Por Sierra
Foto: Leonardo Martins
É muita loucura. É muita crueldade. É muita inaptidão. É muita
irresponsabilidade para um presidente só. Seu Jair, uma hora a sua bolha vai estourar
O que já era ruim ficou pior
desde que um microscópico bichinho chamado coronavírus aterrissou na Terra Brasilis e pôs-se a ceifar vidas
aos magotes, o que fez com que parte dos governantes promovessem e/ou
sugerissem que se promovesse mudanças comportamentais para que a mortandade não
se agravasse ainda mais. Como eu ia dizendo, o que era ruim ficou pior com o
advento da pandemia; a pandemia exacerbou o espírito bélico-esquizofrênico do
senhor Jair Bolsonaro, o presidente da amaldiçoada República brasileira que,
desde que resolveu ingressar na vida pública, meteu-se numa bolha e dela nunca
saiu e nem há de sair enquanto vida tiver.
Uma mistura bem azeitada de
beligerância, parvoíces, esquizofrenia e perversidade, muitos dos discursos e dos
comportamentos do senhor Jair Bolsonaro denotam não apenas o grau de
malignidade de sua natureza, bem como revelam o nível de estupidez e de falta
de censo, ops, senso de sua pessoa. Quase toda vez que o senhor Jair Bolsonaro
se pronuncia a República brasileira afunda um pouco mais. Inapto, completamente
inapto para o cargo que ocupa, Seu Jair é estúpido, cruel e refém de um
autoengano incomensurável que o faz pensar que, falando para as bolhas da
sociedade que o apoiam, ele esteja se dirigindo para toda a população do país.
Cruel e refém do autoengano,
como eu disse, Seu Jair cisma em querer viver num universo paralelo que,
certamente, não é o mesmo no qual a maioria do povo brasileiro vive. É a sua
vivência em um universo paralelo que explica, por exemplo, por que, em que pese
o número gigantesco de mortes provocadas pela pandemia – nesta semana o Brasil
ultrapassou a barreira dos 400.000 mortos -, ele continua irredutível como um
asno que empaca na subida de uma ladeira, defendendo o fim das medidas
restritivas necessárias para coibir o contágio pelo coronavírus, desmerecendo e
fazendo pouco de quem as segue e exaltando um tratamento precoce que só
funciona, eu imagino, no universo paralelo em que ele habita. Já no campo
bélico propriamente dito, sua mentalidade genocida embasa o discurso
direcionado para as bolhas de ensandecidos que o apoiam e explica a sua tenaz
política de sepultamento da chamada “cultura de paz” e a exaltação belicista
que diz que todo e qualquer cidadão deve sim portar uma arma de fogo para,
assim, se proteger dos criminosos. Ai, ai. É muita loucura. É muita crueldade. É
muita inaptidão. É muita irresponsabilidade para uma pessoa só.
Na mente doentia de Seu
Jair, que fala, como eu afirmei, para as bolhas de ensandecidos que o apoiam, a
recém-instalada Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), no Senado, para apurar
as ações e/ou falta delas no tocante à pandemia no seu desgoverno, não irá
atingi-lo, porque ele acredita que não fez nada de errado. Como assim, Seu
Jair? Promover aglomerações, incentivar invasão de hospitais, desacreditar a
eficácia das vacinas e o uso de máscaras, atacar constantemente governadores e
prefeitos que coerentemente seguindo as recomendações da comunidade científica
trataram de implantar medidas visando proteger a população contra o avanço da
pandemia, disseminar notícias falsas, transformar o Ministério da Saúde em uma
espécie de Ministério da Morte e recomendar o uso de medicamentos pretensamente
preventivos contra a covid-19 foram acertos? O senhor por acaso pensa que só
errou e/ou cometeu crime no transcurso da pandemia quem desviou recursos da
área da Saúde e/ou superfaturou preços nas compras de equipamentos e insumos
hospitalares?
Hoje, Dia do Trabalho, os
desocupados das bolhas do Seu Jair saíram às ruas, em diversas cidades, em
apoio ao bélico e esquizofrênico presidente da República. Lamento e choro pela
assombrosa marca de 400.000 mortes atingida anteontem? Esqueçam, porque os
cruéis e os perversos não sabem o quem é e nem sentem empatia. Hoje, Dia do
Trabalho, essa “gente do bem” – uma das faixas exibidas por eles, em São Paulo,
aliás, era uma piada pronta; era ótima pelo tanto que tinha de escárnio e de
insensibilidade para com o “povo do mal” que é, claro, o resto da sociedade,
também conhecido pelo nome de oposição. Ela dizia em letras garrafais: “O povo
do bem está com você presidente” – saiu às ruas com a pauta de sempre: pedindo
intervenção militar já, fechamento do Supremo Tribunal Federal e do Congresso
Nacional, fim das medidas contra o avanço da pandemia e outras coisas do
gênero. Essa gente dizia nos protestos que estava “autorizando” o presidente. Autorizando
para que, hein? Imagino que deveria ser para que ele seja pior do que é. Ai,
ai. Esse pessoal, além de perigoso, é tragicômico. Já pensaram se esse pessoal
fosse do mal?
Sugiro a essas pessoas
apoiadoras do presidente que adoram um tratamento precoce, que comecem, desde
já, a tomar calmantes, porque, no ano que vem, elas, desesperadas com a
possível queda de Seu Jair, vão desejar até que um asteroide gigantesco atinja
o Brasil para que não sobre nada: nem a bondade infinita delas, nem a maldade
daqueles que as derrotarão. Nesse dia apocalíptico, Seu Jair será visto
correndo como uma besta-fera sanguinolenta pela Esplanada dos Ministérios,
rangendo os dentes, furioso, e clamando aos céus pelo decreto de um novo Ato
Institucional Nº 5. O armagedon de Seu Jair está cada vez mais próximo. Sebo nas
canelas, Seu Jair, que o seu fracasso nas eleições de 2022 será o seu único
triunfo.
Nenhum comentário:
Postar um comentário