Por Clênio Sierra de
Alcântara
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Imagem: Reprodução Ele tem cara de nazista, tem jeito de nazista, tem discurso de nazista, mas não é nazista. Afinal, o que é que o senhor é, Roberto Alvim?! |
Como se não bastasse, como
se já não fosse suficientemente perturbador e vergonhoso e deprimente e lamentável
ter como presidente da República um sujeito neurastênico, escatológico e
pornográfico, nós, brasileiros, ainda temos de suportar os rebentos desajustados
dessa criatura e as infames e reprováveis performances de alguns dos seus
auxiliares.
Não é de hoje que o senhor
Jair Bolsonaro e os seus desde sempre candidatos mais que aptos a ganharem o
Prêmio Ignóbil, aqui e ali se arvoram de botar suas garras de tiranos para
fora: dão lições de como fechar o Supremo Tribunal Federal; desrespeitam jornalistas e ameaçam veículos da
imprensa; e evocam vez por outra instrumentos da Ditadura Militar querendo com
isso intimidar quem se opõe às suas sandices e às suas vontades autoritárias. Essa
gente, como se vê, não vale muita coisa.
Querendo, talvez, emular o
seu chefe e/ou ganhar pontos junto à família presidencial, eis que o então
raivoso e desbocado secretário da Incultura, ops, da Cultura, Roberto Alvim,
pôs-se todo pimpão diante de uma câmera e, tendo o antissemita Richard Wagner
como background, iniciou um discurso
em que anunciava a aposta numa “nova arte brasileira” que estaria por vir. Com sua
cara de quem comeu e não gostou, o senhor Roberto Alvim, vejam só, azeitou a
sua fala profética com porções generosas, digamos assim, de um discurso de
ninguém menos do que Joseph Goebbels, o ministro da Propaganda de Adolf
Hitler, o supremo líder nazista.
Desconfio sinceramente –
olha o chiste -, dada a fama de artista medíocre e algo despreparado que ele
carrega, que o senhor Roberto Alvim, esse serzinho que teve a petulância de
agredir a magnífica e admirável Fernanda Montenegro meses atrás, chamando-a de
sórdida, foi vítima de uma bem articulada armação. Desconfio honestamente – o chiste
continua – que o senhor Roberto Alvim, dado o seu passado inglorioso, nunca que
ouvira Richard Wagner e desconhecia totalmente quem foi o tal do Goebbels. Será
que foi mesmo uma armação? Ou será que foi o diabo da presunção que tomou conta
do corpo e da mente do então secretário Roberto Alvim para que ele gravasse o
vídeo com uma empáfia de quem se sente o rei da cocada preta, crente de que não
seria desmascarado? Além de exibir a postura de um sujeito arrogante,
prepotente e presunçoso o episódio em questão, que certamente figurará em
qualquer retrospectiva que se fará deste ano que mal começou, revelou que o
senhor Roberto Alvim é de uma ingenuidade tamanha. Mas ele caiu. Oh glória!
Os malditos e sórdidos
tiranos que atualmente se encontram no comando do Governo federal, ao que
parece, estão exercendo seus podres e tresloucados poderes sem ter consciência
de que todas as suas manobras e ações visando ao sufocamento da liberdade, em
geral, e de criação artística, em particular, não serão eficazes e nem
alterarão o fato de que a arte tem força para germinar até mesmo em terrenos
muito áridos; e que a censura, a restrição, o corte de verbas e a propaganda autoritária
e nazista, ops, difamatória, não vão impedir e nem bloquear o processo de
criação e expansão das expressões artísticas. A arte, malditos e sórdidos
tiranos, assim como a luta pela sobrevivência, é de uma força e de uma
resistência descomunais.
Fiquem bem certos, malditos
e sórdidos tiranos que, de onde nós estamos, assistiremos à passagem da caravana
do preconceito, do retrocesso, do autoritarismo, da intolerância e da falsa
moralidade que vossas excelências estão a conduzir. O lugar da liberdade não
pode ser ocupado pela tirania.
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