I
Eu compreendo perfeita e
claramente que havia uma grande raiva represada e uma enorme repulsa em boa
parte da população brasileira com relação aos governos do Partido dos
Trabalhadores (PT) desde o tempo em que Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma
Rousseff ocupavam a Presidência da República. A raiva e a repulsa com os
desmandos protagonizados pelos petistas, as falcatruas e roubalheiras que
vieram à tona no período e a crise econômica severa na qual o país imergiu
desde então, deram espaço para que discursos “contra tudo isso que está aí”
ganhassem imediatamente os ouvidos dos inconformados. Ocorre que essa raiva,
essa repulsa, esse ódio, esse inconformismo fizeram com que milhões e milhões
de cidadãos apostassem suas fichas nas urnas e elegessem uma das figuras
públicas mais despreparadas, estúpidas e retrógradas – ele, claro, acredita
piamente que é justamente o contrário disso – que já passou pelo Palácio do
Planalto, que é esse senhor Jair Messias Bolsonaro, o Australopithecus brasiliensis.
II
Nunca pensei que iria viver
o bastante para ver a humanidade com medo de uma doença. Nos meus pesadelos
mais reais, eu receava – e receio – que chegasse o dia em que guerrearíamos
para obter um pouco de água potável. E, no entanto, eis que eu venho vivenciando
e assistindo ao desenrolar de acontecimentos que demonstram o tempo todo que,
mais do que egoístas, brutais, desumanos e covardes, somos demasiadamente
frágeis: vem um vírus, um ser microscópico, e puf, nos bane da face da Terra.
III
Em vista de toda a
verborragia, de todos os insultos e de toda a pantomima de que o senhor Jair
Bolsonaro lança mão na saída do Palácio da Alvorada para animar a sua claque
imbecilizada, é espantoso, para dizer o mínimo, que jornalistas sérios
continuem a marcar ponto naquele local. Bom serviço prestariam à nação esses
jornalistas se eles fossem fazer reportagens nos lugares esquecidos pelo poder
público, como as favelas dos arredores de Brasília, e os interiores
desassistidos deste país imenso. Meus caros, honrem a sua profissão, deixem esse bufão com
a plateia desmiolada que ele tem, porque essa criatura não tem preparo algum,
não tem discernimento, não tem escrúpulos, não sabe o que é liturgia de cargo
nem responsabilidade social e não tem respeito por absolutamente ninguém.
IV
Quando os primeiros
vitimados pelo novo coronavírus em Wuhan, na China, começaram a ocupar os
noticiários pelo mundo afora, não demorou para que soasse o alarme de que a
coisa não era um probleminha e sim um problemão que poderia tomar dimensão
global, como veio a acontecer em poucos dias, dada a facilidade e rapidez com
que as pessoas se deslocam entre os continentes. Os teóricos das conspirações
logo se puseram a especular que isso foi uma artimanha dos chineses para fazer
a economia mundial balançar e assim de algum modo abalar os Estados Unidos com
os quais eles vivem em disputa pelo posto de maior potência econômica. Outra
especulação conspiracionista aventou que o novo coronavírus é só mais um vírus
fabricado pelos laboratórios farmacêuticos, que produzem e disseminam doenças
para depois lucrarem bilhões de dólares com a venda de remédios.
Em meio a tantas especulações,
começou a circular também o vídeo de um suposto culto da Igreja Universal do
Reino de Deus no qual o pastor anuncia a comercialização de álcool em gel por
meros R$ 500,00 o frasco de não sei quantos mililitros. Será isso verdade? Bem,
considerando que muitos falam que o céu é uma maravilha e ninguém quer morrer e
a quantidade de quinquilharias que minha pobre mãe já comprou ao longo de mais
de vinte anos nos cultos abençoados da igreja do multimilionário Edir Macedo,
eu só duvido do valor que é cobrado ali, porque, em realidade, eu creio que
seja muito mais caro. Oh glória!
V
Mantendo com galhardia a
pose equina e algo esquizofrênica à qual, de uns tempos para cá, ele juntou o
hábito infantilóide de dar banana para todos aqueles que não fazem parte de sua
plateia, o senhor Jair Bolsonaro, o mentecapto do cerrado, aquele sujeito que
afirma e depois nega, para em seguida reafirmar e sem demora negar de novo –
convenhamos, é muita perturbação mental, não é? -, fez pouco caso dos fatos,
desdenhou as recomendações do Ministério da Saúde, viu parte do seu staff ser contaminado e foi se juntar
aos seus correligionários que protestavam, vejam só, contra a manutenção das
instituições democráticas, como o Congresso Nacional e o Supremo Tribunal
Federal que, segundo eles, não deixam Seu Jair fazer o que bem entende. Essa
gente pode entender de uma porção de coisas, tais como terraplanismo, ofensa às
mulheres, discriminação contra homossexuais, desmatamento, manuseio de armas de
fogo, vestir azul e rosa, ataque às universidades públicas, cumplicidade com
milicianos, fazer fortuna com franquia de chocolate, pegar parte do dinheiro de seus funcionários, imitar nazistas de alta patente, desprezar os nordestinos e de
atacar a cultura e a liberdade de expressão, mas não entende nada,
absolutamente nada de democracia e civilidade.
Quando os petistas estavam no poder e acenavam
controlar e censurar a imprensa e, além disso, mantinham laços estreitos com
ditaduras como as de Cuba e da Venezuela, essas pessoas que hoje governam o
Brasil e os seus apoiadores atacavam o PT dizendo que eles eram comunistas e queriam
acabar com a democracia neste país. Ora, e por que agora o discurso e a postura
mudaram de figura? Por que agora é legítimo e correto perseguir e ofender
jornalistas e órgãos de imprensa? Por que agora ser patriota e nacionalista é
ser serviçal dos Estados Unidos, assumir uma postura autoritária e evocar atos
institucionais do tempo da Ditadura Militar que vigorou neste país durante
amargos e terríveis longos vinte e um anos?
VI
Pensando estar tratando com
imbecis de carteirinha, o governo brasileiro quer fazer a população acreditar
que tudo ficará sob controle se a pandemia do coronavírus chegar para valer por
aqui. Quem em sã consciência poderia crer numa afirmação dessas, me digam? Talvez
nela acreditasse quem não conhecesse a realidade de clínicas e de hospitais
públicos nos quais, além de pessoal, faltam estrutura física e insumos para eles
funcionarem a contento. Caso se confirme a previsão de alguns especialistas de
que o novo coronavírus vai se alastrar mesmo por aqui nos próximos dias, o que
provavelmente assistiremos será ao caos, ao colapso de um sistema público de
saúde no qual diariamente pessoas morrem por falta de atendimento adequado.
VII
O senhor Jair Bolsonaro, o
grande idiota que parece não ter noção alguma do cargo que ocupa, haverá ainda
de causar muitos males ao Brasil e aos brasileiros; e haverá de figurar nos
manuais de História como um Presidente da República que fez com que grande
parte da população do seu país botasse para fora, desavergonhadamente, todo o
ódio, todo o preconceito, toda a intolerância e todo o autoritarismo que
mantinha latente.
VIII
A pandemia de coronavírus
expôs mais uma vez ao mundo o grau elevado de civilidade e solidariedade de
muitos de nós brasileiros: em alguns estabelecimentos o álcool em gel passou a
ser vendido com o preço elevado em mais de trezentos por cento. Somos ou não
somos um povo que sabe aproveitar bem as oportunidades para dar um jeito de ganharmos
mais? E o pessoal que num efeito tresloucado de manada, sem necessidade, saiu
comprando hidroxicloroquina, deixando os portadores de lúpus e malária, que
realmente precisam do medicamento, sem ter onde comprá-lo? Como dizia o
filósofo Friedrich Nietzsche, “Sem crueldade não há festa”. E se nesse cenário
de terror e preocupação nos resta algum consolo é o de saber que, tal qual essa
gripe maldita, também esse Jair Bolsonaro haverá de uma hora dessas sair da
nossa atenção. Enquanto isso não ocorre, lutemos com cuidado e com valentia,
porque ainda não serão esses males que irão nos derrotar.
Texto que resume bem a irresponsabilidade e a falta de representatividade que é esse governo. Um presidente que se porta como um demente, que ignora seu próprio governo não poderia ser diferente diante de um vírus tão perigoso como este. Entretanto, em relação ao vírus contagioso, suas ideias , ignorância parece ser mais rápido seu contágio, disseminado ódio, fake New e despreparo, característica principal de seus seguidores. Portanto a esquizofreniacovid-19 é muito mais contagioso que a pandemia atual. O brasil segue na ignorância e na doutrina da esquizofrenia pandemica.
ResponderExcluirO atual cenário da política brasileira, e de uma desorganização, que causa vergonha a quaisquer nativo desta terra de encantos mil. Observa-se um poder executivo sem postura, credibilidade e conhecimento do seu papel como representante de uma nação, servindo de piada para lideranças mundiais. Espelha-se em um outro senhor, que agi como comediante, mas tem uma economia estável e uma moeda forte. O legislativo, não criar leis que favoreçam os trabalhadores, os aposentados, ao contrário, criam obstáculos para a classe operária. O judiciário é corte suprema só no título, subordinada a tantos e quantos, pois são indicados por partidos e partidários. E ai o que é vem do Planalto central, só comédia, repressão, discriminação, blindagem escandalos. E o Brasil, afundando, e o trabalhador se f.......
ResponderExcluirÉ melancólico presenciar as atitudes do atual governo,estamos vivenciando um momento de calamidade mundial, não importa quem produziu, a verdade é que a realidade é assustadora, e que não temos condições de tratamos todos infectados, pois não se investe em saúde neste país. Porém as táticas empregada pelo chefe do executivo é de deixar quaisquer cidadão insatisfeito, pedir o final do insolamento social é caminhar para a falência da população em risco no país. Talvez esse senhor ja tenha adquirido imunidade a todos tipos de vírus e bactérias existente, dizem que gente ruim não morre, porém é prudente sermos cautelosos, solidários, vigilantes e responsável, uma vez que trata-se de vidas e vida abundantes. Deixo aqui meu registro revoltoso de indignação aos atos irresponsáveis do nosso chefe de estado. Acordem, a mídia ainda é a responsável pela informação sadia, limpa e verdadeira.
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