracá ergueu e pôs em
funcionamento em 2005, na orla de Jaguaribe, bairro onde nasceu, aquele que é
considerado por ela mesma uma de suas obras mais importantes, a realização de
um sonho que ela cultivou durante anos: o Centro Cultural Estrela de Lia (CCEL),
um espaço de estrutura simples, basicamente constituído por madeira, tronco e
palha de coqueiro, que, além de servir como ponto de preservação e difusão da
ciranda, que é Patrimônio Imaterial de Pernambuco, tinha um cunho social muito
relevante para a população carente da ilha, porque oferecia de modo gratuito
cursos profissionalizantes e palestras de preservação ambiental e de educação
sexual. Afora isso o CCEL recebia em seu palco convidados das mais diversas
manifestações culturais: cirandeiros, forrozeiros, coquistas, etc. Desativado
por falta de apoio desde 2013, a estrutura do CCEL desabou no ano seguinte; e
atualmente há em andamento um novo esforço da cirandeira para que ele seja
reconstruído e volte a funcionar com a efervescência dos bons tempos.
A
figura majestosa de Lia, o seu porte de deusa africana – recentemente foi
certificado que ela compartilha ancestralidade genética maternal com o povo
Djola da Guiné-Bissau - sempre foi um chamariz para diretores de cinema e de
televisão. Seja atuando como ela mesma ou encarnando algum personagem, a
cirandeira já tomou parte em diversas produções como as minisséries Riacho Doce (1990) e Memorial de Maria Moura (1994); nos
filmes Parahyba mulher macho (1994),
Recife frio (2009) e Sangue azul
(2015); e em documentários a exemplo de Eu
sou Lia (2003) e O mar de Lia
(2010).
Senhora
de brilho próprio e artista de grande importância no cenário cultural
brasileiro, Lia de Itamaracá levou – e continua levando – seu canto e sua dança
para os mais distantes recantos do seu país e também já excursionou pela
Europa, sempre carregando consigo seu sorriso farto e sua alegria contagiante.
Em
2004, numa cerimônia realizada em Brasília, Lia recebeu a medalha de
Comendadora do Mérito Cultural instituída pelo Ministério da Cultura. No ano
seguinte, ela foi reconhecida por lei estadual Patrimônio Vivo de Pernambuco,
uma iniciativa de todo louvável que busca de alguma maneira – os agraciados
recebem uma pequena pensão vitalícia – amparar, valorizar e divulgar mestres e
grupos da cultura popular.
Dando
prosseguimento aos registros fonográficos, em 2008 a cantora lançou o cd Ciranda de ritmos (patrocinado pela
Petrobras), renovando seu mais do que reconhecido talento e não deixando a
ciranda de sua vida e de sua arte parar de girar.
Com
sua arte e sua potência criativa/criadora, Lia se sobrepôs às relações de poder
que historicamente na sociedade brasileira enxergaram os negros – e isso em
grande medida ainda persiste – como coisas e/ou cidadãos de segunda classe.
Tanto é assim que ainda hoje Lia e o seu produtor precisam altear a voz para
aqueles que querem tratar como algo de valor cultural menor o folguedo que ela
defende, oferecendo cachês mínimos e que muitas vezes demoram meses para serem
pagos e disponibilizando palcos e camarins sem grande estrutura - e vale
destacar que as apresentações são feitas em sua maioria por contratos firmados
com governos estaduais e municipais e/ou com instituições públicas. É por essas
e outras que a trajetória dessa artista deve ser vista – e daí por que a
necessidade de que busquemos fazer saber a um público cada vez maior a
existência de negros que venceram obstáculos aparentemente intransponíveis
resistindo não somente às adversidades da vida cotidiana, bem como às
injustiças sociais, às imposições do mercado cultural e ao desinteresse e/ou
indiferença de parte do grande público para se firmarem socialmente – como um
exemplo não apenas de superação, mas também de conquista e demarcação de
espaço.
Lia,
talvez inconscientemente, ame tanto o mar – na ciranda “Eu sou Lia”, de autoria
de Paulinho Viola, ela canta assim: “Cirandando a vida na beira do mar/Vejo o
firmamento, vejo mar sem fim/ E a natureza ao redor de mim” – como um chamado
dos seus antepassados que ficaram no outro lado do Atlântico. É profundamente
simbólico que seja na beira do mar que ela prefira formar sua ciranda. Seu
canto não deixa de ser uma celebração à sobrevivência dos descendentes de todos
os negros que foram arrancados da África e trazidos em imensos navios para as
terras brasileiras na condição de escravos.
Não
existe na personalidade de Lia a negação do seu passado; muito pelo contrário;
além disso, ela tem plena consciência do seu papel como mulher, negra e artista
numa sociedade, como a brasileira, ainda marcada pelo ranço de um
patriarcalismo por vezes bastante violento e opressor. O canto vigoroso e a
presença de palco dessa senhora não são apenas uma celebração à arte, são,
também, uma ode à negritude e à liberdade feminina. No sincretismo de sua fé
religiosa, digo melhor, na dupla pertença de suas crenças, Lia deu as mãos a
Nossa Senhora das Dores – as suas dores foram tantas! – e à Iemanjá, o orixá
das águas do mar, para se manter firme na condução de sua ciranda, que, além de
dar nome a um canto, é, também, um bailado ao qual bem caberia o epíteto de
“dança da paz e da fraternidade”, porque para se dançar ciranda nós damos as
mãos uns aos outros sem que reparemos se elas são de homem ou de mulher, de
negro ou de branco, de rico ou de pobre, de judeu ou de muçulmano...
Na
areia da Praia de Jaguaribe, em sua adorada Ilha de Itamaracá, Lia, que é um
deslumbrante acontecimento da natureza, conduz a sua ciranda mirando o
horizonte com olhos de quem viu muito da vida e, por isso mesmo, compreende que
o mar do universo que está ao seu redor ainda não serenou. Não duvidem disso:
Lia e a sua ciranda são uma força de comunhão universal.
Referências
bibliográficas
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12ª ed. São Paulo: Editora Brasiliense, 1987.
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Roberto. Folguedos e danças de Pernambuco.
2ª ed. Recife: Fundação de Cultura Cidade do Recife, 1989.
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Projeto Cultural Rhodia. Coordenação de Ricardo Ohtake. Pesquisa de Antonio
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Padre Jaime C. Ciranda: roda de adultos
no folclore pernambucano. Separata da Revista Deca, Recife, Ano II, 1960,
nº 3. Recife: s.d.
FILHO,
Hermilo Borba (coord.). Arte popular do
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Folguedos populares.
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HOBSBAWM, Eric & RANGER, Terence (orgs.). A invenção das tradições.
Trad. Celina Cardim Cavalcante. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2012.
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Altimar de Alencar. Ciranda de adultos.
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RABELLO,
Evandro.Ciranda: dança de roda, dança da
moda. Recife: Editora Universitária/Universidade Federal de Pernambuco,
1979.
(Originalmente publicado in Maria Elisabete Arruda de Assis e Taís Valente dos Santos [orgs.]. Memória feminina: mulheres na história, história de mulheres. Recife: Fundação Joaquim Nabuco, p. 220-229, 2016. Link da versão digital: www.dropbox.com/s/xaoey2krf9rrwnr/livro_mulheres_na_historia.pdf?dl=0t. No site www.fundaj.gov.br o livro aparece anunciado na coluna à direita. Embora a ficha catalográfica apresente a data de 2016, o e-book foi lançado ontem, no Recife. Quando escrevi o artigo, em agosto de 2015, o fiz com as informações que até então eu dispunha. Ocorre que a pesquisa sobre a trajetória de Lia continuou e continua e isso me trouxe outros pormenores que tornaram alguns aspectos desse texto, digamos, inexato; dizer, por exemplo, que Lia era ainda mocinha quando começou a trabalhar no Sargaço não corresponde à realidade, porque, na ocasião, ela já contava 32 anos de idade. Mas pesquisa é assim mesmo; e o pesquisador vai construindo o seu edifício textual com os materiais que ele consegue reunir no momento).
(Originalmente publicado in Maria Elisabete Arruda de Assis e Taís Valente dos Santos [orgs.]. Memória feminina: mulheres na história, história de mulheres. Recife: Fundação Joaquim Nabuco, p. 220-229, 2016. Link da versão digital: www.dropbox.com/s/xaoey2krf9rrwnr/livro_mulheres_na_historia.pdf?dl=0t. No site www.fundaj.gov.br o livro aparece anunciado na coluna à direita. Embora a ficha catalográfica apresente a data de 2016, o e-book foi lançado ontem, no Recife. Quando escrevi o artigo, em agosto de 2015, o fiz com as informações que até então eu dispunha. Ocorre que a pesquisa sobre a trajetória de Lia continuou e continua e isso me trouxe outros pormenores que tornaram alguns aspectos desse texto, digamos, inexato; dizer, por exemplo, que Lia era ainda mocinha quando começou a trabalhar no Sargaço não corresponde à realidade, porque, na ocasião, ela já contava 32 anos de idade. Mas pesquisa é assim mesmo; e o pesquisador vai construindo o seu edifício textual com os materiais que ele consegue reunir no momento).
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