O
ódio não requer artifício; ele se alimenta do seu próprio querer. Habitualmente
fogos de artifício são disparados para comemorar algo, não necessariamente bom
para todos, como se pensa ser o réveillon;
por exemplo: a torcida de um time de futebol pode soltar fogos festejando a
derrota do seu rival para outro grupo; neste caso, o pipocar dos fogos marcam de
modo barulhento uma satisfação pelo mau êxito alheio.
Na noite do sábado passado
fogos de artifício pipocaram no céu de Brasília, iluminando a Esplanada dos
Ministérios. Eles foram disparados, na verdade, contra o Supremo Tribunal Federal
(STF) por indivíduos que compõem as hostes da República Antidemocrática
Bolsonariana. Aquela luminosidade era, portanto, a luz da treva; a luz repentina,
fugaz e breve que chega à cabeça de pessoas que diuturnamente se mostram
empenhadas em defender cegamente os ideais autoritários e os posicionamentos
antidemocráticos emanados da figura do seu chefe-supremo, o senhor Jair
Bolsonaro.
Mas, afinal, o que comemoravam
aquelas pessoas ao soltarem fogos de artifício contra o STF? Até agora eu não
sei. Será que comemoravam com antecipação algum acontecimento que atingirá os
membros da Suprema Corte que só elas sabem? Será que, como alardearam alguns
dos aliados daquelas hostes, o evento teve cunho meramente religioso, como
disse o deputado federal Daniel Silveira?
Veio o domingo e os
bolsonaristas, ignorando novamente o bloqueio da Esplanada dos Ministérios,
retornaram para lá a fim de dar continuidade a mais um ato de seu teatrinho dos
horrores, algo que eles não se cansam de encenar.
Faixas pedindo o fechamento
do STF e do Congresso Nacional e a decretação de outro Ato Institucional nº 5
(AI-5), agressões a repórteres, tochas, fogos de artifício, cavalgadas, voo de
helicóptero e carreatas são demonstrações cabais de que o ranço autoritário e a
aversão à democracia não saem da pauta dessas pessoas que se esforçam por
instituir uma ordem governamental na qual tudo o que o mandatário da nação diga
e queira seja feito e nada contestado.
A
ameaça à democracia é como um câncer. E não é que finalmente as
forças policiais e as ordens constitucionais começaram a agir para pôr atrás
das grades essa gente que não suporta de modo algum viver numa sociedade
democrática?
Na segunda-feira, a senhora
Sara Fernanda Geromini, que se apresenta ao mundo como a guerreira brava e
destemida Sara Winter, foi presa pela Polícia Federal dentro do âmbito das
investigações sobre financiamento de disseminação de fake news e de realização de atos inconstitucionais e
antidemocráticos. A prisão dela e de outros indivíduos ocorreu num momento em
que se assiste ao acirramento de um ataque que eu diria que é diário e
sistemático às instituições democráticas partindo de várias esferas.
Nós que estamos acompanhando
o desenrolar de todos esses episódios percebemos que muitos ataques à
Constituição e muita selvageria estão e/ou estavam sendo cometidos como se
fossem coisas banais com as quais nós não devêssemos nos preocupar. Acontece que
ameaças à democracia são como cânceres: começam com um pequeno tumor e vão se
espalhando, se espalhando até dominarem tudo e nos lançar num abismo de dor,
medo e submissão total. Caso nós não nos cuidemos e nem nos mantenhamos
vigilantes, nos veremos, a sociedade brasileira se verá mais uma vez sob a
vigência e o controle de uma ordem institucionalizada que, comandada por militares
e a despeito de pregar o progresso e o bem-estar de todos os cidadãos, cerceia
a liberdade de ir e vir e de se expressar, sonega esclarecimentos, dá fim e
mata opositores e estabelece como devemos nos comportar e viver.
Mortes
e mais mortes. Nesta semana saiu mais uma certificação de
que muitos e muitos brasileiros não têm mesmo condição de viver em sociedade. Imagine
você que me lê que, mesmo estando atravessando uma circunstância em que não
estamos podendo fazer tudo o que normalmente nós fazíamos, como viajar,
frequentar festas, cinemas, etc., e tendo de ficar mais em casa por causa da
pandemia do coronavírus, eis que, ainda assim, com muito menos pessoas circulando
nas ruas, houve um aumento do número de mortes violentas neste país selvagem.
Segundo dados divulgados
pelo Monitor da Violência, uma
parceria do G1 com o Núcleo de Estudos da Violência da Universidade de São
Paulo (NEV-USP) e o Fórum Brasileiro de Segurança Pública, no mês de abril
ocorreram 3.959 homicídios, latrocínios e lesões corporais seguidas de morte,
um aumento – isso mesmo, um aumento – de 8% em relação ao mesmo mês do ano
passado.
No cômputo geral, somando os
meses anteriores, a quantidade de mortes violentas deste 2020 deverá superar a
de 2019. E esse retrato da violência brutal que assola este país – e não é de
hoje – revela que já estamos numa guerra civil há muito tempo, de modo que,
quando o senhor Jair Bolsonaro fala em uma possível “guerra civil”, ele parece
ignorar que ela, na verdade, já está sendo travada. O pior do Brasil é o
brasileiro.
Caso
a vida lhe ofereça um limão, faça com ele uma limonada. Agora, por favor, se
ela lhe der um laranja, não faça com ele uma organização criminosa. De
modo bastante insistente e nenhum pouco persuasivo o clã Bolsonaro buscava – e continua
a tirar o deles da reta, apesar das evidências todas reunidas pelo Ministério
Público do Rio de Janeiro – fazer a plateia, no caso, a sociedade brasileira e
não apenas os seus apoiadores, acreditar não só que nada tinha a ver com as
malfeitorias praticadas por Fabrício Queiroz, um ex-assessor do primogênito
Flávio Bolsonaro e amigão de décadas do patriarca, o impoluto e íntegro Jair
Bolsonaro, mas também que não sabia do paradeiro do dito-cujo. Bom, a conversa
fiada, creio eu, não era e não é aceita nem mesmo pelo bolsonarista-raiz, que
dirá pelas autoridades responsáveis pelos andamentos da investigações.
Dizem que contra os fatos
não há argumentos. Pode ser que outros fatos possam servir sim, como
argumentos; mas, o que é que essa gente autoritária, hipócrita, estúpida e
covarde tem a dizer e mostrar como argumento diante de tudo o que os agentes do
Ministério Público, num trabalho muito minucioso e digno de aplauso e de
estrondoso pipocar de fogos de artifício, reuniu para acusar o senhor Flávio
Bolsonaro de ser o chefe de uma organização criminosa que, com a ajuda de um
escudeiro incansável, Fabrício Queiroz, começou a atuar no tempo em que ele era
deputado estadual na Assembleia Legislativa fluminense? O único argumento, por
assim dizer, que eu ouvi até agora foi a negação de autoria dos crimes seguida
de uma acusação de perseguição política por parte de um inimigo, o governador
Wilson Witzel. E isso lá é argumento? Fatos, senhores, tragam provas e fatos
plausíveis, para fazer uso de uma palavra tão do gosto do inocente Flávio
Bolsonaro, e assim prestem um esclarecimento convincente à opinião pública.
Atibaia,
a nova terra prometida: de refúgio indecoroso de arrivistas petistas a
esconderijo de criminosos antipetistas. As imagens de policiais
efetuando a prisão de Fabrício Queiroz num casarão em Atibaia, divulgadas na
quinta-feira, foram uma dessas cenas inesquecíveis que, pelo menos em mim,
suscitam uma vontade danada de ver e rever e rever e rever. O ex-assessor e
amigo do clã Bolsonaro que, mais de uma vez, não compareceu em juízo para
prestar depoimento alegando más condições de saúde, vinha posando para fotos
nas quais aparecia preparando churrasco e agarrando uma garrafa de cerveja,
demonstrando estar muito bem, obrigado, e aproveitando, à sua maneira, uma dolce vita longe das garras da lei. Ah,
Queiroz, olha com que tipo de gente o senhor foi se meter.
Rachadinha,
milicianos, advogados, AI-5 na decoração, anjo e o dia a quatro: ninguém segura
os delinquentes do Brasil. Desde o tempo dos pedalinhos do lago
do sítio que as autoridades dizem ser do ex-presidente Luiz Inácio Lula da
Silva, a paulistana Atibaia não aparecia tanto na grande mídia. O que será que
essa cidade tem que atrai malfeitores dos grandes, hein pessoal? Desconfio que
seja o ar puro, porque tem muita árvore por lá.
Pau para toda obra do clã
Bolsonaro, o senhor Frederick Wassef se gabava de saber de tudo da família
presidencial, como conselheiro, advogado e também, vejam só, acobertador de
criminosos, um verdadeiro advogado do diabo. Raposa velha e profissional de
renome, o senhor Wassef que, em pelo menos uma ocasião – no programa Em Foco, da Globo News, em setembro do
ano passado –, disse não saber do paradeiro do ex-assessor multiuso Fabrício
Queiroz é, segundo o Ministério Público, o personagem que em mensagens
interceptadas é chamado de Anjo.
Wassef, o Anjo Mau, o
chamemos assim, pensou em tudo para manter o ex-assessor e amigão do clã
Bolsonaro longe das vistas de quem quer que fosse; e escolheu como esconderijo
um suposto escritório de advocacia, porque, de acordo com a legislação em vigor,
esses espaços gozam de inviolabilidade desde que não violem as leis, claro, o
que não era o caso. Embora Wassef declarasse não saber onde o senhor Queiroz se
encontrava, o seu caseiro disse aos investigadores que o ex-policial militar,
ex-assessor e ex-operador de rachadinha estava hospedado na espaçosa casa há pelo
menos um ano.
De acordo ainda com o
Ministério Público, a organização criminosa chefiada pelo hoje senador Flávio
Bolsonaro movimentava uma dinheirama contando com o auxílio de gente barra
pesada que a crônica policial denomina de milicianos.
Estivéssemos sob a vigência
de uma ditadura militar – e sabemos que há muitos querendo e se empenhando para
isso – é de se ver que a casa-escritório-esconderijo do senhor Frederick Wassef
poderia funcionar como ponto de encontro e/ou refúgio de malfeitores que
agissem em nome do Estado e/ou lugar para a prática de crimes indizíveis. Saudade
do tempo do estado de exceção o senhor Wassef certamente tem, porque, a meu
ver, só isso explica a manutenção em sua casa-escritório-esconderijo de
Atibaia, um cartaz com os dizeres “AI-5” como elemento integrante da decoração,
rodeado por bonecos de Tony Montana, personagem do filme Scarface, conhecido por ser um assassino bastante frio, que foi
interpretado por Al Pacino.
Alguém aí se lembra de que,
durante a campanha eleitoral, o senhor Jair Bolsonaro se vangoriava e soprava
aos quatro ventos que a sua família era politicamente íntegra? Bom, o
Ministério Público do Rio de Janeiro veio nos dizer que não é bem assim.
Uma perguntinha inocente:
será que o senhor Frederick Wasssef, o advogado do diabo, o Anjo Mau, planejou
toda a Operação Esconde Queiroz sozinho? Será que será que será?
Saiu
o burrego do Ministério da Educação. Há realmente algo de muito
contrassenso num governo que de um lado prega e diz que está desde o início
empenhado em promover o progresso socioeconômico do país e, por outro lado, faz
do Ministério da Educação um palco onde se apresentam bufões que, além de
bufonices, agem como cópias ainda mais infames do mandatário boca suja.
Desde que o desgraçado do
senhor Abraham Weintraub assumiu a pasta da Educação, ele a transformou no
Ministério da Deseducação com sua pedagogia da ignorância e a sua propensão
para a prática de peraltices. Em pouco mais de um ano o senhor Weintraub xingou
meio mundo, quis autoritariamente mudar diretrizes das universidades, fez
vídeos que só ele e os seus comparsas viam como cômicos e nada de relevante
para o setor educacional foi construído e posto de pé.
Na mesma quinta-feira em que
o país assistiu à prisão de Fabrício Queiroz e tomou ciência da dimensão da
honestidade e da integridade do clã Bolsonaro, o cancro Abraham Weintraub
deixou a Esplanada dos Ministérios. E, antes de sair, fez mais uma maldade: ele
revogou a portaria de cotas para negros e índios em cursos de pós-graduação,
algo muito condizente com sua índole e com seu modo execrável de ser que ele
nunca escondeu. E a criatura ainda saiu falando em valores nobres, como liberdade,
honestidade e família, vejam só, um salafrário desse que há anos impede o seu
pai de ver os netos por causa de uma disputa por herança.
Desculpa pelo palavreado
chulo: há quem diga que quem não caga na entrada, caga na saída; no caso do
senhor Abraham Weintraub, como vimos durante o seu reprovável e lamentável
comando do Ministério da Educação, ele sofre de incontinência fecal. Pôr alguém
como o senhor Abraham Weintraub, um perturbado mental que ainda por cima tem o
ego inflado de um ditador, é acreditar que, ao contrário do que é sabido, todo
e qualquer entulho, como o papel higiênico usado, pode ser reciclado.
O
coronavírus está mesmo indo embora? Apesar de neste sábado, dia
20 de junho, o Brasil ter contabilizado mais um número elevado de mortes
causadas pelo coronavírus – hoje foi divulgado que na somatória de todos esses
messes atingimos 49.976 óbitos -, assiste-se ao que no meu simples entendimento
enxergo como uma descabida e fora de hora baixa de guarda na batalha contra a
pandemia.
É inegável que, embora
várias e várias cidades tenham em alguma medida liberado a volta de muitas
atividades comerciais alegando queda no número de pessoas contagiadas e
diminuição da procura de leitos de UTI, outras estão vendo as medidas de
controle recrudescer, caso de Cuiabá e Várzea Grande, em Mato Grosso. Penso que
o clima de oba-oba e de libera gral pode causar uma nova e preocupante onda de
contaminação e, por conseguinte, de elevação da mortandade. Como diz o clichê,
canja de galinha e prevenção não fazem mal a ninguém. Mas atenção: cloroquina e
irresponsabilidade social fazem mal sim.
Com
o perdão do trocadilho, Mario Frias entrou numa fria. Ontem
à noite, enfim, o desgoverno do senhor Jair Bolsonaro fez publicar no Diário Oficial da União a nomeação do
ator medíocre Mario Frias como Secretário Especial da Cultura.
Competência ou algo que o
valha, como já foi visto no Ministério da Educação e na própria Secretaria
Especial da Cultura, não é pré-requisito para ocupação de determinados espaços da
República Antidemocrática Bolsonariana, de modo que, para um governo que nutre
uma enorme aversão aos valores democráticos, à liberdade de expressão – e a
arte e a cultura sempre anseiam pela liberdade, não é, Aroeira? -, à cultura de
um modo geral e à classe artística, não faz a menor diferença que tal
secretaria seja ocupada por um analfabeto ou por um pós-doutor em qualquer
coisa, a exemplo do que está acontecendo no Instituo do Patrimônio Histórico e
Artístico Nacional (Iphan) e na Fundação Palmares.
Vou repetir aqui o mesmo
questionamento que eu fiz quando da passagem da senhora Regina Duarte por essa
mesmíssima e por ora maldita secretaria agora comandada pelo senhor Mario
Frias: o que leva um artista a aderir a um governo que tem um completo e
inteiro desprezo pela arte e pela cultura?
Não é preciso torcer contra
o desgoverno do senhor Jair Bolsonaro porque, nefasto e inimigo do bom senso –
e também da integridade e da honestidade, como o caso Fabrício Queiroz fica
todo tempo a nos lembrar – como ele e o seu clã o são, ele próprio causa os
males que hão de corroê-lo em toda a sua inteireza.
A
dica de leitura de hoje é uma obra aberta que está sendo escrita, mas que já
pode ser acompanhada nas plataformas digitais: Como esconder bandidos e enganar as pessoas. Parece
que eu estou vendo um auxiliar do porco Napoleão, do livro A revolução dos bichos, do George Orwell, alterando os fundamentos
daquela governabilidade animalesca. Assim como são os bichos, são as pessoas.
Tal qual aquela quarta-feira, 22 de abril de 2020, o Dia do Canalha, esta semana pareceu interminável para o
clã Bolsonaro, apoiadores e, claro, detratores. Foram tantas as, por assim
dizer, emoções: de protesto pró-governo e contra tudo que cheire e/ou lembre
democracia ocorrido em Brasília, no domingo, que contou com a participação do
então ainda ministreco da Deseducação, Abraham Weintraub, passando pela prisão
de Sara Winter e outros delinquentes apoiadores do desgoverno da República
Antidemocrática Bolsonariana na segunda-feira, quebra do sigilo bancário de
deputados bolsonaristas, saída do senhor Weintraub, captura de Fabrício
Queiroz, esta semana, ufa, teve, como diria o humorista Jeison Wallace na pele
do seu personagem Cinderela, de um tudo. Ô mulé, deu uma pena!
Pus-me a imaginar como
ficaram as cabecinhas do clã Bolsonaro à medida que o novelo de lã dos fatos
foi sendo desenrolado e a sociedade brasileira foi vendo como a fortaleza da
moralidade, da ética, da honestidade e dos valores cristãos, sempre tão
exaltados pela família presidencial, se desmanchou – “Tudo que é sólido
desmancha no ar”; lembram de Marshall Berman? -, se diluiu e correu célere para
a enorme e profunda cloaca política que existe neste país.
Deveras acostumado a encenar
o papel de um ditadorzinho muito seguro em seu Teatro dos Vampiros, o canastrão
presidente da República, o senhor Jair Messias Bolsonaro, que é Messias, mas
não faz milagres e sim comete uma arbitrariedade e uma malfeitoria atrás da
outra junto com seus cupinchas, escreveu numa nota divulgada ainda na
terça-feira – o bichinho não sabia que, ao longo da semana, muita lama podre
iria rolar por debaixo de sua ponte que liga o autoritarismo à inépcia de sua
pessoa para o cargo que ocupa -, que, vejam vocês, luta pela liberdade dos
brasileiros – sim, ele não especificou e outra vez não deu os nomes dos bois
dos quais ele defende a liberdade. O que vocês acham? -; no dia seguinte,
falando aos apoiadores, ele disse, com a conhecidíssima retórica da intimidação
e do medo, que estava “chegando a hora de tudo ser colocado no devido lugar”; depois
disso, considerando tudo o que foi revelado pelo Ministério Público do Rio de
Janeiro, o que se viu foi um pitbull
posando de vira-lata acuado e perdido que caiu do caminhão da mudança, sem ter
o que dizer nem mesmo para a sua claque de desocupados que diariamente marca
presença ali na Tribuna do Escracho e do Deboche, na saída do Palácio da
Alvorada. E dizer o quê? Que não sabia de nada sobre o envolvimento do seu
primogênito com Fabrício Queiroz e não sei quantos milicianos? Dizer que não
tinha conhecimento de que seu advogado, o senhor Frederick Wassef, arquitetou a
ocultação do delinquente ex-assessor do seu filho e ex-amigo seu?
A perturbação mental do
mandatário da nação foi tamanha que, numa live
feita na mesma quinta-feira em que Fabrício Queiroz foi preso, ele disse que,
por ele, o caso estava encerrado. É mole?! Não, senhor presidente, o caso não
foi encerrado, não; espera-se, agora, que o seu ex-amigo de longa data, enfim, revele
nomes e esmiúce o funcionamento da organização criminosa que, segundo as
investigações ainda em curso – vou repetir, ainda em curso -, dizem que é
comandada por seu filho Flávio Nantes Bolsonaro. E, cá para nós, presidente,
creio que nem mesmo o senhor acreditaria na explicação estapafúrdia que o seu
advogado passou dois dias elaborando para justificar a estadia do Fabrício
Queiroz na casa-escritório-esconderijo em Atibaia. Armação? Poxa, presidente,
isso é desprezar demais a inteligência alheia.
Presidente Jair Bolsonaro, a
desonestidade é laranja e tem vários nomes e sobrenomes.
Senhor Jair Messias
Bolsonaro, não foi espetaculosa a prisão de Fabrício Queiroz como Vossa
Excelência e tantos outros afirmaram; quem faz o “espetáculo” é a mídia, assim
como foi feito com as detenções dos ex-presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e
Michel Temer e de tantos outros investigados; espetaculosa e enganadora, senhor
presidente, foi a encenação, o teatrinho burlesco que o senhor e a sua família
encamparam para se apresentarem como bastiões da moralidade e da honestidade a
fim de ganharem a eleição de 2018.
Nada como o passar do tempo para que possamos ver desmoronar as construções erguidas sob frágeis e/ou falsos pilares. À esquerda ou à direita, a ética, a moralidade e a honestidade são valores que costumam ser espezinhados e desprezados pelos donos do poder deste país.
Nada como o passar do tempo para que possamos ver desmoronar as construções erguidas sob frágeis e/ou falsos pilares.
E, para finalizar e resumir
esta história, como dizia a minha analfabeta, mas sábia avó, quem é ruim por si
mesmo se destrói.
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