Por Clênio Sierra de Alcântara
Ainda estamos muitíssimo longe de alcançar a desejada imunidade de rebanho, mas a perversidade de rebanho essa nós já alcançamos faz muito tempo.
Nuvens negras, nuvens
lutuosas continuam a pairar sobre o céu da República Antidemocrática
Bolsonariana como se fossem o indicativo de um pesadelo sem fim.
O senhor Jair Bolsonaro,
ainda presidente deste desgraçado país, muito embora odeie e repila a plenos
pulmões o epíteto, a alcunha de genocida, é um prodígio na luta a favor do
alastramento do coronavírus e da contaminação do maior número possível de indivíduos.
Desde o início da pandemia ele vem se empenhando brava e bestialmente para que
a população ignore as recomendações médicas e científicas e siga só e somente
só os seus “sábios” conselhos. Quais sejam: não aderir aos lockdowns; não fazer uso de máscaras; não acreditar na letalidade
da doença; participar de aglomerações tais como festas, passeatas e carreatas;
tomar medicamentos supostamente eficazes contra a covid-19; invadir hospitais
para verificar se as UTI’s estão mesmo abarrotadas; e negar tudo o que a “mídia
golpista” anda dizendo por aí sobre o caos no sistema público de saúde.
É uma cantilena
constantemente repetida já faz um ano; e que, infelizmente, é seguida por seus cegos,
surdos e ignóbeis apoiadores que bem merecem o apelido de gado, por se negarem
a aceitar a realidade dos fatos e irem na direção que o chefe-supremo da
República Antidemocrática Bolsonariana aponta. Enquanto isso, a contagem dos
mortos vitimados pela covid-19 permanece em escala assustadora: hoje, às
20:00h, o Consórcio de Veículos de Imprensa divulgou que este país atingiu a
marca de 292.856 vidas perdidas desde o início da pandemia.
Como eu venho dizendo, as
construções de narrativas que envolvem o fato pandemia e seus sérios e
terríveis desdobramentos – mortes aos milhares, desemprego, aumento do número
de pobres e miseráveis, desamparo social, desesperança, insegurança, etc. – vão
sendo construídas e nós, que estamos a acompanhá-las, nos defrontamos com um
permanente duelo de narradores. O momento urge que construamos um discurso de
pacificação e de união que convirja para o encontro de um bem comum, porque,
ainda que uns sejam e/ou possam ser mais bem assistidos que outros, a doença
atinge a todos, e nós continuamos pisando pé ante pé numa escada rolante que se
movimenta no sentido contrário ao da nossa pisada.
É muito louco isso. Enquanto
segue a politização da pandemia, milhares de vidas vão sendo destroçadas e os
agentes governamentais não conseguem formar um elo pelo bem de toda a
sociedade. Disputas de queda de braço até agora só fizeram com que esta, que é
a maior crise sanitária do nosso tempo, ignorasse esses debates perniciosos e
infrutíferos e continuasse se agravando dia após dia.
O senhor Jair Bolsonaro
alinhava o tecido de suas convicções, que são ao mesmo tempo autoritárias e
obscurantistas, de modo que ele possa agasalhar os seus apoiadores. Ocorre que,
para além desse, digamos, “clubezinho de fidelidade”, o tecido de discórdia e
de polarização que ele vem alinhavando tem servido como mortalha para milhares
de indivíduos independentemente da crença política e partidária que eles professam.
Alguém que, como esse Jair
Bolsonaro, não sabe o que é responsabilidade pública e que reafirma
constantemente suas vontades autoritárias e seus ideais antidemocráticos, não
poderia jamais ocupar qualquer cargo público que se conquista por processos
eletivos, que dirá o de presidente de uma nação. Enquanto diariamente alimenta o
seu rebanho selvagem de apoiadores com uma ração de autoritarismo, negacionismo,
estupidez e perversidade, o senhor Jair Bolsonaro vai cada vez mais revelando
quão é rasteiro, desprezível, perigoso e corrosivo para a democracia e para o
bem da sociedade. Sob uma suposta armadura de honestidade se encontra em Jair
Bolsonaro tudo o que de mais execrável e nocivo um agente público pode
apresentar, que é pensar que pode fazer tudo o que quer e que as leis e a ordem
são ele próprio.
Agora mesmo, enquanto vê
governadores decretarem medidas restritivas visando conter o avanço do contágio
do coronavírus e o colapso do sistema público de saúde, Jair Bolsonaro, o
infame, novamente alardeia para a sua insensata claque que eles estão querendo
que as pessoas morram de fome. Isso não é verdade. E Seu Jair Bolsonaro não
está preocupado com o povo coisíssima nenhuma, que ele não tem coração e nem
sensibilidade para isso; a sua preocupação é tão somente com suas perdas de
capital político, porque ele, que já se declarou contrário à reeleição, quer
ser reeleito. E, em vista das ações acertadas e desesperadas dos governadores,
o que foi que fez o honesto honestíssimo senhor Jair Bolsonaro? Recorreu ao
Supremo Tribunal Federal para barrar tais ações. E, não satisfeito com isso,
ele anda dizendo a um e a outro que quer decretar estado de sítio no país. Sob
a sua ótica insana e perversa é preferível que o cidadão morra, mas morra
trabalhando.
Enquanto isso, enquanto vai
se articulando para decretar o estado de sítio – eita presidente porreta
danado! -, Jair Bolsonaro, o perverso, resolveu escalar mais um fantoche para o
seu Ministério da Saúde, também conhecido como Ministério da Morte, o paraibano
Marcelo Queiroga, que já deu o ar de sua graça na amaldiçoada Brasília, e recebeu
logo de cara esta pérola de boas-vindas daquele que ele irá substituir, o
general Eduardo Pazuello: “Ele vai dar continuidade ao nosso trabalho”. Seria cômico
se não fosse trágico. E o novo e destemido boneco manipulável do Ministério da
Morte já disse a que veio: ele declarou que irá visitar os hospitais para
averiguar se as pessoas andam mesmo morrendo de covid-19. Vá, ministro, vá. Só não
se esqueça de usar máscara e de comprar os chamados “kits intubação” que estão
perto de acabar. Definitivamente nem para titereiro o senhor Jair Bolsonaro
presta. Ó céus! Ó vida!
Ainda estamos muitíssimo
longe de alcançar a desejada imunidade de rebanho, mas a perversidade de
rebanho essa nós já alcançamos faz muito tempo.
Brasília, a incorrigível, nunca me decepciona.
O que dizer de um governo puramente negacionista que vais contra todas as ideias cientifica só poderias está a beira do holocausto, agora dessa vez não mais judeus e sim brasileiros. O único governo que vai contra a ciencia puxa a carroça ao matadouro e o circo aplaude; ignorantes, deploráveis,disfarçados, e principalmente fascista e nazista. Governo da instabilidade, do troca troca da conveniencia assola e mata o seu povo. A estupidez ganha cenário de disputa entre o moralismo e a mediocridade de um povo fanfarrões. Jair Bolsonaro aniversariante da morte.
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