Por Clênio Sierra de Alcântara
I
Enquanto o nobilíssimo e boca podre presidente da República Antidemocrática Bolsonariana mantém firme e forte sua fixação nos ânus alheios, os brasileiros de bem vão vendo de que matéria é feita a nossa miséria ética e moral. Enquanto o desgoverno que aí está se porta como o baluarte inabalável da honestidade querendo nos convencer de que só é disso de que nós precisamos, continuamos caminhando em um terreno de incertezas, porque, junto com a miséria ética e moral, está a socioeconômica.
III
Ninguém duvida de que nos próximos exames nacionais de avaliação dos alunos matriculados nas escolas brasileiras, o efeito-pandemia revelará um cenário ainda mais dramático do que no período anterior à chegada do coronavírus.
É curioso observar que num
mundo cada vez mais digital e internetializado, professores, especialistas em
Educação e quejandos venham a público dizer que as aulas on-line são um problema,
porque, de acordo com eles, os alunos têm dificuldade de aprender por essa
modalidade de ensino. Eu aceito a alegação de que os desníveis socioeconômicos
impossibilitam que milhões de estudantes deste país tenham acesso à internet. Isso
é um fato. Agora dizer que crianças e adolescentes que convivem diariamente e
por longas horas com a conectividade de jogos pelo computador e por smartphones e se fartam acessando
conteúdos em serviços de streaming e nas redes sociais fazendo vídeos e o
escambau, não conseguem e/ou não estão conseguindo acompanhar as matérias
escolares para mim soa como algo absurdo e nada convincente. A mim me parece
que o que continua faltando em muitas crianças e jovens deste Brasil é um
verdadeiro compromisso com a Educação e com a escola.
IV
Nunca, nunca eu esperei do atual mandatário desta infeliz e desgraçada nação um comportamento que fosse diferente do de sua condição equina ou asinina, como queiram. Dizendo o que diz e se comportando como se comporta, talvez, ele imagine que de alguma maneira e ao seu modo esteja colocando tudo em seus devidos lugares, já que, como ele tanto assevera, é um indivíduo honesto, honestíssimo e nada mais, nada mais mesmo importa, porque o Brasil, de acordo com ele, não precisa de governantes inteligentes, capazes, dinâmicos, educados e planejadores, precisa apenas de pessoas honestas, ainda que, sendo e/ou se apresentando como honestas elas sejam umas topeiras, boca-sujas, irascíveis e bravateiras.
V
Em meio à empolgação e o aceno de esperança de que o horror da pandemia irá passar com o início e a ampliação da vacinação, eis que o Brasil brasileiro retrógrado, mau-caráter, dissimulado, desonesto e egoísta pôs mais uma vez suas patinhas de fora: tão logo teve início a campanha de vacinação nós ficamos sabendo que, por este país afora, até negacionistas da pandemia e apoiadores incondicionais do mandatário da nação que até hoje faz pouco caso da gravidade da situação sanitária que estamos a atravessar, se julgaram no direito de furar a fila dos prioritários e receber a primeira dose do imunizante. E como se fosse pouco o que fizeram, eles consideraram muitíssimo justo e adequado dar publicidade de suas infrações nas chamadas redes antissociais a fim de viralizarem e ganharem muitos likes. Não existe vacina contra o egoísmo, a desonestidade e a perversidade; e, caso existisse, duvido muito que esse tipo de gente quereria recebê-la.
VI
Sim, o nível educacional das crianças e dos jovens deste país é tão elevado quanto uma gilete deitada; e o Brasil brasileirinho amarga a dura e lamentável realidade de ter como ministro da Educação uma criatura que já defendeu castigo físico para crianças, que está sendo investigada por suposta prática de crime de homofobia e que, pasmem, dias atrás declarou que o seu papel no desgoverno da República Antidemocrática Bolsonariana é menos política e mais espiritual. Putzgrila! Com uma Bíblia debaixo do braço, esse ser de luz que não consegue nem sequer exorcizar o mandatário desta infernal e danada nação, que dizem ser um Estado laico, certamente está dando sua contribuição para que a Educação por aqui permaneça no mesmíssimo marasmo em que se encontra há muito tempo.
VII
Algo de inusitado se deu em Rondônia: em vez de inflar os números para assim obter mais recursos, como se costuma fazer para surrupiarem o dinheiro público, o honesto, o honestíssimo governador rondoniense, que não é dessas coisas não, considerou, segundo a desconfiança do Ministério Público, que está investigando a armação, fazer de conta que em Rondônia a pandemia estava sob absoluto controle; e divulgou que o estado dispunha de mais leitos de UTI para tratamento de contaminados pelo coronavírus do que realmente tinha, para com isso, segundo os investigadores, afrouxar as medidas necessárias para tentar diminuir o avanço da pandemia. Se alguém me disser que o governador não ganhou nada com essa marotagem eu acredito. Enquanto isso, a situação por lá anda bastante complicada devido à quantidade de contaminados e à falta de leitos de UTI.
VIII
Está faltando oxigênio? Está. Está faltando lucidez? Está. Está faltando projeto para o país? Está. Está faltando vacina? Vixe, nem me fale. Está faltando competência? E muita. E progresso socioeconômico? Também, meu filho. O que anda sobrando por aqui é negacionista, terraplanista, miliciano, cloroquina, perversidade, desempregado, leite condensado e pimenta para lubrificar os ânus de todos os “jornalistas do bem”, que são aqueles alinhados com as patifarias do mandatário da nação e que não dão um piu quando ele ofende “a Imprensa”, porque, como defensores do dito-cujo, julgam que são Imprensa, mas ao mesmo tempo não são Imprensa. Confuso não é? É assim mesmo. A divisa é esta: pimenta nos ânus dos “jornalistas do bem”; e leite condensado no dos “jornalistas do mal”, porque pimenta nos ânus dos outros, como se sabe desde os tempos das cavernas - não é, presidente? -, é refresco. E tenho dito lambendo os beiços.
Execrabilíssimo presidente,
considerando que o que Vossa Excelência mais faz é uma merda atrás da outra, é
perfeitamente compreensível a sua fixação anal.
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