Por Clênio Sierra de Alcântara
Sorry, bolsonarianos! Desta vez a impunidade, a conivência e o espírito de corpo não prevaleceram. Daniel Silveira caiu na cova dos leões e agora é esperar que ele seja caçado, ops, cassado. |
Olhando ao redor e
acompanhando o noticiário que vem da capital deste desgraçado país, eu me pego
a imaginar o quanto ficam a arquitetar para o bem e o progresso da nação seres
ignóbeis e de maus bofes como esse sujeito que atende pelo nome de Daniel
Silveira. Que planos mirabolantes será que gente dessa estirpe elabora para
apresentar no Congresso Nacional? Do que será que esses tipinhos seriam capazes
se não houvesse as instâncias das leis para de algum modo segurá-los?
Quando a notícia da prisão
do deputado federal Daniel Silveira, o brabo, o intimidador, o destemido, o
valentão, o acusador, o boçal, o difamador, o salvador da pátria, o homofóbico,
o pornográfico, o militante do fim da democracia, o corajoso, o fiel escudeiro
do chefe-supremo da República Antidemocrática Bolsonariana, o de sangue nos
olhos, o maculador da memória de Marielle Franco, o que se recusa a usar
máscara, o cão da bexiga lixa, o fodão do colhão roxo ganhou o noticiário, eu
gastei meu precioso tempo para assistir ao famigerado vídeo de pouco mais de
dezenove minutos que o nobilíssimo parlamentar divulgou no YouTube.
Quem assistiu ao
verborrágico e algo bestial vídeo que motivou a acertada decisão do ministro
Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), de mandar prender o
senhor Daniel Silveira, compreendeu, eu suponho, que o entendimento que essa
criatura, esse ser bronco, autoritário e estúpido tem dos conceitos de
liberdade de expressão e de imunidade parlamentar extrapola completamente o que
está determinado nos textos legais.
Não acredito que tenha causado
espanto – a mim, pelo menos, não causou – aos que acompanham a trajetória do
impávido colosso congressista, o conteúdo do vídeo. Não se pode esperar
qualquer mínima coisa boa e relevante que parta desse tipo de gente. Portando-se
como o arauto de toda verdade que há e da ordem política que, segundo ele, é
preciso instituir por aqui para que este país finalmente entre nos eixos, um
prepotente Daniel Silveira, que só faltou aparecer no vídeo empunhando um fuzil
desses que os milicianos e outros delinquentes do Rio de Janeiro costumam
carregar a tiracolo para dar um tom ainda mais intimidador ao seu discurso de
direitista, disparou a sua metralhadora verbal na direção dos membros do STF,
acusando um e outro de prática de crimes e desancando a todos, numa completa e
total demonstração do quão abissal é a incapacidade de sua pessoa para ocupar
qualquer cargo e/ou função pública que seja, que dirá de deputado de um
Congresso Nacional.
Não satisfeito em ofender a
pessoa de cada ministro, o incontrolável senhor Daniel Silveira proferiu
ofensas à ordem democrática, incitou à violência, fez apologia à Ditadura
Militar e reiteradamente ficou a querer pôr em confronto o STF e as Forças
Armadas, como, aliás, mais de uma vez fez o próprio chefe-supremo da República
Antidemocrática Bolsonariana e nada foi feito contra ele, o que é um completo e
vergonhoso absurdo, porque o seu comportamento, que é um misto de esquizofrenia
e perversidade, serve de exemplo e estimula que outros iguais e/ou piores do
que ele entrem em ação.
Não precisa se recorrer a
uma lente de aumento para que se veja que as Forças Armadas, em geral, e o
Exército, em particular, não estão fazendo boa figura nos dias que correm. Como
não reconhecer o tom intimidador que o general Eduardo Villas Bôas usou contra
o STF lá em 2018, quando a Suprema Corte pôs em pauta o julgamento de um pedido
de habeas corpus do ex-presidente
Luiz Inácio Lula da Silva? Qual a real intenção do senhor general Eduardo
Villas Bôas ao ironizar, dias atrás, uma declaração do ministro Edson Fachin
que disse ser “intolerável” qualquer pressão injurídica sobre o Judiciário, uma
evidente reprovação à mensagem do general que veio novamente à tona num livro
lançado recentemente? Em 2018 a tal mensagem visava à garantia da eleição do
indisciplinado e malquisto ex-capitão? Quer dizer que de general o senhor
Eduardo Villas Bôas atuou como cabo eleitoral respaldado, digamos assim, pela
Lei de Segurança Nacional? O Partido dos Trabalhadores passou mais de uma
década governando este país e quer dizer que só então, em 2018, o ex-presidente
Luiz Inácio Lula da Silva se tornou uma ameaça à estabilidade da nação? Por que
o Exército apoiou a candidatura de um sujeito que, até onde se sabe, era
indisciplinado e malquisto pela Corporação no tempo em que nela servia? A troco
de que se deu isso? De ocupação de ministérios e de outros cargos no Governo? De
que o oficialato seria poupado na reforma da previdência? Da garantia de
orçamentos volumosos para as Forças Armadas? Do aumento expressivo dos seus
salários? Como historiador e por tudo o que eu já li e continuo a ler sobre a
atuação das Forças Armadas na História recente deste infeliz país, eu não
consigo deixar de perceber e de avaliar que elas continuarão exercendo um tom
intimidador sobre a nação, como que dizendo: “Olhem para trás e vejam do que
nós fomos capazes de fazer de 1964 a 1985”. Eis o que restou para nós cidadãos
da tão propalada defesa da soberania nacional, que serve para justificar tudo,
inclusive e principalmente, intimidação, censura, prisão, tortura e
desaparecimento dos supostos inimigos da ordem estabelecida.
Depois desse hiato, voltemos
ao senhor Daniel Silveira, que daria um bom personagem numa releitura da obra A fazenda dos animais, do George Orwell.
Atravessando uma pandemia que até o dia de hoje ceifou 246.006 vidas por aqui;
verificando a existência de mais de 14 milhões de desempregados; assistindo ao
fechamento de fábricas e de estabelecimentos comerciais; e acompanhando a
miserabilidade de um número enorme de indivíduos que estão passando fome por
aí, o senhor Daniel Silveira, o boca-suja Daniel Silveira aponta como solução
para a crise socioeconômica e sanitária da República Antidemocrática Bolsonariana,
que, em vez de vacina para cada cidadão entende que o melhor mesmo é uma arma
de fogo, o discurso de ódio, a ruptura dos poderes, o incentivo à violência e a
destruição dos pilares da democracia, apelando que as Forças Armadas novamente
tomem o controle de tudo, porque, segundo a ótica bestial dele, que é um ex-PM
com uma pasta de assentamentos repleta de prisões, detenções e advertências, só
elas seriam e são capazes de, como eu já disse, pôr o caos em ordem.
O que tem de falastrão e de
indisciplinado e de verborrágico e de bravateiro, o senhor Daniel Silveira tem
de paradoxal: como alguém que não respeitava o código disciplinar de uma
Polícia Militar defende os rigores de uma ditadura imposta pelo Exército? Talvez
ele não saiba o que realmente ocorreu de 1964 até 1985; ou, então, ele acredita
piamente que seria um dos protegidos do regime controlado pelas Forças Armadas.
A ingenuidade e a pretensão do senhor Daniel Silveira só são menores do que a
sua arrogância e a sua prepotência.
Falta uma série de atributos
ao senhor Daniel Silveira para que ele pudesse ser visto como um cidadão de bem,
algo que, desconfio, ele jamais será, porque ele deixa o tempo todo
transparecer que tem uma propensão natural para se manter no estágio de
animalidade. Por ora, o impávido colosso parlamentar, que ontem fez um patético
e nada crível pedido de desculpas à nação pensando que, com isso, convenceria a
maioria dos seus pares da Câmara dos Deputados a tirá-lo da prisão, vai
continuar mais uns dias preso para aprender – eu ia quase dizendo a ser gente –
a respeitar as autoridades, a independência e a harmonia entre os poderes e os
fundamentos da democracia.
Sorry,
bolsonarianos! Desta vez a impunidade, a conivência e o espírito de corpo não
prevaleceram. Daniel Silveira caiu na cova dos leões e agora é esperar que ele
seja caçado, ops, cassado.
PS – Contra os 21 anos de censura, prisão, tortura e desaparecimento de supostos inimigos da ordem estabelecida, 21 vezes eu repito: Ditadura nunca mais! Ditadura nunca mais! Ditadura nunca mais! Ditadura nunca mais! Ditadura nunca mais! Ditadura nunca mais! Ditadura nunca mais! Ditadura nunca mais! Ditadura nunca mais! Ditadura nunca mais! Ditadura nunca mais! Ditadura nunca mais! Ditadura nunca mais! Ditadura nunca mais! Ditadura nunca mais! Ditadura nunca mais! Ditadura nunca mais! Ditadura nunca mais! Ditadura nunca mais! Ditadura nunca mais! Ditadura nunca mais!
Boa tarde meu amigo! Vejo que ñ só você, como outros intelectuais, escritores e formadores de opinião resolveram não mais stuatar tanta violência contra aos qie acreditam na democracia. Liberdade antes qie tardia!
ResponderExcluirEloquência e ironia de mãos dadas!
ResponderExcluirComo se nao bastasse, o discurso de ódio deste protagonista, ainda se pode dizer que foi acertada a decisão do Ministro Alexandre de Morais, que com coragem acendeu a chama de que é possível sim acabar com está tão queridinha imunidade parlamentar, abrindo caminhos e entendimento de que não se pode confundir liberdade expressão x libertinagem, ditadura , opressão, dos moralista que insistem tomar conta deste país. Os adjetivos impreguinados neste texto, resume bem os desmandos deste parlamentares, ratos que se escondem naquela assembleia. São tantos os flor de Lins e Daniel Silveira, que pregam os anseios da desordem, antidemocráticos. A prisão, caiu como um cheque mate, enquadrando na jaula, um bicho asqueroso e sem escrúpulo da estirpe desse Daniel, que insiste ignorar seja quem for que fique no seu caminho. Quanto a você Daniel, " aqui no IML você não entra e pronto sem a máscara, aqui quem manda sou eu e pronto" fala ... ( Servidora do Iml) .
ResponderExcluirPor fim, a brabeza do cão Sarnento, o enrustido que não sai do armário enfim ficou mansinho...
O texto resume toda indignação do povo brasileiro.