27 de março de 2021

Pinoquices e vigarices de um tiranete genocida

 Por Clênio Sierra de Alcântara

 

Ouvi o “pronunciaminto” do Excelentíssimo Senhor Presidente e saí cantarolando uma paródia da música do Othon Russo: “Não sabes mentir/Hoje sei que tu não sabes mentir/Um falso amor/Abrigaste em teu coração”, Seu Jair.



É muito próprio dos políticos que só tem compromisso com suas ambições pessoais procurar de todas as maneiras e de todas as forma distorcer a realidade e/ou criar verdades a fim de encaixá-las em seus projetos de governança. E, quando tais políticos, além de seus projetos pessoais e planos de poder, ostentam uma sanha e um perfil autoritários, praticar a mentira na caradura é menos uma infâmia e mais um exercício de sobrevivência.

Às 20:30 h da última terça-feira, 23 de março, dia em que o Brasil atingiu o assombroso cômputo de 300.000 mortos pelo coronavírus, o presidente da República Antidemocrática Bolsonariana que, às escondidas, ainda naquele dia, dera posse, como novo mamulengo do Ministério da Morte, a um sujeito que não conseguiu sequer administrar bem um hospital em João Pessoa, falou em cadeia nacional de rádio e televisão encarnando um Pinóquio engravatado e decrépito. Um Pinóquio engravatado e decrépito, um tiranete que, amiúde, com o que eu denomino de “retórica de caserna”, que é o discurso feito por quem não admite e/ou espera não ser contestado, lança mão de bravatas do tipo “o meu Exército verde-oliva não vai deixar fazerem isso e aquilo”, como meio de intimidar quem se opõe às suas sandices, irresponsabilidades e perversidades.

Como se não existissem algo chamado memória e nem arquivos de imagem e som, jornais e revistas, sites, redes de televisão e etcétera e etcétera, que guardam bem guardadinho muito do que o envolve e lhe diz respeito e/ou por ele é protagonizado, o chefe-supremo da República Antidemocrática Bolsonariana dirigiu-se ao povo de bem que também existe em seu país, porque nem todos os cidadãos o apoiam e nem o defendem, com um discurso no qual mentiu com o descaramento eloquente de quem não está nem aí para com a realidade dos fatos e nem possui compromisso com a verdade.

O Pinóquio e embusteiro perverso do Palácio do Planalto mentiu quando afirmou que em nenhum momento deixou de tomar medidas contra a pandemia do coronavírus. Mentiu quando disse que 32 milhões de doses foram distribuídas entre os estados. Mentiu quando asseverou que 14 milhões de indivíduos já haviam sido vacinados neste país. E mentiu novamente quando falou que sempre defendera a compra de qualquer imunizante contra a covid-19 que fosse aprovado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). E não nos esqueçamos de que ele segue firme e forte defendendo a aplicação de um suposto “tratamento precoce” contra a doença. Ouvi o “pronunciaminto” do Excelentíssimo Senhor Presidente e saí cantarolando uma paródia da música do Othon Russo: “Não sabes mentir/Hoje sei que tu não sabes mentir/Um falso amor/Abrigaste em teu coração”, Seu Jair.

O Pinóquio genocida quis enganar a quem, me digam? Aos seus estúpidos apoiadores? Ora, ora, mas nem essas criaturas que constituem a sua patrulha selvagem esqueceram as malfeitorias que o chefe-supremo fez desde o início da pandemia; e elas o apoiam justamente por isso, porque, tanto quanto ele, é uma gente perversa que fica o tempo todo agressivamente vociferando que o seu ídolo é honesto e sempre está certo no que diz e faz. Discursos contra o uso de máscaras e contra as medidas restritivas de mobilidade; a negação da gravidade da doença e da qualidade e eficácia das vacinas; as piadinhas, as demonstrações de indiferença para com o crescente número de mortes e os chistes feitos contra quem está de algum modo tentando se proteger do coronavírus foram feitos inúmeras vezes pelo mentecapto Jair Bolsonaro e essas pessoas continuaram e continuam aplaudindo esse traste e agredindo e destratando e maldizendo e esculhambando quem discorda de tudo isso. Eis uma entre tantas pérolas inesquecíveis que foi dita por um dos filhos do tiranete e amplamente aplaudida pela gentalha: “’Ah, a máscara, está sem máscara, está com máscara’. Enfia no rabo gente, porra!”. É isso. Eles estão trabalhando pelo progresso do país. E morrer, como eles dizem, todo mundo um dia vai. E, uma vez morto, se enterra. Simples assim. Sem choro, sem lamento, sem compaixão, sem nada. Cada um que se vire com a sua dor. “Chega de mimimi, porra!”, já disse também a claque bolsonariana.

Essa perversidade de rebanho, fiquemos bem atentos, só irá recrudescer à medida que o fator Luiz Inácio Lula da Silva desencadear a força que ainda tem no seio de milhões e milhões de brasileiros. Sim, é verdade, nós estamos, neste momento, numa grande encruzilhada: à frente nas pesquisas de intenção de voto para o próximo pleito presidencial aparecem, de um lado, um louco e perverso tiranete genocida; e, de outro, uma figura pública metida até o gogó em transações espúrias que teima em posar de vítima de injustiça e de perseguição. Estamos ainda imersos no meio do agravamento de uma pandemia que nas últimas semanas ceifou um número de vidas, por dia, muitíssimo elevado, e em nossos horizontes pairam a lentidão da vacinação, os milhões de desempregados e esfomeados e essa disputa eleitoral entre duas figuras por demais infames e abjetas.

Podem apostar que nós veremos mais mudanças comportamentais de conveniência do Pinóquio tiranete e genocida Jair Bolsonaro, tendo em vista a até agora possível entrada de Luiz Inácio Lula da Silva na disputa pela presidência da República, porque, segundo o que eu penso, assim como prisão e encarceramento não reabilitam malfeitores e canalhas, insanidade e perversidade são incuráveis. O que em essência cada um de nós é isso absolutamente nada e nem ninguém muda.

Um comentário:

  1. Neste cenário de mentiras e negacionismo seguimos avante em um genocídio jamais visto. O que se percebe é que com o advento de inúmeras anulacoes de sentença em favor do ex presidente Lula da Silva , o desgoverno tem de forma bem cínica tentar mostrar certo comportamento diferente o que se tem mostrado. O negacionismo, o desgoverno de kits cloroquina, invermectina misturado com a mentira e a soberba de seus seguidores torna se mais patente a ignorância de um povo " brado retumbante". O que dizer da cúpula do governo que antes vomitava o negacionismo, hoje se vacina do EUA,que o diga Edir Macedo dentre outros. Por fim, segue o show do kits da cura.Enquanto isso, povo cada vez miserável, e morrwndo de fome, não só por falta de vacina mas por falta de um governo. A mentira mata, e o governo também.

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