8 de setembro de 2018

Memória incinerada: como a incompetência, a negligência e o descaso destruíram o Museu Nacional

Por Clênio Sierra de Alcântara


O saber histórico é uma técnica de primeira ordem para conservar e continuar uma civilização provecta. Não porque dê soluções positivas ao novo aspecto dos conflitos vitais – a vida é sempre diferente do que foi -, mas porque evita cometer os erros ingênuos de outros tempos.
                               José Ortega y Gasset (1)

Foto: Divulgação
A destruição do Museu Nacional figurará
como uma das passagens mais negras do livro  da incompetência do Estado brasileiro no trato com os bens culturais do país


Rol de abandonos

No dia 12 de abril de 2017, o jornal O Globo, do Rio de Janeiro, publicou os dizeres que estavam numa placa colocada na entrada do Palácio do Catete, que abriga o Museu da República:

Prezados (as) visitantes do museu e do jardim: esta varanda acabou de ser escorada, para não correr o risco de cair. O próximo passo será, havendo recurso, a contratação de projeto executivo para a sua restauração e, posteriormente, a sua restauração. A direção. (2)

Sete dias depois o mesmo periódico carioca aprofundou mais o assunto e revelou, em reportagem escrita por Natália Nobre, que o Museu da República apresentava outras deficiências: fiação exposta, chafarizes vazios e banheiro improvisado em contêiner. (3)

Não, infelizmente, a situação por que passava o Museu da República não era um caso isolado no Rio de Janeiro que gastara milhões de reais nas reformas do estádio do Maracanã para sediar jogos da Copa do Mundo de Futebol, em 2014, e continuava a gastar – e ainda mais, muito mais – com os empreendimentos de todo tipo necessários para receber as disputas das Olimpíadas que ocorreriam dois anos depois e que, a despeito de toda a dinheirama que consumiu, legou para a população da cidade um parque esportivo que ninguém usa. Um mês depois das notícias vinculadas pelo O Globo, tomamos conhecimento de que outra joia do cenário cultural nacional, o Theatro Municipal da capital fluminense, se encontrava há meses sem pagar as contas de limpeza, segurança e luz. (4) Apesar do nome “municipal”, o teatro pertence ao estado que, como também sabemos, faliu com os tantos roubos e desmandos praticados pelo ex-governador Sérgio Cabral e os seus comparsas.

Não muito distante do Museu da República, sofrendo também ele com a incompetência, a negligência e o descaso do Estado para com a preservação do patrimônio histórico, artístico e cultural do país, a instituição museal mais antiga da nação, o Museu Nacional, silenciosamente ia acumulando problemas que dia a dia seguiam em harmoniosa sinergia para arruiná-lo por completo, porque, como se sabe, não é de hoje, como salientou Maria Clementina Pereira Cunha anos atrás, que a situação dos órgãos e entidades públicas dedicadas à preservação do patrimônio histórico e cultural no Brasil tem sido “endemicamente precária”: além de faltar verbas, há muitos obstáculos para a implantação de projetos que nem sempre têm sua continuidade assegurada; e a formação de quadros técnicos especializados foi sempre conseguida a duras penas. (5) De modo que, pode-se dizer, o nosso direito à memória não tem base efetiva de sustentação, assim como não se tem de serviço público de saúde, educação e segurança de qualidade satisfatória.

Da criação do Museu Nacional

Criado por Dom João VI, em 6 de junho de 1818, com a denominação de Museu Real, o Museu Nacional teve como antecedente e núcleo original a Casa de História Natural, criada em 1784 pelo vice-rei Dom Luiz de Vasconcellos e Sousa, localizada na antiga Rua do Sacramento, atual Avenida Passos, que era conhecida popularmente como Casa dos Pássaros, por conta da grande quantidade de aves empalhadas que nela existia, e foi incorporado à então Universidade do Brasil, como Instituição Nacional, pelo Decreto-lei nº 8.869, de 16 de janeiro de 1946. Até 24 de julho de 1892, ocupou o prédio hoje pertencente ao Arquivo Nacional. De 25 de julho de 1892 até os dias atuais, sua sede ocupa/ocupava o antigo Paço ou Palácio de São Cristóvão que, antes de ter sido moradia da Família Imperial, pertenceu a um rico comerciante português, Antônio Elias Lopes, que pouco depois da chegada de Dom João VI ao Brasil, ofereceu ao monarca essa que era uma casa de campo, a Chácara do Elias, situada, como eu já disse, em São Cristóvão. No primeiro volume do seu Aparência do Rio de Janeiro, um agradável painel desse lugar escrito com feições ao mesmo tempo de cartilha de História e guia turístico – ninguém duvida, acredito, que ele foi concebido por incentivo de mestre Gilberto Freyre que é quem, inclusive, prefacia a obra -, Gastão Cruls nos diz assim:

Era a Quinta da Boa Vista, no tempo, “a melhor e mais ampla” de quantas vivendas no mesmo gênero existia nos arredores da cidade [..] A. mudança do Príncipe Regente para a Quinta muito concorreu para o desenvolvimento de S. Cristóvão e zonas adjacentes. Até então a cidade quase que só se estendia até o Rocio Pequeno, depois Praça 11 de Junho. Daí por diante, no que começava a ser a Cidade Nova, ainda predominava alagadiços. (6)

O Museu Nacional, que é/era instituição federal, integra/integrava o Fórum de Ciências e Cultura da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). O acervo gigantesco que mantém/mantinha, cobre/cobria áreas expositivas de geologia, mineralogia, botânica, antiguidades clássicas, arqueologia brasileira, peruana, mexicana e americana, múmias egípcias de pessoas e animais, etnografia, paleontologia, vertebrados, invertebrados, anatomia. E tudo isso servindo como material de estudo também visando ao aperfeiçoamento e à especialização de pesquisadores, professores e técnicos em vários níveis de ensino vinculados à academia. Vale destacar ainda, como dito na 2ª edição do Guia dos museus do Brasil, coordenado por Maria Elisa Carrazzoni, que o núcleo original do prédio remonta a 1600; e que o atual aspecto da edificação é resultado de sucessivos acréscimos, que terminaram com as obras havidas em 1910. E mais, que o Museu Nacional comporta/comportava uma biblioteca com vasto acervo e um arquivo. (7)

Da destruição do Museu Nacional

Domingo, 2 de setembro de 2018. Era noite. Em algum ou em alguns pontos desse Rio de Janeiro que se em certo período de sua história já foi uma cidade maravilhosa e cheia de encantos mil, desde há muito deixou de sê-lo, provavelmente muitas balas perdidas cruzavam os ares, traficantes ditavam regras de sobrevivência para honestos moradores de favelas, menininhas eram abusadas sexualmente nos bailes funk da vida, caminhões e suas cargas eram roubados e o Cristo Redentor se encontrava lá no alto mirando a cidade escandalosa e cheia de tanta cocaína e fuzil. Nessa noite de normalidade carioca, chamas, imensas labaredas e uma espessa e feia fumaça que caetaneanamente subia aos céus apagando a luz das estrelas, consumiram vorazmente o acervo do Museu Nacional, uma riqueza incomensurável que ardeu no fogo bravo. Correram os bombeiros para tentar combater o incêndio e, quiçá, salvar parte daquela riqueza que havia ali. Mas como apagar fogo numa dimensão daquela, se não havia água, gente, se não havia água nos hidrantes para debelá-lo? E, sem combate, que foi interrompido durante cerca de quarenta minutos, conforme declaração do próprio comandante-geral da nobre corporação, Coronel Roberto Robadey, muito do que poderia ser salvo se perdeu.

Não havia água nos hidrantes das imediações do Museu Nacional, como também não existiam no prédio sprinklers, portas corta-fogo, planos de segurança e de emergência, seguro para a edificação e o acervo, e nem sequer, vejam só, um alvará de funcionamento emitido pelo Corpo de Bombeiros, documento esse que todo administrador de um estabelecimento – comércio, indústria, lazer, etc. – que seja minimamente sério e responsável deve obter a fim de que, de alguma forma, se não evitar, pelo menos diminuir, minimizar o impacto e os estragos provocados por algum sinistro, como um incêndio e um desabamento, por exemplo, porque ele é emitido quando são atendidas exigências  de prevenção estabelecidas pelos Corpos de Bombeiros.

As chamas vorazmente foram acabando com tudo o que havia ali: objetos, utensílios, artefatos, múmias, vestes, instrumentos de trabalho, fósseis... Coisas que existiam há milhares de anos desapareceram no espaço de umas poucas horas. Num país que cultiva a falta de apreço pelo seu passado decerto que para uma imensidão de brasileiros o incêndio foi só mais um a pôr fim a trastes velhos e a quinquilharias que pouca gente aprecia. As chamas ardiam devorando as dependências do Museu Nacional e, certamente, muitos se perguntavam qual seria a próxima instituição que amargaria o mesmo absurdo e vergonhoso fim.

Alguém lembrou que o Museu do Ipiranga, em São Paulo, está fechado há não sei quantos anos. Outro recordou do incêndio ocorrido há exatos quarenta anos, no mesmo Rio de Janeiro, que fez desaparecer para sempre, do Museu de Arte Moderna, telas de Pablo Picasso, Salvador Dalí e Joaquín Torres-García, tendo permanecido o museu três anos fechado depois disso.

Por dias seguidos a Rede Globo de Televisão, da família Marinho, cujo patriarca, Roberto Marinho, um entusiasta de primeira hora do Golpe Militar de 1964 que conseguiu, ainda no final de 1960, convencer o presidente Juscelino Kubitschek a destombar o Parque Lage que ele havia comprado junto com Arnon de Mello por uma ninharia para, na área nobre – o parque, contendo um palacete, fica no bairro do Jardim Botânico – implantar um empreendimento imobiliário (8) e que, em 1977, instituiu a Fundação Roberto Marinho com vistas a promover ações de valorização da cultura e de defesa do patrimônio histórico, veiculou várias reportagens – inclusive recorrendo a imagens de arquivo – mostrando qual era o grau de deficiência estrutural em que se encontrava o Museu Nacional, com fiação exposta e gambiarras aqui e ali, salas fechadas, lonas plásticas cobrindo problemas no telhado, detalhes arquitetônicos do prédio ruindo. Um quadro realmente desalentador. Por isso, o espanto diante do fato de a instituição ter completado, ter conseguido completar duzentos anos de existência em junho passado; comemoração essa, diga-se de passagem, que não contou nem a com a presença dos ministros da Cultura Sérgio Sá Leitão e o da Educação, Rossieli Soares, e de nenhum outro. O desprestígio de que gozava o Museu Nacional junto às autoridades era tamanha que, como observou Ruy Castro, durante o tempo em que foram Presidentes da República, Fernando Collor, Fernando Henrique Cardoso, Luiz Inácio da Silva, Dilma Rousseff e Michel Temer nunca puseram os pés lá. (9)
Num país no qual reinam a precariedade no trato da coisa pública, a postergação infrene do que não pode mais ser postergado, o desvio de recursos, as escolhas por coloração partidária e ideológica e não propriamente visando ao bem comum, a ausência de planejamento e de manutenção de raras ações reconhecidamente acertadas é apelar e torcer para que o pior nunca aconteça, porque quando o pior acontece toda a sorte de malfeitorias vem à tona, apequenando sempre um pouco mais a nossa já ínfima grandeza.
Com sua costumeira argúcia, Miriam Leitão pontificou que, de certa forma, “o Brasil sempre ignorou seu passado” e que, indo ao exterior, “visitamos museus e reverenciamos a história alheia. (10) E isso é muito sério. Essa postura de ignorar a própria história revela a um só tempo que não temos identidade e que não cremos num projeto de nação.

Em dezembro passado, estando eu fazendo o desjejum no Hostal das Estrelas, na cidade de Marechal Deodoro, em Alagoas, indaguei a uma pós-doutora em Teoria Literária se ela – e o seu companheiro – havia ido ao centro histórico da cidade que abriga, inclusive, um pequeno museu na casa onde nasceu o Marechal Deodoro da Fonseca. Sabem o que ela me respondeu? Para o meu completo espanto, dada a formação acadêmica que ela me disse ter, a mulher, em tom taxativo e com acentuado desprezo, falou que os museus brasileiros não prestavam e que não tinha  nenhum interesse por eles. O que dizer disso? Eu nada comentei com ela, mas, cá com os meus botões, eu fiquei me perguntando que tipo de aluno ela estava conseguindo formar e se, pelo menos a Academia Brasileira de Letras ela iria visitar algum dia a fim de ver ao menos alguns objetos que pertenceram a Machado de Assis que se encontram lá.

Fazendo par com a falta de tino e de cuidado do Estado para com a proteção e salvaguarda do patrimônio histórico, artístico e cultural, estão o inchaço do funcionalismo público e as regalias de todo tipo pelas quais essas pessoas estão sempre dispostas a lutar. É fato que certos setores do funcionam com menos pessoas do que deveria; mas, no âmbito geral, o que falta é produtividade, é compromisso social. Passe-se uma lupa sobre essa realidade para que a situação seja enxergada bem de perto e se verá que, por exemplo, fulaninho e fulaninha estão dando expediente até em outro órgão que não aquele para o qual prestaram concurso, protegidos que são por algum poderoso de plantão. O típico funcionário público brasileiro – talvez 70% deles – é o indivíduo que pratica com eficiência o absenteísmo recorrendo ou não a atestados médicos, entrega à população que paga o seu salário um serviço de baixa qualidade e que só vive reivindicando aumento salarial e/ou qualquer outra vantagem pecuniária. O prédio onde ele marca presença – não podemos dizer que necessariamente ele trabalha – pode estar caindo aos pedaços, o elevador sem funcionar e por aí vai, o que importa é que ele esteja embolsando um bom ordenado e o resto que se exploda. Vejam como roda a roda neste Brasil varonil: o colunista Cláudio Humberto apurou que Roberto Leher, reitor da UFRJ, que deveria ser o responsável principal pela tragédia que acometeu o Museu Nacional, recebeu de salários, de janeiro a julho deste ano, R$ 231.000,00, mais do que o dobro dos R$ 98.000,00 repassados para a manutenção do museu. (11) “Há ineficiência, desperdício e fraude no governo, mesmo em áreas essenciais, hospital e escola. Qualquer dinheiro mais bem gasto faz diferença no país onde se morre de febre amarela e de outros horrores estúpidos”, sentenciou Vinicius Torres Freire. (12)

Como foi dito em linhas atrás, o Museu Nacional vinha enfrentando problemas sérios e que não eram de semanas e nem de meses antes do fatídico domingo 2 de setembro, e, sim, de muitos anos. Em 2004, por exemplo, como relembrou Alexandre Schwartsman, o então secretário estadual de Energia, Indústria Naval e Petróleo do Rio de Janeiro, Wagner Viter, afirmou na ocasião: “O museu vai pegar fogo. São fiações expostas, mal conservadas, alas com infiltrações, uma situação de total irresponsabilidade com o patrimônio histórico”. (13)
E não se pode esquecer que, para completar o quadro de calamidade que assola muitas das instituições públicas deste país, a situação fica ainda mais precária quando, ao lado do oneroso e pouco produtivo funcionário concursado são postos em cargos de mando ou não, vindos por indicação política, indivíduos que não entendem bulhufas do serviço e só vão até ali mesmo para dizer que compareceram e, assim, garantir o seu ordenado no fim do mês, como uma criatura que eu via chegar todo dia a um museu, na capital paraibana, onde passei uns dias fazendo uma pesquisa: o sujeito aparecia por lá somente para dar as caras e jogar conversa fora; e logo se danava no mundo, picava a mula e desaparecia sem prestar um serviço sequer.

A infame retórica da perda

Nenhum clichê foi mais repisado para explicar o episódio de incineração do Museu Nacional do que dizer que o que ocorreu na Quinta da Boa Vista foi a crônica de uma destruição anunciada. O museu foi destruído e junto com ele um grande número de pesquisas de alunos e professores. (14)

E, enquanto alguma coisa ainda queimava por ali e os bombeiros executavam o necessário trabalho de rescaldo, autoridades deram início aos discursos e às emissões de nota, porque poucas coisas são tão caracteristicamente brasileiras como o empenho que demonstram ineficientes e incompetentes autoridades para atuar de duas formas nessas horas pós-tragédias: eximir-se de responsabilidades pelo que ocorreu; e querer remediar o irremediável, fazendo de uma infame retórica da perda uma oportunidade para prometerem uma suposta redenção na qual nem elas próprias acreditam.

Ainda na noite em que um incêndio “horroroso e dantesco”, que parecia interminável, reduziu a cinzas um acerco de valor incalculável para a humanidade e não só para os brasileiros, o Instituto Brasileiro de Museus (Ibram), autarquia vinculada ao Ministério da Cultura (MinC), divulgou uma breve nota dizendo que o sinistro foi “a maior tragédia museológica do país”; e que, diante de tamanha perplexidade nos defrontamos com o desafio maior dos museus: “consolidar e implementar uma política pública que garanta, de forma efetiva, a manutenção e conservação de edifícios e acervos do patrimônio cultural brasileiro”. A nota foi encerrada com uma manifestação de solidariedade aos servidores e pesquisadores do Museu Nacional. (15) Faltou foi prestar solidariedade ao povo brasileiro, à sociedade brasileira, que paga impostos altíssimos e ver eventos absurdos como esse acontecendo.

No dia seguinte ao incêndio foi a vez de o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) se pronunciar. A nota, mais extensa do que a do Ibram, disse da “mais profunda indignação” do instituto frente ao ocorrido; e que tal indignação “resulta da maneira como a Memória Nacional vem sendo tratada pelo Estado brasileiro ao longo de sucessivos governos, sempre insensíveis a um olhar estratégico e prioritário para com a Cultura”. A nota citou ainda o Compromisso de Goiás, resultante do seminário internacional Gestão de sítios culturais do patrimônio mundial no Brasil, havido no mês passado. E lembrou que, a partir de um amplo debate ocorrido em julho de 2017, o Iphan, em conjunto com os Corpos de Bombeiros de todo o país e o Ministério Público Federal, deu início à construção conjunta da Normativa de prevenção e combate a incêndio e pânico em edificações protegidas, instrumento esse que “busca o consenso para compatibilizar o mínimo impacto sobre os elementos arquitetônicos e artísticos existentes e as melhores soluções para prevenção e combate a incêndios em edificações tombadas”. (16) Admitamos que a nota divulgada pelo Iphan, cuja presidente é Kátia Bogéa, é, até certo ponto, corajosa. O órgão que ela preside é uma das instituições mais valorosas deste país, que luta desde a sua criação, em 1937, para que o Estado disponibilize recursos financeiros a fim de que eles possam ser direcionados para a proteção, salvaguarda, difusão e valorização da memória nacional. Tenho a profunda convicção de que, caso o Iphan não existisse, teríamos já perdido muitíssimo mais do que até hoje perdemos. Venho acompanhando há muito tempo a trajetória do Iphan e estou entre os que reconhecem que, se aqui e ali houve erros de atuação, falta de posicionamento e mesmo omissão, os acertos desse instituto superam e muito suas eventuais falhas.

Ainda no dia 3 de setembro o Ibram divulgou que articulou uma força-tarefa voltada à recuperação das “instalações e acervo” do Museu Nacional. O instituto informou também que estava marcada uma reunião emergencial para a tarde daquele dia na qual deveriam tomar parte “profissionais e gestores” do instituto e museus vinculados ao órgão no Rio de Janeiro (Museu Histórico Nacional, Museu Nacional de Belas Artes, Museu da República), bem como Iphan, Superintendência Estadual de Museus da Secretaria do Estado da Cultura do Rio de Janeiro e Conselho Internacional de Museus (ICOMOS). (17) A reunião de fato ocorreu, como fez saber o próprio Ibram; e nela ficou definido que, tão logo o prédio do Museu Nacional fosse liberado pela Defesa Civil, uma equipe destacada entraria nele para dar início a um trabalho de diagnóstico, mapeamento de danos e planejamento de recuperação do patrimônio cultural atingido: “A ideia é, num primeiro momento, focar na estrutura do museu, considerada emergencial, para que seja possível a entrada, peneiragem do acervo, mapeamento das peças, higienização, acondicionamento e catalogação”. O texto nos diz ainda que o Iphan anunciou, na ocasião, que já estava sendo orçada a contenção das paredes internas da edificação, que corriam risco de desabar, além de andaimes e cobertura. (18)

Na manha do dia 4 de setembro o senhor Alexandre Kellner, diretor do Museu Nacional, concedeu entrevista ao jornalista Flávio Fachel, ao vivo, no estúdio do telejornal Bom Dia Rio, da Rede Globo. Eu acompanhei essa entrevista que está, inclusive, reproduzida no site do museu. E o que eu vi ali foi um Alexandre Kellner como que se eximindo da responsabilidade dele e da UFRJ perante o ocorrido. “A falha é do governo federal”, ele disse sem hesitar. E destacou que, caso uma parte do montão de dinheiro que se gastou nas reformas do Maracanã tivesse chegado ao Museu Nacional, a tragédia teria sido evitada.

Foi nesse mesmo dia 4 de setembro, ou seja, dois dias após o incêndio, que a direção do Museu Nacional emitiu uma nota ao público. Depois de iniciar o comunicado dizendo o óbvio ululante que “As exposições do Museu Nacional estão fechadas ao público por tempo indeterminado em virtude do incêndio que destruiu grade parte de nossas coleções”, a nota se pôs a agradecer o apoio da população diante do ocorrido, a anunciar a liberação de verbas, a agradecer ao reitor da UFRJ Roberto Leher, “que de forma incansável não tem medido esforços na busca de caminhos, soluções e financiamento para a instituição”. A coisa toda seguiu nessa linha laudatória. E ela foi finalizada com um parágrafo que contém uma passagem eivada, como eu poderia dizer, por algo que conseguiu mesclar inocência pueril e sarcasmo. Diz a letra fria da nota: “A direção do Museu, seus professores, pesquisadores e funcionários não têm medido, e não medirão esforços para manter a instituição viva”. (19) Do que adianta isso agora? Não, a pergunta mais apropriada é esta: como se mantém um morto, vivo? Ai, ai. Seria cômico, se não fosse trágico, revoltante e desolador.

Os movimentos das autoridades tendo como motivação a destruição do Museu Nacional continuaram ao longo da semana. Eram tentativas de querer demonstrar compromisso e apego aos interesses e aos anseios de uma sociedade que está por aqui com tantas malversações e descalabros com o dinheiro público enquanto vê, entre inúmeros desacertos dos governantes de demais administradores da coisa pública, o crescimento assustador da taxa de desemprego e a escalada desenfreada da violência generalizada.

Na tarde da quarta-feira 5 de setembro, ocorreu no Palácio do Planalto, em Brasília, onde o Brasil vil e mesquinho é mais Brasil, uma reunião convocada pelo presidente Michel Temer com o objetivo de discutir meios de financiamento das obras de recuperação do Museu Nacional por meio de fundos patrimoniais. Além dos ministros Sérgio Sá Leitão (Cultura) e Rossieli Soares (Educação), da presidente do Iphan, Kátia Bogéa, do presidente substituto do Ibram, Marcos Mantoan, entre outros representantes do governo federal, compareceram ao encontro banqueiros e empresários. Murilo Portugal, presidente da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), salientou a necessidade de que “um trabalho de prevenção seja feito em relação aos outros museus mais importantes do Brasil”. Foi dito na ocasião que uma medida provisória a ser elaborada pela Presidência da República criará a Lei de Fundos Patrimoniais, com vistas a viabilizar a criação de fundos com doações privadas de pessoas jurídicas e físicas. E ambição desse fundo não é nada modesta: “Os valores serão destinados não apenas à reconstrução do Museu Nacional, mas também à recuperação de seu acervo e à manutenção de mais de 3.500 museus existentes no país”. (20) Entre as fontes de recursos destinados aos fundos estão valores a serem arrecadados por meio da Lei Rouanet.

Continuando a dar explicações ao distinto público brasileiro, os órgãos federais divulgaram mais informações de suas atuações em seus respectivos sítios na internet. Vejamos:

- Dia 04/09/2018: o Ibram informou que desde a sua criação, em 2009, vem dedicando especial atenção à questão da preservação e segurança em museus, o que o levou a implementar, a partir de 2013, o Programa de Gestão de Riscos ao Patrimônio Musealizado Brasileiro, que estabelece parâmetros técnicos para formulação de planos de gerenciamento de riscos, promovendo articulação entre diferentes instituições e organizações que compartilham esta responsabilidade pública, como o Corpo de Bombeiros, o Iphan e outros órgãos. Como que dizendo à UFRJ como proceder, informou ainda que em 2011 publicou o Caderno técnico de segurança em museus; que os trinta museus que estão sob sua gestão direta seguem estas orientações, desenvolvendo seus planos museológicos e de gestão de risco, possuindo inventários de acervo atualizados. E tem mais: as equipes técnicas passam por capacitação periódica; todos os museus seguem procedimentos básicos de prevenção e combate a incêndio; e tanto o Museu Lasar Segall (SP) como o Museu Solar Monjardim (ES) “já conquistaram seus respectivos Autos de Vistoria do Corpo de Bombeiros (AVCB)”. (21) Bom, considerando que são trinta museus, ainda faltam muitos receber o tal do AVCB.

- Dia 04/09/2018: o Iphan publicou a Portaria nº 366/18, que dispõe sobre as diretrizes a serem observadas para projetos de prevenção e combate a incêndio e pânico em bens edificados tombados. Uma das considerações diz: “Considerando os recorrentes danos ao patrimônio cultural decorrentes de incêndios, que indicam não estarem estes bens adequadamente protegidos contra este tipo de sinistro”. (22)

- Dia 05/09/2018: dando prosseguimento e/ou complementando os esclarecimentos quanto às diretrizes para a prevenção e combate a incêndio em edificações tombadas, o Iphan pôs no seu site um texto que se inicia com esta frase que, para mim, deveria figurar como lema de toda instituição que tem a defesa do patrimônio histórico como fundamento: “Preservar a memória e garantir o uso e a apropriação dos bens culturais protegidos é um esforço diário e vai além do rigor técnico e dos parâmetros legislativos”. Dito isso, a publicação seguiu informando o que o Iphan vem fazendo sobre essa questão e menciona a Portaria nº 366/18 como documento que estabelece as diretrizes a respeito. Já perto do fim, a narrativa lembra que, além de estarem sujeitas a incêndios e pânicos, as edificações estão expostas, também, a possíveis problemas como inundações, pragas, acidentes geológicos, entre outros. (23)

- Dia 06/09/2018: o Ibram decide prorrogar as inscrições para a 4ª edição do edital Modernização de Museus/Prêmios – o prazo, que era de 09/07/18 até 06/09/18, passou para 14/09/18 – que, entre outros pontos, olhem só, contempla também iniciativas de prevenção de riscos ao patrimônio museológico, que compreende implementação de plano de gestão de riscos, plano de emergência e plano de segurança para intervenções em bens imóveis. O edital irá contemplar 28 projetos que receberão R$ 100.000,00 cada um. (24)

- Dia 06/09/2018: o Ministério da Cultura divulgou que na manhã desse dia, o ministro Sérgio Sá Leitão tomou parte na primeira reunião do Comitê Executivo de Reconstrução do Museu Nacional, havida no Palácio do Planalto. O texto nos diz que representantes de instituições privadas presentes na reunião apontaram a preocupação do setor com o modelo de gestão e o plano de sustentabilidade; segundo eles, a governança é uma questão-chave para que o setor se mobilize e possa aportar o que é necessário para o processo de reconstrução e de manutenção do Museu Nacional. (25)

- Dia 06/09/2018: divulgado que o Ministério da Cultura, em parceria com a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), abrirá um edital para a contratação de uma consultoria que vai elaborar uma proposta de gestão para o Museu Nacional. Na avaliação do ministro Sérgio Sá Leitão a gestão por Organizações Sociais (OS) é a que melhor se enquadra nas necessidades da área cultural. Segundo ele, esse modelo 100% estatal em vigor hoje está falido no Brasil: “É preciso mudar o modelo de gestão dos museus permitindo que eles consigam captar recursos de diferentes fontes”, destacou ele. (26)

A incompetência, a negligência e o descaso é um fogo que arde e que se vê

Como vimos até aqui, não faltaram discursos de autoridades dizendo, agora que o Museu Nacional deixou de existir, que tudo será diferente. Vocês viram também que muito se falou em “reconstrução” do Museu Nacional. Como assim, reconstruir? Será que esses seres pensantes não compreendem que, façam o que eles fizerem, o Museu Nacional não mais existirá? E que o que eles pretendem fazer – fazer e não refazer – será outro museu e não o que existia? Aproveitando o ensejo eu sugiro de bom grado que eles até pensem e escolham outro nome para o tal museu que intencionam erguer sobre os escombros daquele que um dia existiu no bairro de São Cristóvão.

Percorram este país afora, caros leitores, e vejam a quantas andam instituições culturais que conseguem sobreviver a duras penas e em que condições se encontram centenas de edificações cravadas em centros históricos, como Alcântara, Salvador, São Luís, Laranjeiras, João Pessoa. Ampliem seu campo de visão e constatem que há um conjunto de ruínas em cada uma dessas cidades que foram citadas – e há tantas outras mais na mesma situação em que elas estão.

Depois da tragédia ocorrida no Museu Nacional as autoridades, como de costume, se puseram a propalar falácias de todo tamanho. Por uma longa e malfadada experiência, todos nós sabemos que essa falação toda não passa de jogo de cena, de conversa fiada e de acalanto para boi dormir. Quando cessarem o rescaldo, forem recolhidas as cinzas e esse acontecimento sair do noticiário, retornaremos à rotina conhecida de permanente ausência de funcionários, falta de verbas, perdas irreparáveis, furtos de peças de acervos, escoras, gambiarras, goteiras, luz cortada e escolha do que vai ser preservado e do que vai sucumbir  perante os nossos olhos desabando por causa do abandono e/ou sendo consumido pelo fogo. Tudo voltará à normalidade da deficiência que acomete desde sempre a educação – ainda há pouco o próprio ministro da Educação veio a público dizer que o Ensino médio chegou ao fundo do poço (27) -, há tempos diagnosticada como sendo de baixa qualidade, assim como o serviço público de saúde, a segurança pública e etc.; ou seja, praticamente tudo o que é gerenciado neste país pelo Estado e que é destinado à população beira a mediocridade e a precariedade.

A destruição do Museu Nacional da Quinta da Boa Vista figurará, não resta dúvida, de modo incandescente como o mais trágico e lamentável acontecimento verificado no governo de um mandatário da nação que é investigado pelo Ministério Público, que quis acabar, extinguir o Ministério da Cultura e que teve de aceitar o pedido de demissão do então ministro dessa pasta, Marcelo Calero, que não quis ceder aos achaques do então também ministro Geddel Vieira Lima – preso, não por isso, pela Polícia Federal em setembro do ano passado, acusado de lavagem de dinheiro e de associação criminosa e de ser o dono dos mais de 50 milhões de reais encontrados num apartamento na capital baiana – que queria sua interferência na liberação de um empreendimento embargado pelo Iphan nacional – o La Vue Ladeira da Barra – numa área tombada de Salvador que – e destaque-se bem isso – havia recebido o aval de construa-se dado pelo Iphan local.

A imensa maioria de nós, brasileiros, lamentavelmente, não foi educada para ter interesse em frequentar museus, o que é uma pena, porque, como bem sabem as pessoas que os procuram, eles são muito mais do que lugares ligados aos trades turísticos; os museus foram criados e existem não somente como reservas de conhecimento e de reunião de objetos e documentos antigos, mas também como meios de educação e de progresso, como pensava Brown Goode, que em fins do século XIX escreveu esta máxima que para mim vale para todo tipo de museu, público ou privado: “O museu público é uma necessidade em qualquer comunidade de civilização progredida”. (28)

Com uma existência em grande medida precária, o Museu Nacional, que comportava e difundia saberes que a humanidade acumulou ao longo de muitos anos, foi consumido pelo fogo sob o sereno de uma noite carioca. E nada do que se fizer daqui para frente conseguirá restituir a grandeza que um dia ele teve. O Museu Nacional, como ele existia, acabou para sempre, porque o acervo que ele possuía desapareceu para sempre. E, para sempre, o incêndio que o consumiu permanecerá como o símbolo maior da incompetência, da negligência e do descaso das autoridades públicas brasileiras no trato com a preservação e salvaguarda da memória nacional. Autoridades essas que de tão deslumbradas e fascinadas pela liturgia dos cargos que ocupam e pelas tantas benesses das quais desfrutam, se esquecem de que estão ali, na verdade, para gerir os bens públicos com eficiência e honestidade; e nos conferir um mínimo que seja de respeito e de dignidade.

Notas

1-    José Ortega y Gassset. Apud. Maurício Domiguez Perez. Lacerda na Guanabara, p. 29-30.

2-    Fernanda Pontes. “Varanda do Museu da República é escorada para não desabar”. O Globo (12 de abril de 2017). In www.oglobo.globo.com. O aviso também foi reproduzido na seção “Veja essa” da revista Veja, edição 2556, de 19 de abril de 2017, p. 45.

3-    Natália Nobre. “Um palácio que perdeu o brilho da República”. O Globo, 19 de abril de 2017. In www.oglobo.globo.com.

4-    Maria Clara Vieira e Izabel Izidoro. “A dança da crise”. Veja, São Paulo, 24 de maio de 2017, p. 90.

5-    Maria Clementina Pereira Cunha. “Patrimônio histórico e cidadania: uma discussão necessária”. In Maria Clementina Pereira Cunha (org.). O direito à memória: patrimônio histórico e cidadania, p. 11.

6-    Gastão Cruls. “Paço de S. Cristóvão”. In Aparência do Rio de Janeiro, vol. 1, p. 245. No verbete denominei assim os títulos que vão aparecendo ao longo do texto – intitulado “Museu Nacional”, Cruls nos diz que esse museu “Veio substituir a Casa dos Pássaros, fechada depois da chegada da Corte, quando nela foi montada uma Oficina de Lapidação. A fim de localizar a nova instituição, o governo adquiriu uma residência particular no Campo de Santana, esquina da rua dos Ciganos (Constituição), e para aí foi trasladado o pequeno material, exposto antes na Casa dos Pássaros e até então guardado no Arsenal de Guerra, mas enriquecido logo com uma boa mostra de minerais, mandada buscar na Alemanha para atender aos estudantes da Academia Militar” (p. 273-274).
7-    Maria Elisa Carrazzoni (coord.). Guia dos museus do Brasil. 2ª ed., p. 50. Esta edição é de 1978; a 1ª é de 1972.

8-    Maurício Dominguez Perez. Op. cit. p. 73. Perez nos diz da férrea postura tomada por Carlos Lacerda nesse episódio, barrando o intento de Marinho e Mello desapropriando o Parque Lage, que existe e é aberto ao público até hoje. Por sua ação, Lacerda passou a ser duramente criticado pelo jornal e pela rádio de Roberto Marinho que chegou a sair de casa com um revólver para matar o governador, mas desistiu no caminho. Acredita-se que Marinho tenha ficado enfurecido com o texto que Lacerda anexou ao decreto de desapropriação atacando duramente a sua pessoa.
Em 1989, seis anos após o falecimento de Mello, foi criado em Alagoas o Instituto Arnon de Mello, que também atua na promoção da cultura e na defesa do patrimônio histórico. Jornalista, assim como Roberto Marinho, Arnon foi senador e empresário.

9-    Ruy Castro. “Agora é cinza”. Folha de S. Paulo, São Paulo, 5 de setembro de 2018, Opinião, p. A2. Embora Castro só tenha mencionado esses nomes, a bem da verdade, o último presidente da República que esteve no Museu Nacional foi Juscelino Kubitschek, em 1958.

10-  Miriam Leitão. “O que fazer com as cinzas”. Diario de Pernambuco, Recife, 4 de setembro de 2018, Economia, p. A7.

11-  Cláudio Humberto. “Reitor faz pose”. Jornal do Commercio, Recife, 5 de setembro de 2018, Política, p. 6. Seja vista também a reportagem de Nicola Pamplona intitulada “‘Mãe’ de museu destruído, UFRJ tem improviso e prédio precário” (Folha de S. Paulo, São Paulo, 5 de setembro de 2018, Cotidiano, p. B4), segundo a qual, entre outras precariedades, a UFRJ está com: parte da área dos pilotis do prédio da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo isolada, por conta de goteiras; o prédio, de oito andares, está com quatro interditados desde 2016; dos cinco elevadores, só um funciona; sua biblioteca foi parcialmente destruída pelas infiltrações. Obras de novos edifícios estão paralisadas. Digam-me: como uma universidade como essa, que deverá fechar o ano com um déficit orçamentário de R$ 160 milhões – incluindo débitos de anos anteriores – poderia cuidar e bem de uma instituição do porte e da grandeza do Museu Nacional? E me permita leitor, que eu lhe dê mais uma informação que é no mínimo preocupante: a UFRJ gere outros catorze prédios tombados pelo patrimônio histórico, como a Capela de São Pedro de Alcântara, no campus da Praia Vermelha, que foi atingida por um incêndio em 2011.

12-  Vinicius Torres Freire. “Guilhotina e dinheiro no Museu”. Folha de S. Paulo, São Paulo, 5 de setembro de 2018, Mercado, p. A19.

13-  Apud. Alexandre Schwartsman. “Enquanto Roma arde”. Folha de S. Paulo, São Paulo, 5 de setembro de 2018, Mercado, p. A24.

14-  Fernando Tadeu Moraes. “Incêndio destrói pesquisas de alunos e professores e até peças emprestadas”. Folha de S. Paulo, 5 de setembro de 2018, Cotidiano, p. B1.

15-  Instituto Brasileiro de Museus – Nota sobre incêndio do Museu Nacional, da UFRJ (2 de setembro de 2018). In www.museus.gov.br.

16-  Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional – Nota oficial: Incêndio no Museu Nacional (3 de setembro de 2018). In www.iphan.gov.br.

17-  Instituto Brasileiro de Museus – Ibram cria força-tarefa para recuperação do Museu Nacional (3 de setembro de 2018). In www.museus.gov.br.

18-  Instituto Brasileiro de Museus – Reunião define detalhes para intervenção de força-tarefa no Museu Nacional (3 de setembro de 2018). In www.museus.gov.br.

19-  Museu Nacional – Nota ao público (4 de setembro de 2018). In www.museunacional.ufrj.br.

20-  Ministério da Cultura – Iniciativa privada manifesta apoio à reconstrução do Museu Nacional por meio da Rouanet (5 de setembro de 2018). In www.cultura.gov.br. Veja-se também: Ministério da Cultura – Lei Rouanet pode beneficiar museus e patrimônios culturais (5 de setembro de 2018). In www.cultura.gov.br. O texto, além de esclarecer a natureza da Lei Rouanet, elenca valores que foram destinados ao Museu Nacional através dela.

21-  Instituto Brasileiro de Museus – Conheça as ações do Ibram em preservação e segurança (4 de setembro de 2018). In www.museus.gov.br.

22-  Instituto do Patrimônio Histórico Artístico Nacional – Portaria nº 366/18, de 4 de setembro de 2018. In www.iphan.gov.br.

23-  Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional – Normativa define diretrizes para a prevenção e combate a incêndio em edificações tombadas (5 de setembro de 2018). In www.iphan.gov.br.

24-  Instituto Brasileiro de Museus – Modernização de Museus: edital prorroga inscrições até 14 de setembro (6 de setembro de 2018). In www.museus.gov.br.

25-  Ministério da Cultura – Comitê Executivo de Reconstrução do Museu Nacional se reúne pela primeira vez (6 de setembro de 2018). In www.cultura.gov.br.

26-  Ministério da Cultura. – MinC e Unesco investem em modelo de gestão para Museu (6 de setembro de 2018). In www.cultura.gov.br.

27-  Mônica Weinberg. “‘O ensino médio está no fundo do poço’, diz ministro da Educação" (30 de agosto de 2018). In www.veja.com. E ainda: Renata Mariz. “Mais de 70% dos concluintes do ensino médio têm desempenho insuficiente em português e matemática”. O Globo (30 de agosto de 2018). In www.oglobo.globo.com. As considerações do ministro Rossieli Soares nessas duas produções dizem respeito aos desastrosos resultados dos alunos das escolas públicas que participaram do Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb), cujos números foram divulgados na quinta-feira, 30 de agosto de 2018.

28-  Apud. Lilia Moritz Schwarcz. “O nascimento dos museus brasileiros (1870-1910)”. In Sergio Miceli (org.). História das Ciências Sociais no Brasil. Vol. 1, p. 44.

Fontes e referências

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