5 de dezembro de 2020

Com quantas listas de supostos “inimigos” se faz um governo de cunho autoritário?

 Por Clênio Sierra de Alcântara


Imagem: Internet
Jair Bolsonaro, meu querido, mude as suas estratégias de militar fracassado, porque fazer listas não é o bastante para derrotar “inimigos”
 

Não é preciso fazer uso de lupa, microscópio, óculos especiais e nem de binóculo de ultramega alcance ou algo que o valha para que se veja o que aos olhos dos sensatos e desprovidos de quaisquer filiações partidárias e/ou ideológicas aparece claramente: o senhor Jair Messias Bolsonaro é um mentecapto perverso e um empedernido tirano; e representa o que de pior e de mais retrógrado foi produzido pela fauna política brasileira.

O desgoverno da República Antidemocrática Bolsonariana não está empenhado só em promover e incentivar a destruição do meio ambiente, desvirtuar e desmontar as entidades culturais, incitar a população a comprar armas, atacar os meios de comunicação que apontam as suas malfeitorias, desacreditar a ciência, desqualificar as universidades públicas e fazer pouco caso e pilhéria de uma pandemia que até o dia de hoje tirou a vida de 176.641 cidadãos que residiam neste país. Ao rol dos tantos malefícios que tem destinado à população, o chefe-supremo da República Antidemocrática Bolsonariana incluiu o negócio que é uma das características fundamentais e basilares de governos que não suportam os pilares da democracia e da liberdade de expressão, que é mandar investigar a vida dos supostos inimigos do Estado; a saber: todos aqueles que de algum modo expressam o que veem de errado nesse desgoverno maldito.

Dias atrás Rubens Valente, do site UOL, revelou a existência de mais uma lista de “inimigos” do Palácio do Planalto, desta feita elaborada pela BR+ Comunicação, sob encomenda do desgoverno do senhor Jair Messias Bolsonaro. Intitulada de “Mapa de Influenciadores”, a tal lista é composta por jornalistas, professores, escritores, youtubers e outros mais, que vêm exercendo a necessária e primordial tarefa de se manter vigilantes e atentos no que diz respeito aos desmandos praticados pelo chefe-supremo, pelos seus parentes e por integrantes do seu desgoverno e mesmo por uns e outros que atuam fora dele. O, digamos, “crime” cometido pelos denominados “influenciadores” foi se mostrarem contrários a esse estado de coisas; foi se posicionarem como críticos contumazes de um governante que não tem capacidade mental, intelectual e psicológica de estar presidente de uma nação.

Na cabecinha perturbadamente doente do senhor Jair Messias Bolsonaro, eu e você que não seguimos e nem avalizamos o que ele propõe e defende, é, por conseguinte, um inimigo público do país; é alguém que milita em algum partido de esquerda; é um sujeito que deve ter a sua vida vasculhada e os passos vigiados pelos agentes do desgoverno porque, além de falar mal disso tudo que está aí, sabe-se lá do que mais de maligno e de desonra à pátria você e eu somos capazes de fazer.

Todo tirano se julga acima do bem e do mal. Todo tirano acredita que estão o tempo todo articulando a sua derrubada do poder. Todo tirano pensa que só ele detém conhecimento e capacidade para bem conduzir os destinos de uma nação. Todo tirano diariamente acrescenta um nome à sua lista de inimigos. Todo tirano faz de tudo para posar de redentor do povo. Todo tirano não aceita opiniões contrárias ao que ele defende e/ou acredita. Todo tirano não mede esforços para neutralizar e/ou aniquilar seus opositores. Todo tirano abomina veementemente a liberdade de expressão. Todo tirano apela para o sentimento de patriotismo como justificativa de seus atos infames e desumanos. Todo tirano encoberta e defende os crimes praticados por seus aliados.

Enquanto vai colecionando listas de “inimigos”, o senhor Jair Messias Bolsonaro paralelamente vai formando alianças e se juntando à parte venal da fauna política do Congresso Nacional na qual, até um dia desses, ele atirava pedras, como se a sua pessoa fosse algo diferente disso e merecedora de alguma confiança. Dia após dia, as ações do mentecapto perverso vão revelando, mesmo aos apoiadores dele, que político que não presta, que gente que não presta enverga qualquer traje, civil ou militar; é de esquerda ou de direita; é cristão ou ateu; é branco ou preto; é pastor ou padre; e por aí vai.

Até 2022 nós assistiremos a lances ainda mais estarrecedores; e, a despeito de todas as evidências, de todos os delitos e de todos os absurdos praticados pelo chefe-supremo, certamente haverá uma claque entusiasmadamente feroz a defendê-lo.

Desde antigamente se diz que cão que ladra não morde. Senhor Jair Messias Bolsonaro mude as suas estratégias de militar fracassado, porque fazer listas não é o bastante para derrotar “inimigos”.

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